13 de maio de 2012

Terceiro Dia das Mães

É sempre lindo comemorar uma data graças à sua existência. Pena que a gente more tão longe das nossas mães, suas avós. Ganhei de você e do seu pai um livro - "De mãe para filhas" - e o colar que tive e uma empregada (louca!) me roubou, com o berloque de outro e um diamantezinho, simbolizando você. É o Rafael que eu sempre carreguei. Amei. Fui ler um pouco do livro enquanto a gente brincava lá embaixo hoje cedo e vi que são registros de várias mães sobre o que querem deixar como legado para as filhas mulheres. Eu pensei na minha mãe escrevendo para mim... e consegui imaginar o que ela diria, até porque pra mim é muito claro. O discurso, as ações, a coerência, os valores, as orientações, o exemplo, o não julgamento e a ajuda de sempre tiveram um peso enorme no que eu sou hoje. Pra resumir, uma mulher de 34 anos, sábia, eu diria, e uma mãe incomum. Sou uma mãe que está em constante movimento, que se sente desafiada, provocada e não se acomoda. Não espero o tempo passar, não acredito apenas em fases, estou sempre em busca de transformações. Vejo suas inúmeras qualidades, singularidades, mas também as suas dificuldades. E não me acomodei nunca em buscar ajuda para transformá-lo, desde já, numa criança que respeita limites e a diferença. E continuo trabalhando para isso. Quero ajudá-lo a ser uma criança feliz e agradável, amiga, sensível, delicada. Porque o resto necessário, você já tem: saúde, esperteza, energia, inteligência, curiosidade, força, garra, disposição, habilidade e coragem. O que mais a gente precisa diante de tantos bons adjetivos, né?! Dosar todo esse poder aí. E estamos firmes nesse trabalho, filho. Você já se transformou e eu tenho certeza de que o que falta virá, porque nós temos disposição e coragem para buscar. Vejo que a minha mãe também me preparou para ser alguém que sabe lidar com as diferenças, com as frustrações e com as durezas da vida... Me ensinou a ter coragem, determinação - principalmente pelo exemplo! E me deu as bases para que eu me sinta forte e preparada para encarar a vida e curtir o prazer das conquistas que também aprendi a buscar. Se hoje tenho 9 anos de casada, foi baseado também no exemplo dela, de acreditar numa vida a dois, que eu consegui. Sinto que sei lidar bem com as frustrações porque desde cedo ouço que a vida é dura. Felizmente, Deus tem sido muito bom conosco e as durezas nem tem sido tão pesadas assim. A gente tem sorte e merece também! Pois então, eu quero, como mãe, poder te oferecer uma orientação bacana, para você sofrer o menos possível e conquistar tudo o que você puder e quiser para ser também na vida adulta o que já é: uma pessoa feliz. O DIA Passamos um bom tempo em casa e lá pelas 2h da tarde fomos para a Bizuca, para o almoço. Foi uma delícia. Chegamos lá, estava a família toda e o João, por quem você selou o seu amor. Antes de hoje, tinha sido praticamente um único encontro por lá. Mas você se lembrava muito bem. Hoje, não desgrudou dele. Depois de se instalar no quarto dele por um bom tempo, ficou explorando todos os instrumentos da casa: o piano, o cavaquinho, o microfone. Aproveitou a porta do banheiro, que é de correr para a lateral de uma estante, e ficou se apresentando. "Rafael...", anunciava. Fez teatro como se tivesse num palco e correu a cobertura toda. Amou. Bizuca e o namorado, Izvy, incentivaram, deram corda... Foi uma felicidade. Vó Mariah deu mais presentes, como sempre. Um jogo de canetinhas, tintas e lápis, como o do Super-Homem que você também ganhou dela e um jogo de golfe! Engraçado que você sabia do que se tratava, mas não tinha ainda. Voltamos felizes da vida. E você nem fraquejou, mesmo depois de ter dormido muito menos do que o normal, afinal, ontem fomos com você para um casamento e você se esbaldou na pista de dança até quase 1h da manhã. Fala sério!!! Ô menino baladeiro. Parece o pai, adora uma festa! Ainda bem que você é assim, filho. Divertido, animado, empolgado, disponível. Obrigado por ser como é. Eu tive um felicíssimo Dia das Mães, o melhor até aqui.

Falação - 3 anos!

Perdi ritmo com os registros desde que a vida profissional se transformou numa maratona... Mas agora, a quatro dias de ficar longe de você, pela primeira vez, desde o seu nascimento, para uma viagem profissional bacanéssima à Suíça, não resisti. Levantei da cama, nesse frio, e vim. Já estou com um papelzinho amassado com umas frases que venho anotando para não esquecer. Então vamos lá, para um rápido registro da sua nova fase de FALAÇÃO. Cada uma mais surpreendente... Agora, além da fala, tem perspicácia no conteúdo de muitas delas... ou, simplesmente, a comprovação de que você presta atenção nos tempos verbais e na vida. É curioso ao extremo, com tudo. Quem dúvida que herdou isso da gente, né?! - "Você acordou me provocando!", disparou para o vô Agripino um dia da Semana Santa, lá em Fartura. A casa estava cheia e ele ficou mesmo pegando no seu pé. Num café da manhã, ele tirando onda, você vai e solta essