28 de dezembro de 2008

O encontro de Natal - sob os olhos de sua avó

Antes que eu pensasse em escrever aqui sobre o nosso Natal, sua avó já o fez. Chegou em BH ontem à noite, sábado, e mandou um texto que eu abri hoje durante o plantão. Não são só as histórias, mas as impressões que ela teve de uma reunião pouco comum, entre famílias que se uniram por causa de um mesmo homem: seu pai. Fica então por conta dela um resumo da ceia e alguns comentários sobre relações humanas.



"Filhinha,

estou aqui escrevendo logo após por os pés em minha casa, depois de voltar do Natal em SP...
Vejo como você é nobre e generosa quando se relaciona com a família de sua enteada e acho que as coisas dão certo neste casamento principalmente pela maneira como você lida com os afetos que as pessoas que estão em volta de seu marido nutrem por ele. Gostaria de dizer um pouco de você e acho que meu depoimento deveria ser publicado, para que as pessoas que circulam a vida desse casal, possam admirá-la um pouco mais.

O Natal foi muito bacana e estivemos juntos em torno do jantar magnífico do Marco, esforço que ele faz para ver as pessoas felizes. De seu lado estavam seu pai, Pedro, eu e infelizmente o Alexandre não pôde estar conosco ai. Estavam também neste dia a avó, a mãe, a tia e o irmão da Fernanda, além de um casal de amigos (o Berni e a Tuca) que eu já conhecia muito de nome.

Todos tivemos o carinho de comprar um presente para quem estivesse conosco para demonstrar nossa alegria neste dia. Percebi que todos se sentem muito a vontade em sua casa, de maneira que se apropriam dela sem constrangimentos. O fato é que não existe donos e convidados, estão todos no mesmo nível. Se isso é bacana e acontece em sua casa é justamente porque os donos são generosos e não se incomodam de deixar todos livres para se expressarem da maneira como lhes é habitual.

Depois de um dia inteiro por conta da confecção da ceia, o Marco ficou servindo as pessoas e nem se sentou para comer. Viu as pessoas se comportarem como se estivessem em sua própria casa e em hora nenhuma se incomodou com isso. Confesso que não é fácil ser assim e admiro as pessoas que são capazes disso.

Posso dizer que esta não é uma atitude comum, porque os seres humanos são muito narcísicos e por isso reconheço no Marco alguém que gosta de proporcionar o prazer aos outros, como se isso o fizesse existir.

Torço para que ele possa se sentir retribuído a altura de sua generosidade e que não se frustre com o fato de que a maioria dos seres humanos não costumam reconhecer a gentileza, tomando-a como algo que lhes é de direito. As pessoas precisam saber que ser generoso não é uma “obrigação”, pois há pessoas que não o são! Os generosos sempre são vistos como pessoas que precisam mais do outro e por isso deixam de serem reconhecidos como as pessoas valiosas que são.

O Marco é valioso em sua generosidade, mas precisa se cuidar para não se magoar sendo assim, pois ninguém pede que ele o seja...

Eu vejo que você retribui a generosidade quando deixa-o a vontade para ser um pai ultra dedicado e solícito (e até empresta seu carro para a filha não ficar a pé), quando não se incomoda com a demanda que lhe fazem os outros e quando não vê fantasmas de sua vida anterior àquela que está construindo com você. Vejo o quanto você enfeita a vida dele, não somente com a sua beleza física e juventude, mas com o seu amor sincero, sua maturidade e companheirismo...

Eu admiro você por isso, porque sei que poderia ter escolhido qualquer homem neste mundo e você o escolheu, sem temer seu passado, nem os vestígios de vidas conjugais anteriores, vendo e reconhecendo nele as suas qualidades. Isso só é possível pelo amor que você tem por ele, amor que os românticos insistem em fazer existir com o esforço de suportar as diferenças mutuas e ver sentido na vida a dois. Acho que isso você aprendeu comigo, pois eu acredito no amor e, se ele não existe para muitas pessoas, é porque elas não são capazes de fazê-lo existir, pois amar não é para quem quer, mas para quem tem competência para se doar, sem se perder de si, sem deixar de se amar também...

Esta sua forma de viver sua vida com o Marco, fará com que você seja respeitada pelas pessoas que já estão na vida dele há muito tempo, pois você o faz ser bonito...

Você ainda ensinará às pessoas que o circundam o que é ter autoestima, já que é condição sine que non para você permanecer tranqüila, mesmo vivendo com um homem maduro e que tem amigos maduros. Você deixará que percebam a confiança que tem em si mesma, sem nunca demonstrar arrogância e convencimento além da medida, pois aÍ perderia seu mistério. Acho mistério se mover neste clima sem se deixar abafar, mas eu sei que em alguns momentos você deve se impor e deve mostrar sua bravura, mas isso é só quando abusam de sua paciência.

Agora você está “preparando outra pessoa” e terá como desafio educá-la e isso filha não chega perto de nada que você já viveu!!! Sei que uma mãe é sempre “coruja”, mas você é de “prova” que eu nunca deixei de dizer-lhe o que penso, mesmo quando sabia que a coisa não seria muito boa de ser escutada, porque a minha “corujice” tem limites. Eu acredito que a verdade sempre deve ser dita e que é ela que dá o tom da consciência do que se tem de bom e do que se precisa melhorar para viver nesta vida que não é fácil, mesmo quando as mães querem proteger os filhos.

Confesso que depois de viver este Natal em sua casa, não vejo como alguém dali possa colocar um defeito sequer em você, sem estar com o cotovelo doendo...

Acho que tenho que aprender com você muita coisa, porque eu nunca viverei uma festa de Natal com a família da “ex” de maneira tão singela e despreocupada. É como você diz: "meu marido não me dá nenhum motivo para que eu esteja intranqüila!" Mas digo-lhe: isso é importante mas não seria o bastante se você também não fosse generosa, pois do contrário nem estaria casada com uma pessoa como é o Marco, que gosta de se fazer necessária ao outro.

Desejo a vocês e toda a extensão da família de seu marido, muita saúde na passagem de ano e em 2009 para que possamos curtir a vinda de nosso querido Rafael. Dê a todos os meus votos para que saibam de minha lembrança, principalmente a D. Nair.

Mamãe." (vovó Paula)

mamãe e papai

Deus abençoe tanta fartura

seu pai e a irmã

mamãe e vô Marcos

papai e tio Pedro

21 de dezembro de 2008

O almoço de Natal com a família Moreira




Melhor que isso, só dois disso!
Enquanto seu pai toca violão - músicas da Bossa Nova, por enquanto - eu estou aqui escrevendo. Uma felicidade plena, como no dia do encontro com a família do vô, no domingo dia 14. Encontro marcado na casa do vô Marcos e tia Beth, lá no Santo Antônio. Eu e seu pai chegamos e já estavam lá: vô Lu, Isabel, tia Gá (que eu não via há mais de um ano), tia Beth, Matheus e a Neli, como em todos os anos. Tia Gá deu de presente para você um conjunto lindíssimo azul e branco, de um algodão super macio, com dois bodies e calça, um babador e uma tolha de banho com capuzinho.
Aline, Bruno, Letícia, tia Silvana, tio Norberto, meu pai, a Ju e o Pedro (o filhote lindo dela) chegaram depois... A casa encheu, para a minha alegria! Que celebração estarmos todos reunidos. A barriga causou furor! Todo mundo no maior carinho com a sua chegada... fiquei um tempo lá no quarto do vô Marcos falando da vida, contando da gravidez. As tias e o Bruno diziam: "É só barriga!", achando que não engordei. O avô Lu bateu o olho na hora que eu entrei e disparou: "Vc emagreceu, hein?!" Como assim, avô? Acho que, como sempre, ele queria que eu estivesse uma broa! Mas eu disse que estava comendo bem, de tudo, e com saúde e ele aceitou. Aline chegou linda, bronzeada, magrinha, toda cheia de vida. Fiquei super feliz, porque ela está superando a separação muito bem. Na verdade está é curtindo a vida!



O Pedro Henrique da Ju é uma coisa! Que simpatia... ficou grudado nela e no meu pai. Achei a coisa mais linda a relação deles, o tanto que eles se gostam... e fiquei pensando no tanto que o seu avô vai te chocar também Rafael. Vai ser bem bacana. Tomara que ele não fique muito tempo lá na Bélgica.



Almoço posto e a coincidência: frango ao catupiry! Aline e Tia Bete não acreditaram quando eu disse que jantamos isso. A avó Paula explicou depois que o prato era uma especialidade da bisavó Letícia e que ela ensinou a todas... por isso é tão comum nas duas famílias.
Antes de comermos, como de hábito, a tia Gá foi orar. Agradeceu por estarmos em família e pediu proteção e benção para, nas palavras dela, "o filho que está no ventre da Priscilla...". A voz embargou. Eu me emocionei, claro... ela não conseguiu seguir em frente e o seu bisavô Lu terminou. Quando acabou estávamos eu, seu pai e a tia com os olhos cheios d'água. Foi lindo ouvir, até porque o que a gente mais quer é que você seja sempre abençoado.




O momento mais engraçado e singular coube à outra Letícia, a prima. Ela começou a contar da experiência como atriz e de repente soltou um: "eu sou referência! Eu fiz o diretor chorar copiosamente! " Eu e Aline rimos (Lelé, você vai ler isso aqui, mas vai entender que a gente adorou as histórias!). Quando ela foi contar do tal teste em que tinha que interpretar um drama, ela fez: "Tinham todos aqueles concorrentes me mandando energia positiva... eu fui a última... Em casa, estava bom, mas no palco a emoção veio de dentro!!" Hahahahaha. Atriz até pra contar! Daí disse que começou a interpretar e, de repente, o diretor a mandou parar. Ela pensou: "Ai, meu Deus, o que eu fiz ? Eu estava tão envolvida com o texto que devo ter errado alguma coisa! " e continuou: "Aí ele tirou os óculos escuros e falou: menina, olha o que você fez comigo!", mostrando os olhos cheios de lágrimas, segundo ela. Tia Silvana interrompeu para contar que nos ensaios em casa ela se joga no chão e grita. Ela, a mãe, tem de contracenar, só que fica preocupada com a vizinhança e diz: "Letícia, fala mais baixo!". Mas não adianta, ela não está nem aí. Foi cômico, só de imaginar. As boas risadas foram garantidas! Já imaginou ser o vizinho? Ela falou dos testes para Malhação, a vontade de ir para o Rio, de toda a obstinação pela carreira. Eu estou certa de que ela vai conseguir. Primeiro porque está determinada, segundo porque tem a mãe ao lado apoiando, com disposição para ir com ela onde quer que seja, e depois, e não menos importante, por ser bonita e confiante. Eu disse que até parece até com o seu pai e com a sua irmã, Fê. Para quem não tem essa personalidade, beira o convencimento, de tão confiantes que eles são em si mesmos. Tiramos inúmeras fotos... graças a seu pai. Só Deus sabe o quanto eu gostaria de estar mais perto da família, das amigas... de que você crescesse em BH, a terrinha do coração. Ficamos lá até o fim da tarde e fomos embora para pegar as malas na casa daa vó Paula e voltar para o aeroporto.
Foi um fim de semana de muita felicidade.



Café da manhã com Renata, Alessandra e Érika





Eu juro que achei que elas iam furar. Nem coloquei despertador, porque pensei que elas fossem ligar antes falando que não deu, etc... mas nada! Fui surpreendida às 9h40 com o Pedro batendo na porta do quarto e dizendo: "As meninas estão vindo!". Tadinho, eu até disse: "Pedro, como é que você deixa!", como se elas tivessem ligado de casa. Corri para o banho e a vó Paula avisou que elas ligaram da rua, querendo saber o número certo. Nossa senhora! Zunei... (corri demais - nada mais mineiro do que essa expressão). Em menos de 10 minutos eu estava pronta. Meio bagunçada, com o cabelo preso, o rosto ainda um pouco inchado, sem nenhum rímelzinho. Disse para o seu pai ficar em casa, porque eu ia só com elas, já que não tinha marido nenhum no carro. Quando desci foi uma gritaria, que seu pai assistiu da janela. Elas gritavam, eu também... foi uma delícia. "Nossa, que barrigão!", foi o que eu mais ouvi! Voltei no tempo encontrando com elas! Que saudade da vida em Belo Horizonte, de ter um lastro no lugar...
Decidimos ir para o Néctar da Serra, ali pertinho. No carro, aquela euforia. Você ganhou um macaquinho azul da Tia Alê e dois pacotes de fraldas da Tia Renata, os primeiros até agora. Foi engraçado. A Renata ficou falando da qualidade das fraldas, que são as melhores, etc, e a Érika provocando: "Quem disse, Renata! Como é que você sabe?". hahaha. Graças à Aninha, cunhada dela, que tem uma bebê. Eu ri bastante, porque foram vários episódios naquelas horinhas juntas. A Tia Alê, mais alta do que a mamãe, está com uma barriga menos espichada ainda e, talvez por isso, elas tenham ficado tão surpresas com o seu tamanho aqui dentro. Mas, como ela mesmo disse: "Cada barriga é uma!". E é mesmo. A gente se sentou lá fora e a Érika já tomou as vezes do seu pai na função de paparazzo. Fez trocentas fotos da gente. Ficamos falando de tudo. Da vida de casadas, de como o tempo passa, dos planos de filhos. A Renata se assusta porque eu e a Érika somos as únicas que ficamos refletindo sobre o quanto crescemos. Eu me impressiono mesmo com a rapidez do tempo, com o fato de estar casada já há seis anos quase, com o fato de ter você aqui, crescendo dentro de mim. Outro dia éramos todas adolescentes! É natural ter uma vida adulta agora, estar perto de ser mãe, mas isso não impede de me surpreender com o quanto a vida é rápida. Voltar a lugares frequentados na adolescência então, me traz muito mais essa sensação. Ali é um exemplo, com toda aquela áurea da Av. Bandeirantes. Quando entramos para comer, pedi aquele suco de sempre no Néctar: morango, laranja e kiwi. Lembrei até do dia seguinte ao que beijei seu pai. Era um sábado, fevereiro de 2002, e estive lá no início da tarde, depois do Minas 2...
Na conversa, falamos dos bebês, dos quartinhos, dos projetos de vida. Érika começou uma faculdade nova, na área de áudio visual, e agora está disposta a levar em frente. Renata e Dini já estão planejando filho para o ano que vem... Alê ainda não decidiu o nome do bebê, mas disse que deve ser Gustavo, porque o pai ama. A gente se divertiu. Foi muito bacana revê-las. Fiquei feliz com o empenho de cada uma no encontro. Só não ficamos mais porque a gente tinha o almoço na família do vô Marcos. As fotos ficaram lindas... pena que não dá para colocar tudo aqui. Vamos fazer um álbum bem bonito para deixar tudo registrado.

O jantar de Natal com a família De Paula




A vó Paula passou o sábado todo trabalhando, sem trégua. Fez o frango ao catupiry, o pudim de sobremesa, arrumou as coisas, tudo, tudo... quando chegamos da rua já estava quase tudo pronto para a chegada da família. Além dos tios e primos, ela chamou a Marcinha e o Palhinha e a Marise, a primeira chegar. Pouco depois, tio Júnior e Sônia apareceram com o Henrique, que está um gigante! Ela contou que lê o seu blog com frequência. Foi graças a ela inclusive que não deu problema com o jantar. A vovó esqueceu que a gente ia se encontrar com o vô Lu no domingo e marcou com a família toda no mesmo dia e no mesmo horário. A Tia Sônia leu no blog e ligou para lá... às pressas, a data foi mudada. Todo mundo foi chamado para se reunir na noite do sábado. Ufa, ainda bem. Tio Júnior disse que eu falo demais... porque tenho paciência para escrever tudo aqui, mas ele elogiou.
A casa encheu e você ganhou vários presentes. A pena foi que o vô Alexandre não estava lá, só chegou de viagem no domingo cedo. Dona Sarah foi e levou uma mantinha bordada linda, de piquê. Ela é uma fofa. Marcinha deu uma toalhinha para colocar no ombro depois das mamadas e um babadorzinho lindos. Tia Patrícia, Jorge, tia Heloísa, tio Helder e Eliane chegaram juntos. O André está enorme: com 8 meses, um chumbinho. É a coisa mais fofa e tranqüilinho, não deu trabalho. Dos primos, além dele, só estavam Matheus e Daniel. Gabriel estava trabalhando e Alícia, viajando com o pai. Tia Heloísa deu uma manta anti-alérgica branca com azul linda. Dá para levar para a maternidade. Eliane mandou bordar o seu nome numa toalha de rosto, que combina com uma de capuzinho. Lindas! Tia Patrícia não se esqueceu do brinco de estrelas que eu elogiei na orelha dela no ano passado!
Ficamos lá conversando, todo mundo impressionado com o tamanho da barriga. Tia Patrícia disse: "Gente, eu cuidei dessa menina... agora grávida!" E ficou contando uma história dos danoninhos. Ela confessou que ficava com 2/3 do conteúdo e me dava só um pouquinho. Ah se a vó Talícia soubesse... tirava ela da função! rs. Pena que ela não está mais aqui... mas certamente está vendo tudo, acompanhando a família, orgulhosa da união. Ela ia amar te segurar nos braços, Rafael.
O jantar estava uma delícia. Ficamos até uma hora da manhã juntos. O vô Marcos passou com a Ju para dar um abraço. Ele chegou da Bélgica naquele sábado mesmo. Levantei o vestido para mostrar a barriga no hall do elevador e ele tomou um susto, de tão grande que tá.

Larissa e João



Saímos do restaurante quase correndo para encontrar a Larissa, que ligou dizendo que o João tinha acordado e que estava passando lá na vó Paula para nos ver. Nossa, quando ela chegou com o João eu não acreditei! Ele está enorme! A Larissa já chegou falante, dizendo a ele que tinha um bebê na na minha barriga. Ele logo disse: "Deixa eu ver a sua barriga!" Que esperto! Eu quase levanto o vestido na portaria, de frente para a rua para mostrar. Subimos e ele logo se adaptou. Com o Pedro lá também, foi mais fácil. Eles levaram vários presentes. Ela me deu aquele CDzinho com as músicas infantis personalizadas, com o seu nome, Rafael, em todas. Amei!!! Já tinha pensando que precisava ter esse disquinho mesmo. (ontem, uma semana depois, eu e seu pai ficamos ali no seu quarto ouvindo as músicas... ele até se emocionou!). Te deu também um sapatinho anatômico que é a coisa mais linda do mundo, dá vontade de morder! A gente ficou lá conversando e ela contou da vida, do crescimento do João, que deve se mudar para o Instituto da Criança em breve... só de pensar que eu estudei lá ... é muito curioso isso, como o tempo passa rápido, meu Deus! Depois contou da história dele caindo do cavalo recentemente na fazenda do avô. Ela disse que ele foi arremessado longe e que, na queda, ela só pensava: "Meu Deus, não deixe o meu filho aleijado!" hahahha. Engraçado de ouvir, mas deve ter sido punk. Lembrei da história da sua vó Paula com o Pedro, lá em Águas Santas. Ela andando com ele no colo e, de repente, a vaca de aproxima e dá uma cabeçada no pacotinho (ele embrulhado) e joga o bebê para o alto. Caiu com tudo no chão, por sorte estava embrulhadinho e não teve nada. Sequer acordou, se não me engano. Nas duas horas que eles ficaram em casa, o João conversou... falou do cavalo, o animal que ele mais gosta, mostrou o machucado no bumbum, falou da mudança de colégio, disse até que lá tem uma cobra, entre outras coisas... eu só pensando no tanto que ele é fofo, no tanto que a relação com a mãe é importante para o desenvolvimento e, principalmente, que em breve vamos ter um aqui em casa... Gente do céu, que coisa incrível! Foi uma delícia.

O almoço com a Bia e o Euzébio

Tia Bia, eu e você (na virada para a 28a semana - o início do sétimo mês)

Mamãe, papai, Tia Bia e Euzébio

Tio Pedro e Bia rachando de rir do atropelos do paparazzo


Planejei um encontro com as amigas no almoço do sábado: seria uma oportunidade de revê-las, mas com os retornos ao convite, já sabia que o quórum seria baixo. Apenas Larissa e Bia confirmaram. Acabamos indo na Cia do Boi, porque o tempo estava feio, tinha chovido um pouco e não valia a pena ir tão longe, no Rancho do Boi, para pegar o céu fechado. No fim, o João da Larissa dormiu e daí só fomos eu, seu pai, o tio Pedro, a Bia e o Euzébio. Foi super gostoso. Seu pai o Euzébio conversaram muito... eu e a Bia colocamos parte do papo em dia. Dois dias depois ela escreveu um email dizendo que não parava de lembrar do Pedro dizendo que, uma vez, a vó Paula tirou sangue no braço dele porque ele não quis comer um angu! E o que pai dele disse que nos Estados Unidos aquilo dava cadeia!!! É engraçado mesmo. Ele contando, então... pense!
A Bia estava linda, como a foto mesmo atesta. Chegou numa hora que a gente foi falar de filhos. Ela disse que tinha que chegar a um acordo com o Euzébio antes de encomendá-los e registrar em cartório. Um exemplo? Ele acha que criança tem que estudar em escola pública! Ela é totalmente contra. Eu disse para nem gastar energia com isso, porque escola pública nesse país infelizmente não é opção e que, na hora que os filhos deles chegassem nessa fase, o pai ia reconhecer. Ela não confia e acha melhor deixar tudo combinado antes que eles engravidem... eu e eu seu pai não combinamos nada com relação a pontos de vista diferentes. A gente vai negociar quando você nascer mesmo. Quer dizer, de algumas coisas eu não abro mão, tipo cheiro de cigarrilha em casa com você bebê. Credo! Bem que teria sido bom registrar em cartório esse e outros termos, como: não pode deixar o filho dormir mais de um dia na semana sem escovar os dentes... Brincadeira, só para provocar seu pai.
Ficamos lá até umas 5h30 da tarde... daí fomos tirar umas fotos. Como diz a Bia, seu pai atropelou o Euzébio. Saia tirando fotos, andando de um lado para o outro para registrar uma mesma pose e passando na frente dele, que estava lá registrando o momento a pedido dela. Ele nem percebeu e agora, ao ler o texto, ainda disse que eu estou inventando. Ficou triste com o relato aqui.
Bem, pelo menos a gente manda as fotos para ela guardar, né? Algumas ficaram bem bacanas. Depois do Natal eles vêm para SP, daí a gente ainda vai se ver por aqui. Deu pra matar a saudade.

A chegada para o Natal antecipado em BH




Rafael, foi só alegria. Seu pai, eu e você fomos na noite do dia 12, uma sexta-feira. Eu naquela ansiedade, né? Imagine, barriguda, há quatro meses sem pisar na cidade, sem ver a maior parte da família desde o início do ano... o coração palpitava só de pensar. A vó Paula e o tio Pedro nos pegaram no aeroporto. Assim que nos viu, o Pedro veio correndo para o abraço. Foi tão espontâneo, que eu adorei. De repente ser surpreendida com ele correndo na minha direção. Como eu amo esse irmão! Caía uma chuva torrencial em BH, deu até medo... mas a gente foi para casa conversando o tempo todo. Sua vó percebeu que eu estava preocupada, porque eu dizia: "Mãe, vai devagarinho!" Ela: "Tô indo filha, mas não tenho medo de chuva!" Engraçado, porque eu tenho! O Pedro foi atrás, comigo, segurando a barriga, para te sentir mexer. Ele foi felizardo, sentiu algumas vezes ao longo do fim de semana. Chegamos em casa tarde e eu já estava morta de cansaço. Nem aguentei sair para encontrar a Bia, que nos chamou para ir na tal Enoteca, que acabamos voltando sem conhecer. Se dependesse do seu pai a gente tinha ido, mas eu não consegui. Também, só de estar em casa, em família, eu já estava mais do que feliz. Seu pai e o Pedro ainda jogaram um video game lá... e eu a vovó conversamos um pouco. Antes de dormir, pedi para ela deitar lá comigo um pouco e logo chegou o paparazzo. Fez fotos lindas da gente juntos. A cara dos três já demostra o deleite... estar em família não preço!

18 de dezembro de 2008

Atrasada nas notícias

Não falta vontade de escrever pra contar sobre a nossa ida para BH no Natal antecipado... mas foi tão maravilhoso, que o relato merece uma dedicação especial. Desde que a gente chegou de volta a SP, está impossível usar o computador lá de casa (escrevo rapidamente do trabalho). Primeiro foi a poeira na arrumação para liberar o seu quarto, Rafael, para a chegada dos móveis nesta quarta-feira - berço, cômoda, cama-auxiliar - e agora, com a ida da cama de casal de "hóspedes" para o quarto do computador, a máquina está desativada. Hoje peço o seu pai para ligá-la. Até eu não aguento de vontade de deixar o registro por aqui.
A Bia acaba de mandar uma mensagem cobrando notícias, já que, como ela descreveu, "nós leitores precisamos do diário". Ah, também já pediu as fotos do encontro. Detalhe: meu msn acaba de piscar na conversa com ela, porque eu disse que ia escrever brevemente aqui. Ela fez: "só não pode (o texto) ser da minha ansiedade". Não é da dela... eu também estou ansiosa para contar tudo.
Filho, foi pleno!!! Eu, seu pai e a família amamos... e as amigas também demostraram um prazer enorme em nos encontrar. Tem mais: todo mundo adorou o barrigão!
Prometo que vou escrever aqui para contar as histórias logo, logo... Aos queridos que passarem por aqui, aguardem! Ah, as fotos também ficaram lindas. Vou anexar algumas.
Sua mãe.

12 de dezembro de 2008

As amigas que faltavam...

As outras também responderam.

LARISSA:
" Pri! Óbvio que eu vou! Estou lá. Já decidiu onde? Pode ser onde tem brinquedo???
Rancho do boi tem! "

COMENTÁRIO:
Fiquei felicíssima. Saudade dela e do fofo do filho, que deve estar encantador. Imagine, da última vez que a gente se falou ela contou até que ele estava cantando...


ALESSANDRA:
" Oi, Pri,
Vamos ter um churrasco neste sábado, mas de qualquer forma mande notícias de onde vocês vão estar que eu vou dar um jeitinho de ir!! Tô doida pra te encontrar!!
Um beijão
Alê"

COMENTÁRIO: Tomara que ela apareça, afinal estou também estou curiosíssima para ver o barrigão. A Alê tá com duas semanas de diferença... o bebê dela, que também é um menino, tá previsto para nascer duas semanas depois de você, Rafa.


RENATA:
"Oi Pri,
e o Rafael? Só crescendo? Entrei no endereço que mandou e vi sua foto grávida, está linda. Curtindo bastante?
Eu infelizmente não posso nem sexta à noite nem sábado durante o dia, na sexta tenho amigo oculto da construtora que trabalho e no sábado tem churrasco em Lagoa Santa da Vale, e é o dia inteiro. Seria uma ótima oportunidade, além de te ver, rever também o pessoal que não vejo há anos, Bia, Renata Mendes. Bom, deixa pra próxima, final de ano é complicado. Você não tem previsão de vir tão cedo? E quando o neném nascer?
Feliz Natal e Ano novo para vocês três e boa hora no nascimento.

Um grande beijo,
Renata"

COMENTÁRIO:
Pena que ela não vai poder... agora é doida mesmo, gente. Como assim desejar uma boa hora no nascimento? Faltam quase três meses ainda! O Feliz Natal a gente já comemora logo, mas será que até você vir ao mundo a gente não vai se falar mais?

ÉRIKA, a última com quem consegui falar:
"Que horas voce chega? Dependendo vem almoçar aqui? ou lanchar? ou jantar? me avise, se voce quiser eu peço pra Lúcia fazer o seu prato favorito...
Estou no aguardo!
Erika"

COMENTÁRIO:
Ela disse que não poderia ir, mas a gente faz questão... ela é nossa convidada e, se Deus quiser vai aparecer sim. Também, depois do tanto de vezes que ela ligou nesses últimos meses para saber de você... disse até que ia pegar um ônibus numa noite de sexta para ficar um pouquinho aqui com a gente. Mas a mamãe tá trabalhando tanto, que não conseguiu recebê-la ainda. Vamos matar a saudade em BH.

É hoje filho que a gente viaja!! Não vejo a hora de rever a família e as meninas.
Vamos lá.

9 de dezembro de 2008

As amigas toparam

Rafael, algumas amigas já responderam logo no dia seguinte. Resolvi deixar registrado aqui as mensagem, para o futuro.

DA DRI:
" Nossa, Pri!!! Você tá grávida!!!! Que sucesso!!!! Nem consigo imaginar.
Eu vou estar em BH na sexta-feira. A minha irmã vai se casar na quinta lá na capela do Retiro. Vou ficar em BH na quinta e na sexta e volto no sábado de manhã para o Rio pois no domingo vou no show da Madonna. Vou fazer de tudo para te ver na sexta à noite pra ver se a gente consegue colocar um pouco da fofoca em dia, né?
Me manda seu telefone para eu poder ligar e combinar com você.

Beijos e MUITAS saudades!!!!!
Dri"

Comentário: Adorei a mensagem e a coincidência dela estar em BH também. Só para explicar, a Dri é uma amiga antiga... mas não nos vemos há muitos anos. Talvez a última vez tenha sido no nosso casamento, em Março de 2003. A gente dividiu uma boa época da vida juntas, a de ex-intercambistas do Rotary. A Dri morou no Japão (o máximo!) e a gente ia pra todas aquelas festas e churrascos do Rotex juntas. Saudades daquele tempo.

Quanto ao Show da Madonna, a gente também pensou em ir aqui em SP, mas eu nem insisti tanto, afinal, imagine enfrentar aquela multidão, na pista, com barriga de 7 meses de gravidez. Eu e seu pai achamos que não seria uma boa...

AGORA A BIA:

"Olá Pri!
Adorei o convite, e claro que já topei!!
Beijos e saudades
Bia"

Comentário: Ela foi breve e objetiva porque a gente se fala com mais frequência. O Euzébio, maridão, também topou: "Show de bola!!!", respondeu.

E A CLAUDINHA TAMBÉM:

" Oi Pri, adorei a idéia do almoço! Que bom que avisou com antecedência, pois não tenho checado meus emails com frequencia pois estava ficando mais na casa da mãe do Augusto e lá não tem internet, bom ter notícias !!!vamos nos encontrar, no dia 12 e 13 a noite tenho festa, vamos almoçar sim.
beijo a todos(vc, marco e rafael)".

Comentário: Ai, a Claudinha também é uma querida. E, para a minha tristeza, voltou a morar em BH há dois meses. É verdade que quando ela estava aqui em SP a gente pouco se via... mas quando nos encontrávamos era super bacana. De vez em quando, em fins de semana de plantão, eu passava lá na casa dela. A última vez que nos vimos eu dei a notícia da gravidez... ainda no segundo mês. A gente estava lá no América almoçando. Ela vibrou. A Claudinha também é uma amiga do Rotex que ficou. A gente não curtiu a mesma fase do grupo juntas, mas nos encontramos algumas vezes e nos aproximamos. Como ela é daquelas que faz questão de encontrar, sair juntas e te incluir em tudo (como a Bia), a gente acabou virando amiga. Tomara que ela também vá ao almoço.

Bom, agora faltam algumas respostas, mas já fiquei animada com o retorno das meninas. Sábado então vai ter festa!!! Oba, Rafael!

7 de dezembro de 2008

A convocação das amigas

Rafael, a mamãe tá tentando marcar um encontro com as amigas de BH no próximo fim de semana. A gente vai pra lá antecipar o Natal na família da vovó Paula e do vô Marcos... ver o Tio Pedro (irmão), as tias, os tios e os priminhos. Ah, tem o seu bisavô Lu também, que está ansioso para a sua chegada. E ainda a vó Sarah e o vô Alexandre! Vai ser uma delícia rever todo mundo.

Acabo de mandar um email para as meninas, para ver se elas se animam...seria bom, né? Faltou falar com a Érica, que não atendeu em casa e de quem não tenho o email.
Vai ser uma alegria poder reencontrá-las. Abaixo, o registro da convocação. (As que passarem no blog podem se sensibilizar com o pedido do encontro).


"Meninas queridas,
e eu o Marco vamos para BH nesta sexta-feira, dia 12, para um Natal antecipado com a minha família (vou estar de plantão na data).
Quero marcar um encontro com vocês para matar a saudade, jogar conversa fora e para que vocês conheçam o Rafael, que tá crescendo na minha barriga! obs.: Além da Alê, tem mais alguém grávida? Larissa e Renata, levem os filhotes!
Gostaria de saber o que acham de marcarmos na sexta mesmo à noite... ou então, no sábado, por volta das 14h acho que pode ser a melhor opção, né?!). Se topassem almoçar juntas (com maridos!), seria bacana. Podíamos combinar no Rancho do Boi (lá perto da Mannesman) ou na Cia do Boi da Pium-í. Ou em qualquer outro lugar legal, que vocês conheçam. Não só aceito, como preciso de sugestões! obs.: Bia, você é boa nisso!
Sábado à noite tenho jantar com a família materna e no domingo, almoço com a paterna. À noite já voltamos para SP. É um bate-e-volta, por isso gostaria de um empenho de vocês nesse encontro. Estou com saudades e voltar a BH antes do nascimento do bebê será coisa rara.
Aguardo notícias.
Quem quiser conhecer um pouco da história da gravidez, é só entrar no blog do RAFAEL: http://mundorafael.blogspot.com"

Se der certo, vai render um capítulo aqui.

6 de dezembro de 2008

Vigésima sétima semana

Olha só Rafael o que a mamãe recebeu por email... para aprender um pouquinho como está a sua vidinha dentro da barriga:

"Você finalmente chegou à reta final: o último trimestre! O bebê está crescendo num ritmo constante, preparando-se para o tão esperado dia do nascimento. Ele vai ganhar peso rápido nas próximas semanas, o que quer dizer que sua barriga vai crescer tão rápido quanto. Com isso, é provável que você se sinta mais cansada e até com falta de ar. O bebê também começa a agir mais como um recém-nascido. Abre e fecha os olhos, dorme e acorda a intervalos regulares e pode chupar o dedo. Soluços são muito frequentes, e explicam aqueles pulinhos ritmados que você sente de vez em quando."

Mais: "Seu bebê está pesando quase 900 gramas, com um comprimento total de 37 centímetros. Os olhos abrem e fecham, ele dorme e acorda em intervalos periódicos e pode até chupar o dedo."

Agora vamos às confirmações: a falta de ar já está batendo... aparece de vez em quando e de repente. Por isso que grávida tem preferência em fila de banco, mercado e em todo canto. Tem muita gente cara de pau, que finge não ver, mas quando o funcionário te avista é uma maravilha! Ê beleza...

Sua atuação:
Os seus chutes parecem cada vez mais constantes. Hoje você mexeu tanto de manhã e à tarde na festina da Maria (antes da mamãe vir para o plantão), que seu pai nem acreditou! Quanto aos soluços, ainda não percebi. Tomara que você não seja igual a mim, que soluça desde pequena por qualquer motivo ( a vó Paula é que fala que eu sempre fui assim). Quanto à vidinha de bebê, não vejo a hora de fazer o próximo ultrassom... quem sabe num take 3D você não abre os olhinhos, né? ´

A gravidez tá uma delícia. Ah, a Dra. Paula falou mesmo na consulta da última quinta que eu não tenho idéia do tanto que a minha barriga ainda vai crescer. Gente, como cabe?! Rafael do céu... qual será o tamanho que ela vai alcançar, hein?!

30 de novembro de 2008

A paradinha da bateria

vigésima quarta semana



Tum. Tum, tum... há três semanas tem sido assim. De repente você me faz parar tudo para te sentir mexer! É uma delícia. A movimentação começou intensamente na quinta-feira em que o seu pai estava viajando... eu delirei quando senti a primeira batida. A gente fica sem saber se de fato são as movimentações do bebê, mas você repetiu os movimentos sem deixar dúvidas de que estava sim começando o período mais gostoso de todos até agora: o dos chutinhos! Ou, como eu tenho costumado descrever, o da PARADINHA DA BATERIA... bateria de escola de samba, claro!
O seu avó Marcos, quando mandei uma mensagem dizendo que vc estava se mexendo muito, disse que seria o seu técnico de futebol! rs. Mas eu tô pra dizer que você talvez seja bom em esportes como volêi ou boxe.... ha! (esse não, né filho!). O negócio é que você mexe de ambos os lados do umbigo e, muitas vezes essas mexidas não são tão distantes uma da outra. Ou seja, não daria tempo de você se virar todo para chutar dos dois lados... concluo que você tem dados chutinhos e soquinhos! Que delícia. Ou se espreguiçado também... pode ser, né?
No trabalho, lá por volta das 9h30 da manhã você começa... e eu paro um pouco para te sentir com a mão também. Dá um prazer! A minha cara já denuncia, porque, às vezes, as pessoas perguntam: "tudo bem?". Eu digo: "O nenem tá mexendo!", toda orgulhosa. Depois, ao longo do dia mexe de novo. Quando estou deitada, assistindo TV, sempre sinto. Quando a gente está em casa, eu grito pra o seu pai: "Tá mexendo! Vem ver!". Ontem, sábado, dia 29, meu primeiro de folga depois de trabalhar um mês seguido (dois ralis e um plantão), seu pai te sentiu bastante. Ele fica tão feliz. Primeiro diz: "Óh!" e depois: "Vai Rafael... chuta mais aí!", com alegria. Mas no início, logo naquele domingo que ele chegou de viagem com as compras, ele se frustou. Eu já tinha dito que você estava se mexendo bastante... daí, durante a abertura das malas e dos presentes, você começou a mexer... mas quando o seu pai foi te sentir, você parou. Nem eu acreditei! Ele deitou na minha barriga, no chão, encostados no sofá e você nada. Ele até cochilou. Eu fiquei decepcionada, porque queria muito que ele tivesse o prazer que eu já estava tendo há alguns dias. Ele ficou frustrado que chegou para sentir e você parou de mexer. Ficava dizendo: "Vai Rafael... mexe aí, cara! Vai! ", te cobrando. Eu dizia: "Assim não pode, você vai pressioná-lo!", já acreditando que essa psicologia possa ter algum efeito. Mas agora você não se intimida mais. Prova disso foram as inúmeras mexidas que deu ontem, principalmente à noite, enquanto assistíamos um filme locado (eu logo me entreguei, de sono). Você mexia tanto, que nem seu pai acreditou. Foram várias paradinhas...

Olha o Rafael aí, gente!

Quem também ficou feliz de sentir os seus movimentos foi a Fê, sua irmã, que esteve aqui em casa com a gente na quinta. Pena que vc só mexeu um pouquinho... tem de se mostrar mais pra ela, que está curtindo bastante a idéia da sua chegada na família.
A vó Paula não vê a hora de sentir. Eu ligo dizendo: "Mãe, o nenem não pára de mexer!". O vô Marcos, agora morando na Bélgica, vai ter a oportunidade em breve, no Natal. Lá no trabalho, quando dá eu páro e mostro para alguém.
Seu pai leu outro dia, no nosso livro - Conhecendo meu bebê - que lá pelo oitavo mês, as movimentações se interrompem, porque o bebê se encaixa para a posição do parto... então temos mais um mês e meio ou dois de alegrias, para te sentir. Essa semana tenho consulta com a Dra. Paula e vou pedir um ultrassom só para gente te ver. Quero ver o seu rostinho, saber do seu peso... do seu tamanho. E, quem sabe, você não dá uma mexidinha durante o exame, né? Vai ser bacana.

17 de novembro de 2008

Mágica para caber tudo





Rafael,
olha só como o seu pai teve que se virar no carro a caminho do aeroporto, em Nova Jersey. Ele tinha 5 volumes, deles, três eram caixas (carrinho, bebê conforto e bercinho portátil)! Ficou até nervoso com o perrengue que foi, mas deu tudo certo. Fica como história...história engraçada.

Ele vai contar mais como foi...

16 de novembro de 2008

A última noite em Nova York



Rafael, seu pai já está no espaço aéreo brasileiro e deve estar chegando a SP na próxima hora, mas a Tia Manu mandou fotos ontem à noite e a mamãe resolveu postar aqui. As histórias da viagem o seu pai conta depois...

A loiraça da foto é ela, nossa querida e melhor amiga de Maceió, que ajudou o seu pai por Nova York. Ela escrevia contando dos achados - roupinhas da Polo Raulph Lauren por 14 dólares, entre outras coisas. Ao lado, a Iolanda, amiga da Myrtes, que também estava lá durante essa semana. Seu pai disse que foi divertido... ah, e só foi graças a ela que coube tudo na mala. Que ajuda, hein!? A foto foi tirada na sexta-feira à noite, num bar chinês, lá em Manhattan, segundo o seu pai.
P.S: Se você pudesse ver a foto agora, tenho certeza que também diria: "Cadê o sorriso, pai!?"

Em breve, mais histórias dessa aventura para o seu enxoval!

15 de novembro de 2008

Muita movimentação... aqui e lá.

Rafael,
a mamãe resolveu deixar registradas aqui as mensagens que a gente recebeu nesta semana, com as notícias do seu pai. Hoje é sexta-feira,dia 14/11/08, agora falta pouco para ele voltar... mas durante esses 7, 8 dias, a gente não conseguiu se falar tanto. O que ele andou lá não está no gibi, pelo que dá para constatar:

mensagem do dia 08/11 - recebi lá em Fortaleza, no sábado:
"Oi meu amor, cheguei bem e já fomos às compras com Manu e a tia dela! Já comprei metade... o sapo é o máximo! O carrinho chega segunda! Te amo, bj"

Imagine, ele chegou lá no sábado pela manhã. Gastou um pouco mais que eu gastei para chegar ao Ceará. Nem deve ter dormido e já saiu para comprar, como ele mesmo registrou no primeiro email que mandou de lá.

Oi meu amor, falo aqui de NY, do apartamento da Manu e do Renan... superbacana, enorme, e com uma vista linda! Hoje de manhã, logo depois que cheguei, saímos para tomar café no carrão do Renan (novinho!) e depois ele nos deixou na Toysrus aqui de
New Jersey, que tem taxa mais barata. Compramos vários itens, inclusive o sapo, que é enorme!!!! O carrinho chegou mas como não havia ninguém eles deixaram um aviso que entregam na segunda às 5 da tarde. O bebê conforto ainda não veio. Comprei o bercinho de armar, pesado que só vendo, grande mas lindo... Agora à tarde, ainda são
12h30 aqui, vou bater perna em Manhattan, quem sabe encontro o Wagner, porque o Renan e a Manu tem compromissos aqui... A tia da Manu está aqui também, muito simpática, e coube todo mundo! Depois escrevo mais. Comprei um cartão pra te ligar, vou deixar para mais tarde ou amanhã, quando você tiver em casa. Quando cair na cama
vou desmaiar, mas por enquanto estou firme aqui para dar mais uma
volta....
Um beijo,
Marco
1) estou adorando comprar aqueles badulaques, aquelas bugigangas, mordedor, chupeta, mantinha, babador, tem cada coisa, dá vontade de comprar tudo.... hoje encontrei um bichinho de pelúcia lindo por.... 3 dólares...


Foi uma delícia receber o email... eu fiquei delirando enquanto escrevia os offs do rali, lá na recepção do Quality, na Av. Beira Mar.

Depois, no dia seguinte, teve mais torpedo - 09/11:
"Pri, meu amor, comprei quase tudo. Supersupersuper!!! Você e o Rafinha vão adorar! Estou agora passeando por Manhattan com os dois amigos grávidos, Wagner e Adson. Eu te amo e estou com saudades. E NY é o máximo!"

Um privilégio né, filho, ele poder viajar para comprar suas coisas. Mas dava até gosto de ouvir e saber que tudo lá é bem mais barato, apesar da crise financeira mundial, que pegou todo mundo de surpresa. Pra você ter uma idéia, quando eu o convenci a ir - na base de muita insistência e dizendo que eu pagaria a passagem com os frilas do rali - o dólar estava a R$ 1,70. Dois meses depois, no dia de comprar
moeda, já estava em 2,30... ainda assim, só para comparar, como pode um carrinho que lá custa 500 dólares aqui custar 4 mil reais?!


No dia 12/11, teve mais:
"Oi meu amor, ontem ficamos na rua comprando até tarde tudo do Rafa e ainda estou na rua. Vou tentar te ligar. T amo. Não diga que sou desnaturado. Fico chateado com isso. Bj no Rafão."

Aqui uma explicação: eu mandei nesse dia mensagens para ele reclamando de não ter recebido nenhuma ligação telefônica na quarta e quinta-feiras. A gente sabe que ele estava lá por conta, só pensando em você, mas eu ficava triste em não conseguir falar com ele. É muito ruim ficar sozinha do lado de cá...sem notícias.

Agora, acabamos de receber à última: 14/11, 23h30, já (mas lá eles estão a 3 horas de diferença... então ainda não é tão tarde) "Meu amor, deu tudo certo! Estou exausto, mas valeu a pena! Espero que goste de tudo. Esta cidade é especial em tudo e, especialmente, nos preços... Nosso filho, o Rafael, vai se divertir com o que escolhemos e com o que encontrei aqui, tudo lindo!"

A gente não vê a hora dele chegar! O mais legal vai ser ele te sentir mexer, né, Rafa?! De ontem pra hoje você mexeu tanto... eu fiquei numa empolgação só. No trabalho até parava para te sentir... Fiquei te apertando, para ter certeza de que não era a minha pulsação. São umas batidas fortes, repentinas, no meio dos meus batimentos, que podem ser sentidos na barriga. Ontem contei para o seu pai... e pra sua vó Paula. É uma delícia a sensação. Acho que você tá chutando e dando uns
soquinhos, afinal tem mexido dos dois lados do umbigo... ou será que são cambalhotas? rs. Amanhã a gente completa 6 meses! Seis meses, já... que delícia. Daqui a pouco você tá aí. O papai chega no domingo e, certamente, vai fazer mais fotos... vamos alimentar o blog, para todo mundo ver o barrigão dos 6 meses. Eu estou adorando!

10 de novembro de 2008

Saudades do papai



Essa foto foi tirada quando completamos 3 meses de gravidez, na primeira viagem à praia... fomos para Toque Toque, na antiga casa da Rê e do Floresta... seu pai já estava com a máquina nova e tirou inúmeras fotos. Mas hoje eu resolvi colocar esta aqui, porque ele está longe, viajando para fazer o seu enxoval. Dá uma saudade... Pelo menos está tudo bem, ele está lá feliz e a gente aqui também, né, Rafael... Nem fiquei sozinha, afinal você já é o meu companheirinho inseparável por mais uns 4 meses, provavelmente. Hoje você já foi trabalhar comigo, depois corremos na concessionária para tentar trocar a bateria do carro, passamos no correio para enviar o Final Cut para Maceió, fomos para o personal com a Paula e ufa... de tão cansada ainda com o saga do rali em Fortaleza no fim de semana, a mamãe matou a ergométrica hoje. Mas pode, né? Só engordei 4.800 gramas em 23 semanas, ou seja, menos de 1 kg por mês. Tá bonitinho assim... Vamos ficar um pouquinho aqui no computador, quem sabe seu pai não aparece no messenger, né? E enquanto isso, eu escrevo o texto-queixa para a Gol, reclamando da falta de profissionalismo daquela atendente cretina que nem se aproximou do balcão na última sexta... e me gerou problemas em cascata. A gente perdeu o vôo, sofreu horrores e passou raiva demais, né, Rafael... Não vale nem a pena gastar tempo aqui... Tem muita história bacana para contar. Ainda mais que foi em Fortaleza que a mamãe comprou o seu kit berço e kit cama-sofá de renascença que, de tão maravilhoso, faria qualquer cliente da DASLU babar... seu quarto vai ficar lindo! A mamãe não vê a hora de mostrar para o seu pai e de ver as coisinhas que ele tá comprando por lá... hoje ele já disse que comprou quase tudo e gastou pouquíssimo. Dá até gosto de ouvir!

Reflexões da vovó para a filha


Uma foto lá pelo terceiro mês


Confesso que acho esquisito esta vida virtual, porque agora todo mundo tem acesso à tudo que antes dela era assunto privado. A vida passou a ser compartilhada de maneira geral e eu ainda não sei avaliar os efeitos disso...
Digo aqui para todo mundo ler o que consigo, pois a verdade é sempre dita pela metade. Eu descobri isso enquanto advogava arrogantemente poder dizê-la toda.

Admito não ser possível dizer o que sinto a respeito da espera em me tornar uma avó.

Acho que a gente nunca vive as coisas da mesma forma que as escreve e mesmo quando já se experimentou coisas parecidas, a cada vez que se vive é sempre uma coisa nova. As minhas tardes de sexta feira, logo apos o termino das aulas do doutorado, quando você (Pri) me espera de carro na frente da PUC são de interminável prazer. Desde que voce ficou grávida que vou à SP só para vê-la.
Quando entro no ônibus, fico revivendo nossa tarde e o carinho que rola entre nós e não posso imaginar uma "mãe e filha" que sejam diferentes disto que vivemos, pois elas não sabem o que perdem...
A sua imagem grávida é algo indescritível pois vejo nela meu próprio ser na época em que a esperava. Eu te tão forte que deixava transparecer me sentia insegura porque não tinha como saber o que seria de minha vida depois de me tornar uma mãe.

Vê-la no primeiro momento de sua vinda ao mundo, ainda na mesa de parto, com os olhinhos que não me enxergavam ainda, mas eram de um puro azul celeste, me fizeram sentir uma emoção que nunca mais foi possível sentir nada igual!
Este momento é tão maravilhoso que não pode ser captado por nenhuma câmara, na medida que o que escapa à imagem é mesmo impossível de cair na linguagem...
Espero que sua experiência ao dar a luz também a marque profundamente como a sua filiação me marcou e espero que você tenha a benção de um dia também ter uma filha, pois só depois que tive um filho-homem pude ver o quanto as mulheres são diferentes e como elas são dignas no que se referem ao compromisso com a vida. As mulheres nunca verão o mundo como um homem por mais que lutem nele como um!

Se algumas não experimentam o que eu digo talvez seja porque não se tornaram mulher, já que ser homem ou mulher não é algo dado pela anatomia.
Como dizer da possibilidade dada à uma mulher que tendo o desejo por um filho possa tê-lo e sentir uma vida sendo criada dentro de si? Essa é uma experiência só da mulher e, embora não goste muito de ter nascido nessa condição, pois o mundo infelizmente é masculino, orgulho-me de ter encontrado minha mulher. É claro que isso só foi possível com muita análise e seguindo o desafio de ter que lhe educar.

Minha responsabilidade como mãe ainda está em curso por causa da educação de seu irmão, mas eu sei que também ele me proporcionará grande orgulho por ter sido a sua mãe, tal como hoje me orgulho da pessoa que você se tornou.
Parabéns minha filha, mas você não sabe o que te espera. Entre a dor e a delícia de ser mãe e mulher deixo aqui o meu compromisso de ajuda-lá onde puder, só para testemunhar o que vivi com sua avó Natalícia. Eu aprendi a doçura e a generosidade com ela. A pessoa que me trouxe ao mundo é a referência de amor que eu tenho e por isso sinto saudades dela e ninguém pode imaginar o quanto!
Tenho que confessar que nunca precisei de estimulo para viver. Nunca tive medo do trabalho e isso ainda é sem descanso!!! Nunca tive medo de desafios e nem da morte. Mas agora, vivo em função de ver o rosto do Rafael e esperar que ele grite Oh! vovó!
Um beijo carinhoso em você, a minha eterna Pretinha.
Mamãe
(vovó Paula)

4 de novembro de 2008

Invasão da Kika

Prezados Mami e Papi do Rafael;
- A invasão da Kika -
lamento mas 'tive' de invadir esta casa porque num me segurei e porque sou praticamente vossa personal-hacker. Taquei um post novo, relativo a este, que pra mim foi imensa homenagem. Agradecida, segue o que segue abaixo. Vocês podem apagar e colocar em outro lugar, caso queiram.
Amo vcs - K.

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Queridíssimo Rafael – ou: Aquele que já está aqui, mas ainda não chegou;

Pára tudo e chama a NASA! Por acaso acabei de ver que tua mãe me publicou no blog e tive aquele ataque costumeiro de “ter” de responder. Você não me conhece muito bem ainda, mas tenho muitas manias, entre elas a de responder a quem escreve – desde que mereça. Acho que você merece. Então lá vai.

É verdade que to fazendo uma coisa pra você. Na verdade algumas coisinhas – porque você ainda não sabe, mas também sou compulsiva-obsessiva. Muito prazer, Rafael, eu sou a tia Kika. Nada pode vir sozinho, meu anjo, tudo deve no mínimo ter um par. Então se escolho uma árvore, acabo levando pelo menos dez, só pra elas terem com quem conversar e ter filhos; se ganho uma cachorra, espero alucinadamente a hora dela ter filhotes e acabo ficando com nove num apartamento em que mal cabiam duas xícaras; se for pra fazer o jardim da tua casa, mando bala duma vez na garagem, na calçada, no quintal... É uma doideira sem fim essa coisa da compulsão-obsessão, meu filho. Você vai ver, ahhh vai.

Daí que quando eu soube que alguém tão importante viria por aí, fiquei pensando no famoso presente de boas-vindas, que de maneira alguma poderia ser comprado por aí, não poderia ser industrial e nem mal-feito, que isso não tem graça pra mim. Outro fato que você também não sabe é que gosto demais de fazer coisas, principalmente as que não existem ainda. Gosto de tudo que ainda não existe, Rafael. Gosto de fazer as coisas existirem e gosto que sejam muito bem-feitas. Mas também gosto de coisas que já existiram, principalmente há muito, muito tempo; principalmente as que foram feitas com qualidade, paciência de chinês pagando uma perpétua no deserto... Ou seja, eu gosto de história – em todos os sentidos desta palavra tão boa. Portanto eu pensei em te fazer alguma coisa que existe há tempos, que é feita até hoje, que está até na moda, mas que agora não é mais feita como antigamente – porque dá um trabalho do cacete, entendeu? Eu que o diga, Rafael do céu! To ficando cega e sem mão. Mas ta ficando lindinho, fica tranqüilo.

E a coisa da história também está no que podemos chamar de “motivos” da obra (to até rindo aqui, imaginando a cara da tua mãe pensando nisto). Na verdade, vou dizer o que é: to te fazendo várias histórias numa só – ou em muitas, se tudo der certo. Na verdade é tudo uma coisa só, sacou agora? A diferença é o meio. Você vai aprender nesta vida, querido Rafael, que os meios para se chegar a um objetivo são muitos. Eu escolhi um que vai poder te contar histórias, principalmente porque sei que tua mãe e pai te farão dormir ao som delas, por exemplo. O problema é que a pessoa que não sabe nada de histórias vai olhar a coisa e vai dizer: “Caracoles! Difícil saber a lógica dessa história, Kika”. E eu vou rir demais, porque apesar de você ainda não saber disso, eu também sou completamente louca. Teu presente é em estilo neo-naïf-orgânico-colorista-capira-com-traços-setecentistas-tecnologicamente-atuais, percebeu agora? Fácil. E se quiser mais uma dica, se fosse uma música, neste momento se pareceria com esta maravilha – que vou (desafinadamente) cantar pra você dormir depois das tantas, muitas histórias:

Azulão


Ou escute (e baixe) por aqui: Azulão.mp3

Pois é, Rafael. Esta tua tia maluca de pedra ta fazendo uma coisa bem comum. Tua mãe me perguntou assim: ‘mas ele vai poder pegar... porque uma coisa assim tão complicada...’ Vai poder, sim, meu filho. Não só vai pegar como vai fazer o que bem entender, até comer, se for do teu agrado. A gente nunca sabe o que uma pessoa vai gostar de fazer, até que a veja fazendo com o maior prazer, né mesmo? Então.

Na verdade, meu pequeno, trata-se de algo feito, desfeito e refeito diversas vezes para que fique pronto. As cores, naquela quantidade imensa, fazem parte da história e o material de que são feitas vieram de vários lugares do mundo. Mas duas delas eu criei aqui em casa mesmo, porque não achei por aí como eu queria. Acho que você deve estar desconfiando que, além de tudo que ficou sabendo até agora sobre mim, eu amo as cores. Quase nada é melhor que cor, Rafael. São fundamentais. Então eu misturei uns trecos aqui e fiz um amarelão-van-gogh só pra você. Vixe-maria que você vai ter de conhecer este cara, o tal Van Gogh, que eu amo também. Vai ver porque era doido feito eu. Deixa você chegar que te mostro tudo dele, tenha calma.

E chega de falar das materialidades desse tal presente. Só espero ter (in)sanidade e tempo suficientes para que tudo fique pronto à tua chegada. O mais importante é o que penso enquanto faço a coisa toda. Pode ter certeza que em cada milímetro segue um bom desejo para você. É um trabalho de humildade e boas energias, meu anjo. Fico desejando que você seja feliz, que traga mais alegrias para este planeta cheio de maravilhas e que precisa cada vez mais delas. Que seja um amante radical das árvores e das flores, que são os olhos da Natureza – como já diziam os cientistas – e que as espalhe pelo mundo infinitamente. Que seja um protetor dos bichos, que são tudo de bom e do melhor – apesar de eu odiar mariposas e baratas, se você quiser amá-las eu dou a maior força. Que você tenha inteligência brilhante e conheça o resultado antes mesmo do final da pergunta e que isso te ajude a encurtar os caminhos mais difíceis que a vida sempre teima em nos oferecer. Que você tenha sensibilidade para escolher as opções mais acertadas e que teus amigos sejam todos do bem, assim como você. Que tua saúde seja mais forte que titânio; que tua fome seja de conhecimento. Que o espaço não seja limite pro teu espírito. Que o sol seja teu companheiro e a lua teu acalanto. Te desejo, pequeno Rafael, que a vida te seja longa e quaisquer fardos te sejam leves. Tudo isto e mais um tanto eu te desejo. O resto é o resto.
E se você teimar de ser lindo, aí não terá pra ninguém.

Daí quando chegar, vou fazer feito no meu sonho: trocentos bilhões de beijinhos (você tem um cheirinho maravilhoso, pelamornideusi!) e lá pelas tantas te chamo – vamos nadar, Rafael, vamos? E você se joga pra mim com os bracinhos abertos e gargalhando desesperadamente. Êêê, lá em casa! Cresce forte aí, bebê, que to aqui te aguardando.
Love, love love...
Tia K.

3 de novembro de 2008

Eles são tudo de bom



Vô coruja no quinto mês



Vó coruja no segundo mês

Tia Kika, só para você

Ela ligou outro dia dizendo que tinha sonhado a noite inteira com você... que te beijava todo. Também, tinha passado horas aqui na véspera ajudando a gente a colocar esse blog "no ar". Ela sabe tudo de internet, Rafael... e eu e seu pai somos uma negação! Foi ela quem criou o endereço, quem configurou tudo e nos ajudou a começar a mexer. A gente não conseguia nem postar os textos, porque nosso computador é um Mac e a configuração é para PC.
Já progredimos, mas ainda falta muita coisa para conseguir fazer ficar direitinho. Trocar foto no que já foi postado virou uma novela... demora horas e no fim, não dá certo. Mas tudo bem, eu já tô feliz com as primeiras conquistas. E ela tá acompanhando tudo, porque vira e mexe me diz que viu alguma coisa por aqui. Até os erros ela viu. Imagine, chamei a máquina do seu pai de Kodak e é uma Nikon. Graças à nossa consultora e revisora para assuntos de internet, de animais e de jardim (foi ela e o Marcus que nos ajudaram a plantar tudo aqui), eu fiz as correções.
E tem mais: há meses ela se dedica a uma obra interminável, que só deve ficar pronta quando você nascer. Passa os dias ocupada com esse trabalho. Só de cores usadas nas peças da montagem são mais de mil! Como assim, mais de 1000? Eu nem conheço tudo isso de cor!?
Já chamou eletricista, já levou o Marcos Aurélio para a 25 de Março pra comprar material, já fez de tudo. Tá achando que é brincadeira?
O projeto, no entanto, é um mistério. Ela começou na obra quando o seu pai espalhou a notícia da gravidez, logo no primeiro mês, provalmente. Um dia ligou para perguntar se era menino ou menina. Quando eu disse que era o Rafael, ela vibrou. Falou que é o nome que ela mais gosta e depois disse que já estava fazendo tudo azul, achando que seria mesmo um menino.
Quando ao trabalho, só contou que é uma coisa "muito, muito, muito antiga, mas que ninguém tem", nas palavras dela. Eu disse que nós amaríamos só pela dedicação, mas estou certa que será algo de cair o queixo. Será que a gente vai ter espaço para deixar à mostra? Ela já disse que um quarto da casa dela está todo ocupado com a surpresa.
Pela forma como ela descreveu, eu disse que devia ser um presépio ou a Arca de Noé. Ela riu... mas confesso que não tenho nem idéia do que seja. Também, não quero saber. A surpresa vai ser bacana.
Ah, mais uma coisa: Quanto a chamá-la de tia, ela fez uma concessão. Fez questão de dizer que ninguém a trata assim e disse: "Só o Rafael vai poder!".

(Kika, coloque uma foto sua aqui, para gente, vai!!!! O blog precisa!)

Tia Bia

Ela me matou de rir com o recadinho que deixou no seu blog, abaixo do texto sobre a translucência. Disse que eu sou maluquinha! Devo ser mesmo, né?! É cada história... Essa tia você vai curtir. Pena que ela tá longe...
Bem, ela soube que você era uma sementinha antes do segundo mês. A gente se falava e ainda se fala pelo MSN com uma certa frequência. Ela vive contando as histórias das amigas dela de BH, dos pais (o Zé Milton e a Alzira são uns fofos), do Du com a Aline, do casamento com o Euzébio (com Z, viu!?), e sempre perguntava da gente. Ela sempre gostou muito do seu pai. Daí, um dia, eu resolvi contar sobre a aventura da ovulação. Foi bacana... ela comemorou. Eu pedi segredo, já imaginando que talvez ela não se aguentasse...afinal, é duro não falar para ninguém que a amiga tá grávida, né? Mas ela foi discreta... depois da translucência, perguntou: "Então Pri, agora já posso contar?" Eu disse: "Se é que você conseguiu não comentar com ninguém - coisa difícil - pode sim". E ela confessou que já tinha falando só para algumas pessoas. É claro, né, Rafa! Eu também não sei se resistiria. Imagine quando ela engravidar? Vai ser uma festa... vou contar para todo mundo!
A Bia é uma amiga desde a época do intercâmbio. A gente se conhecia pouco no colégio, mas por causa da Renata, ficamos amigas. Até durante o meu intercâmbio, a gente trocou uma ou outra correspondência. Quando voltei, começamos a sair muito e viramos amigas. Ela é daquelas que não mede esforços por um amigo... se empenha, se dedica, se doa. Faz questão de ter por perto. A família, de tão bacana, conseguia reunir todo mundo por lá. Os pais vivenciavam a nossa juventude... Festas, churrascos, jogos de Copa do Mundo... sempre tinha bagunça na casa deles. Os dois nunca se incomodaram, ao contrário, faziam questão de receber. Naquela casa gostosa, acabava todo mundo ficando por lá mesmo. A gente saia muito juntas, temos muita história para contar. Na época da PUC, ela foi a primeira, talvez a única das amigas mais próximas, a ganhar carro. Vivia dando carona! Eu não me esqueço do tanto que reclamava do ar do Vitara dela. Eu sofria de frio. O vô Marcos dizia que eu tinha que andar em carro ferrado, mesmo... passando calor. Imagine, não gostar de ar... Mas a tia Bia abaixava, dava um jeito de abrir a janela para me aliviar. rs. Lembro também do CD do Jorge Aragão, que devia ser um dos que tocavam mais nos últimos anos da faculdade. Eu fazia jornalismo, ela era vizinha de prédio, na psicologia.
E as passadas nos cruzamentos sem freiar, quase... gente, me lembro de uma no Santo Antônio que foi uma aventura... ela ia, sem se limitar. Só depois reparava na placa. Isso ainda no carro preto, antes do jeep.
O episódio mais engraçado foi o do amigo oculto que ela arranjou com as meninas e me convidou. Aquilo foi cômico! Que saudade... gente, teve inimigo oculto também. Eu tirei ela! hahahahhaha... não me esqueço da mão à lá Casseta e Planeta do "Não solte pum no elevador!"... E a touca que a Lúdi ganhou? Preta, cheia de coisinhas coloridas - na época não existia chapinha! Foi muito divertido. Não dá para descrever. Só sei que até hoje não tenho cópias das fotos.
Bem, depois, quando comecei a namorar seu pai, ela curtiu. Gostava dele desde o começo. No nosso casamento, foi a madrinha mais linda! Estava com um vestido de cetim vermelho causando furor! Arrancou elogios de todos... as fotos do álbum não me deixam mentir.
Em 2006, ano da COPA, ela se casou com o Euzébio, que também é um cara super bacana. Foi a nossa vez de sermos os padrinhos.
Hoje a gente mantém contato, mas se vê pouco, né? Afinal, eu tô aqui em SP, ela lá em BH. Mas quando vou à cidade visitar a família, sempre ligo para ela. É uma amiga de quem sinto falta e que tenho prazer em ver. Seria uma maravilha se a gente morasse perto, se a gente pudesse dividir o dia a dia. Compartilhar histórias da vida de casadas e de mães, no futuro... ela diz que vai encomendar um amiguinho/a para você só daqui uns 3 anos...
Enquanto o tempo nos distancia, a gente vai matando a saudade como dá... e ela, acompanhando um pouco da sua história por aqui.
Bia, você é uma amiga de ouro! Prepare-se... Rafael tá vindo aí.

Vó Paula e Vô Marcos






Eles são marinheiros de primeira viagem, como eu... e estão curtindo igualmente a novidade, tanto quando nós dois, eu e seu pai. A vó não tem outro assunto, como ela mesmo confessa. O vô também está super feliz com a sua chegada. Dá dor no coração só de pensar que a gente não mora perto deles. A vovó já disse que se estivéssemos em BH ela passaria diariamente para dar uma mordida em você. Desde antes da gravidez, já ficava me incentivando a liberar logo, a não me preocupar mais só com trabalho e outras coisas, para curtir a experiência de ter um filho. A verdade é que ela estava igual ao seu pai: não aguentava mais esperar! Queria um neto de todo jeito. Imagine, quando chegou de Paris, em janeiro deste ano, estava tão feliz, realizada, que disse que se morresse, morreria feliz... que se não fosse pelo Pedro, ela poderia ir tranquila, porque eu já não precisava mais dela (já tinha me tornado uma mulher, bem orientada) e ela já tinha feito de tudo na vida. Eu fiquei boba com aquilo e logo disse: "Mãe, mas e o neto?" Num piscar de olhos ela disse: "Nossa, é mesmo... eu ainda tenho que viver muito!". Tá parecendo a vó Talícia, que estabelecia metas para continuar vivendo. Ainda bem que você só está na barriga... ou seja, ela vai ter que ficar conosco por muito tempo para curtir o seu desenvolvimento.
O contato com a vó Paula tem sido mais frequente por causa do doutorado. Com isso, ela tem acompanhado o seu crescimento aqui dentro. Às sextas, a gente fica só umas horinhas juntas, mas é tempo suficiente para eu me deitar no colo dela e falar da vida, das mudanças, dos planos para a sua chegada. Ela diz: "Minha filha, eu não vejo a hora desse nenem nascer... vai ser a coisa mais linda..."; "Ver uma filha grávida é uma emoção ímpar..."; "Esse bebê vai ser uma menino muito feliz, porque ele já é privilegiado...", entre outras coisas. Ela fica refletindo comigo sobre o quanto é bacana ter um filho planejado. E fica orgulhosa e feliz de saber que eu estou bem, curtindo a gravidez intensamente.
O vô Marcos liga sempre... ontem deu a notícia de que vai voltar para Bélgica, onde deve ficar até Abril. Ele chegou a falar em vir em Março para o seu nascimento, mas a gente há de convir que não faz sentido. O coração apertou. Eu adoraria que eles estivesse aqui pertinho, mas entendo que profissionalmente será importante. Quem sabe quando vc estiver maiorzinho, ele não estará de volta, de vez?! Assim vc vai poder curtir a convivência com um avô bem humorado, engraçado, que não perde uma, como diz o seu pai Marco Antônio.
As fotos tiradas acima foram em mais um momento raro, de pai e mãe em SP. O vovô ligou dizendo que vinha passar uns dias aqui, na semana de outubro de folga na escola. Eu fiquei radiante. Ele acabou vindo sozinho. Enfrentou 600 km de estrada para nos visitar. Ainda pegou um baita trânsito na Marginal... mas foi uma delícia. Quando ele apareceu no portão foi logo perguntando da barriga: "Deixa eu ver a barriga!" e em seguida exclamou: "Que linda!" Eu fiquei feliz da vida com a reação dele. Acho que não esperava uma frase tão espontânea, afinal seu avô sempre foi exigente. Vivia me alertando para me cuidar, porque depois da gravidez tudo seria mais difícil. Ainda bem que eu tomei juízo antes, tanto é que estou mantendo o peso bonitinho nesses primeiros meses. Ele mesmo disse que é só a barriga.
Naquela quarta-feira à noite, quando o seu pai chegou, fizemos a traíra que o vovô trouxe da estrada... uhn, ficou uma delícia.
Na sexta, a vovó veio, naquele bate-e-volta habitual. À tarde, com os dois em casa, deu para curtir. A gente saiu para dar uma volta, olhar umas coisas, e à noite, quando o seu pai chegou, tirou as fotos. Eu amei!!!! Só Deus sabe o tanto eu gostaria que você fosse criado bem pertinho deles, assim como eu fui com os meus avós. Vô Lu (que você terá o prazer de conhecer), vó Letícia, Vó Talícia e vô Hélio foram essenciais na minha infância. A memória de cada um deles faz parte daquela época. Se a gente continuar vivendo em SP ou em qualquer outro lugar que não seja BH, já tenho planos de te mandar para BH nas férias e/ou quando eu estiver de plantão. Você vai pra colônia de férias no Minas, vai curtir a casa dos avós, vai lá ser mimado... mimado de carinho, porque o troninho será seu por muitos anos!
Ai que delícia esses avós...

Só para matar a curiosidade



Só para matar a curiosidade de quem quer, desesperadamente, ver uma foto da barriga. Isso daí era na 20a. semana, ou seja, no 5o. mês completo.

Rafael ou Sophia ?

Parece tarde para falar sobre isso, mas eu quero te contar sobre a escolha do seu nome.
Bem, para menina, eu sempre quis Pietra, mas achava Sophia lindo, desde o nascimento do seu tio Pedro. A vó Paula dizia, já naquela época, que Sophia quer dizer sabedoria, a parte feminina de Deus. Seu pai não gosta de Pietra, ama Gabriela. Mas em comum acordo, já tínhamos decidido que seria Sophia, com PH, porque é muito mais sofisticado. É um charme, na verdade. Então, se um dia você ganhar uma irmãzinha, ela terá esse nome.
Quanto ao menino, assim como Gabriela, o seu pai é apaixonado por Gabriel. Tinha uma idéia fixa, mas eu não queria repetir nome na família. Afinal, ia ficar o Gabriel da Patrícia e o Gabrielzinho da Priscilla... já imaginou, que coisa chata?! Mais, já que todo mundo tem apelido - ainda mais em SP, onde as pessoas te chamam pela primeira sílaba do nome: Pa, Ma, Ta, Sa, Si, Li, Ca... e assim por diante... - você ia virar Biel, com certeza.
Na dúvida quanto aos nomes, fui buscar os que ainda não existem na família. Pedro sempre foi o meu preferido, mas convenci a vó Paula a colocar no irmão. João já tem o da Fê, por isso, não dava nem pra ficar um João Lucas...
Eu também não queria nada com R no meio. Pra não ficar como no interior Marrrrco, porrrrta, Berrrnarrrdo... A gente até brincava dizendo que ia virar Narrrdo. Credo, já pensou?! haha
Daí, vieram os seguintes: Antônio ou Rafael... Eu acho lindo Antônio, mas ia sobrar um Toninho, Tonhão... ou Tom, na melhor das hipóteses. Por causa disso, todo mundo, até seu pai, que é Marco Antônio, preferiu Rafael. Os avós maternos aaamaram, o seu tio coruja Pedro amou, a sua irmã Fê também preferiu.
A verdade é que, no começo, insatisfeito com a não escolha de Gabriel, seu pai fez pouco caso... Hoje acho que tudo não passou de provocação, que me pegou de cheio um dia lá pelo terceiro mês. Mas depois, por conta própria, ele saiu contando para todo mundo que era um menino e se chamaria Rafael. Agora já te chama até de Rafa nas conversinhas com a barriga. Ele tá curtindo!
Eu fui procurar no google o significado, porque várias pessoas já tinham me perguntando, e adorei: Rafael é o anjo da cura, companheiro de Deus. Alguém fiel. Não é lindo?
O seu vô Marcos diz que todo Rafael é da pá virada... mas ele gosta do nome. Então tá escolhido... vc já é inclusive apresentando para as pessoas. Para todo mundo que me pergunta se é menino ou menina, eu logo digo: "É um menino, o Rafael." Que Deus te abençoe!

Sua mãe

O ponto final

Que alívio. Demitir não é fácil, mas quando se tem consciência de que é a coisa certa, dá um alívio....eu estou leve, feliz, tranquila! Finalmente consegui pôr fim ao incômodo em que a empregada tinha se transformado na minha vida. De uns tempos pra cá, era só pepino. Até você, Rafael, deve ter sentido um pouco das "más vibrações", digamos assim, pelas quais eu passava semanalmente com ela. Ninguém merece!
Além da incapacidade de se aperfeiçoar, da falta de vontade de aprender a ler e a escrever, dos términos frequentes sem aviso dos estoques de produtos como café e manteiga, das ausências sem justificativa (canos, em bom português!) e das contas homéricas de telefone, ela começou a usar o meu perfume! Ah, é demais, né?, ver o seu "Mademoseille Channel" acabar nas mãos daquele toco! Que Deus me perdeu, mas era um toco... Tosca, que só Deus sabe.
No fim, apesar da satisfação de ter interrompido um ciclo que mais me cansava do que qualquer outra coisa, eu torço para ela se ajeitar. Achar uma casa como aqui não será fácil, mas ela tem qualidades que a fizeram entrar e ficar por três anos. Gente, tudo isso? Como a gente aguentou esse fim, hein?!
Tomara que consiga em algum lugar, onde as limitações e as encrencas em série não afetem tanto. (roubos de salário, ocorrências na delegacia por espancamento em família, dor de dente, falta de dinheiro, nome sujo na praça, desmaios, entre outros).
É isso. Missão cumprida! Eu acho até que ela foi embora pensando no tanto que pisou na bola, porque não esboçou surpresa, tristeza. Too late...
obs.: vou aproveitar que perdi a ginástica por causa disso para escrever tudo o que quero no blog... tenho várias histórias atrasadas.
Seu pai ligou... acabo de falar da minha alegria. Bola pra frente, porque a Rosa vem aí. E se Deus quiser, para ficar... para melhorar! Oba!
obs.: foto dela, nem pensar!

26 de outubro de 2008

O livro, a agenda, os registros

No dia seguinte ao teste de farmácia, ganhamos o nosso primeiro presente, o livro ESPERANDO MEU BEBÊ, das inglesas Daphne Metland e Anna McGrail. Um livro lindo, super bacana, que o seu pai escolheu a dedos na Fnac da Paulista. Chegou em casa com a surpresa, com direito a dedicatória, que eu amo: "Pri, amor da minha vida, que este livro nos ajude a planejar a chegada do nosso bebê. Te amo." O bacana é que, em quase 500 páginas, ele te dá um acompanhamento de todas as semanas da gravidez. É uma maravilha. Eu sabia, por exemplo, que antes da 20a semana você já começou a sentir alguns sabores...aprendi que até o terceiro mês era a fase mais importante, porque é nesse período que o feto adquire tudo o que vai precisar: todos os órgãos e membros. Depois desse trimestre, o resto é se desenvolver e crescer. Eu comia direitinho, seguindo as orientações, fazia quase tudo que era sugerido, com prazer. Outra coisa que eu encontrei lá foram informações sobre a dor no cóccis, que começou dois dias antes de completar 16 semanas. Ele ensina até a fazer uns exercicioszinhos para ajudar a aliviar. O livro tem sido ótimo e vai me acompanhar até os primeiros meses depois que vc nascer. Além dele, comprei a AGENDA DA FUTURA MAMÃE, na Fnac de Pinheiros. Foi uma indicação da Marina, jornalista que escreve na revista da Mitsubishi e faz uns ralis com a mamãe pelo Brasil afora. Ela sugeriu que eu a comprasse logo no início, lá em Curitiba, no dia 05 de julho. Ou seja, eu estava grávida de cinco semanas apenas. Na verdade ela me pegou numa conversa "bem suspeita" com o seu pai e me perguntou sobre a gravidez. Como ela é fofa e já tem a Pietra e o Lorenzo, eu quis contar. Foi ótimo... na mesma semana fui procurar a agenda e descobri, já naquela época, que poucas mulheres descobrem a gravidez no início, afinal, eu estava na quinta semana e só tinha espaço para escrever a partir da 7a. Até hoje eu escrevo, mas depois do blog, é verdade que tenho deixado o diário um pouco de lado. A vontade de registrar tudo é grande.
A vida inteira gostei de ter diário, de escrever sobre tudo. Ainda tenho vários guardados da adolescência. Os do intercâmbio então, são inacreditáveis. Acho que herdei o hábito da vó Paula, que faz e guarda até hoje todas as agendas do passado. De vez em quando me pergunto para quê guardo, se um dia terei tempo de ler tudo... mas não tenho coragem de jogá-las fora. Quanto ao que faço durante a gravidez, sei que vai interessar. Tem muita gente lendo e acompanhando a sua formação. Além do mais, quem sabe se quando eu estiver velhinha, com tempo livre, não recupero as histórias para lembrar detalhes dos momentos que valeram um registro, né?!

Sua mãe

25 de outubro de 2008

A translucência e a maior emoção de todas

Nossa, é difícil descrever o que eu senti quando ouvi: "Tudo perfeito!" Gente do céu, te ver formadinho, já grandinho, foi indescritível. Quando você resolveu mostrar o pezinho e a mãozinha então, me apaixonei. Eu nunca tinha sentido nada parecido - nem no casamento, nem na descoberta da gravidez, nem nos primeiros ultrassons, em nenhuma super viagem internacional, nada, nada se compara! É um sensação de prazer, de plenitude ímpar. E ainda hoje, aos cinco meses de gestação, estou para dizer que aquele foi o momento mais feliz até agora. E olha que a gente é feliz todo dia, hein, Rafa!?!
A translucência era o exame que mais me afligia. Já tinha lido quase tudo sobre e sabia que através dele, uma série de síndromes poderiam ser identificadas. Seu pai dizia que era pura bobeira minha, que não ia ter nada... sua avó também. Mas não tem jeito, enquanto eu não vi e ouvi que estava tudo nota dez eu ainda tinha uma apreensão. Foi o primeiro exame na nova clínica, o Centro Paulista de Medicina Fetal. Longe da nossa casa, lá na Vila Clementino, perto da Vila Mariana. Pra variar, o perrengue do trânsito. Saímos de casa umas 4h10 e o exame estava marcado para às 17h30. Seu pai pegou a Paulista. Foi a pior opção! Quando o trânsito parou, literalmente, eu me desesperei. Acredite se quiser, ficamos uns 20 minutos para andar 1 quarteirão...Só sei que deu 5h20 e a gente ainda estava longe. Tudo parado! Pra quê, resolvi ligar para a clínica. Parece até judiação, mas a mulher disse que se eu não chegasse em 15 minutos, ela não garantiria que o exame seria feito. Gente, é brincadeira, né? Justo a translucência, o meu grito de guerra!? Chegar à 12a semana de gestação parece que foi o período que mais demorou a passar, de tanta ansiedade para fazer o tal exame. Eu já tinha resolvido que só contaria da gravidez no trabalho e para os amigos (para quem o seu pai ainda não tinha contado, claro) depois do exame. Além do mais, eu precisava ter certeza de que estava tudo bem com você. No desespero, resolvi descer do carro e pegar um metrô, numa estação logo ao lado do mega congestionamento. Fui...
Vixe, parecia que eu estava junto com a torcida do Corinthians lá dentro. Um horror! Gente empurrando de uma forma que eu ia no fluxo, levada pela multidão. Ainda tive que fazer baldeação para pegar o trem certo. Foi uma loucura, mas eu queria te ver. Da estação final ainda tive que pegar um táxi para chegar à clínica o mais rápido possível. Quando despontei na esquina, adivinha o que vi? O carro do seu pai! Lei de Murphy total! Desci do carro, me meti no meio do povão no desespero para não perder a data e o seu pai ainda chegou antes. Tudo bem... Era umas 6h da tarde e a punição por termos nos atrasado meia hora foi termos sido deixados por último. Só entramos na sala para fazer o exame umas 7h, 7h30. Mas quando chegou a nossa vez, te ver compensou o esforço. Eu não me esqueço, seu pai sabatinou a médica. Ele fazia cada pergunta que a mulher deve ter ficado desconcertada. Foi assim: primeiro ela começou a ver as medidas - fêmur, osso nasal, nuca... e a cada uma delas descartava a possibilidade de síndrome. Disse que estava tudo ótimo, perfeito, várias vezes. Eu tinha vontade de sair gritando para o mundo: o meu nenem é perfeito!!! Daí ela disse que ia ver se dava para olhar o sexo. A gente já sabia que talvez fosse possível e eu estava confiando que conseguiríamos porque a Dra. Paula insistiu na clínica e disse que eles só fazem isso, exames pré-natais. Portanto, as chances da médica conseguir ver eram de fato grandes. De repente ela disse: "Olha, tudo indica que vai ser um menino, hein?!" Eu ri! Seu pai: "Então é um menino doutora!?". Ela disse: "80% de chance." Daí ele disparou: "Mas qual é o percentual de erro? Quais as chances de ser isso mesmo? A senhora mais erra ou mais acerta? ". Eu confesso que achei maravilhoso, mas enquanto ele mordia, eu assoprava: "Meu amor, olha o que você está perguntando...o que é isso!". A médica disse com um tom de brincadeira: "Se eu mais errasse, eu nem abria a boca, né?!" rs. Pronto, foi o suficiente para, a partir desse momento, o seu pai sair contando para todo mundo que o filho que a gente esperava era um menino! Ele mandou até email dizendo isso para os amigos! Ai, ai, ai... ela disse 80 e ele ouviu 100%. Não tinha quem o fizesse dizer: "tudo indica que será um menino", como eu fazia até ter certeza absoluta de que você é um menino.
Independentemente disso, para mim, o forte do exame foi saber que estava tudo bem. Liguei para todo mundo: vó Paula, tio Pedro, vô Marcos, vó Nair, Tia Beth, Bia, Laura... e mandei mensagens para Larissa, Cris de Salvador... fui espalhando a notícia.
Saímos de lá e fomos jantar no JAM, aquele Japa super bacana do Itaim, que a gente ama. Nossa, foi uma maravilha... Seu pai ficou só pensando em você ser um menino. Ele disse: "Nossa, Pri, vai ser tudo diferente mesmo agora, né?! Um menino...". Estava emocionado, feliz, orgulhoso. Eu posso dizer que aquele foi um dia em que eu ganhei a vida! Não faltava nada, graças a Deus.

Sua mãe

Dois centímetros e meio, só

Não vou me esquecer nunca de nós dois, eu e seu pai, sentados no Fifty's do Shopping Morumbi depois do segundo ultrassom, o das 9 semanas. Ficamos rabiscando você no verso do jogo americano de papel. Na verdade, tentando estimar como é possível um feto ter cabeça, tronco e o broto dos bracinhos e pernas e medir apenas 2,5 cm. Você tinha crescido bastante, afinal, três semanas antes ainda era a ervilha pulsante - tinha menos de um centímetro. Mas aquele tamanho de agora ainda era uma coisinha... no seu ultrassom (que a gente vai tentar colocar numa fotinha ao lado) dava para ver o que era. A gente ficava estimando com os dedos o tamanho real. No fim, acho que talvez nunca tenhamos conseguido de verdade, porque era muito pequenininho. Como a natureza é perfeita, né? Você começou um brotinho e agora não pára de crescer. Que lindo!
Quanto ao sexo, não dava nem pra supor, mas até aí eu tinha uma idéia fixa: queria muito um menino. Mas confesso que, olhando para o ultrassom, eu só pensava em uma coisa: "Ai, meu Deus, abençoe para que esses brotinhos pulem para fora e os bracinhos e as perninhas cresçam!" Parece bobo dizer, mas eu orava para você ser perfeitinho, com os membrinhos todos bem formados. No shopping, a gente desenhou, desenhou, desenhou e, claro, saímos com um presentinho. Como eu já tinha comprado várias roupinhas naquela loja do Vila Lobos da qual eu virei cliente, eu não quis gastar muito. Também estava na fase de convencer seu pai a ir para os Estados Unidos fazer seu enxoval por lá. Por isso, tudo parecia uma fortuna aqui. Acabamos levando o macaquinho da YOU, de algodão orgânico, com bolinhas entre o lilás e o marrom. Lindo. Não vejo a hora de ver você dentro.

Sua mãe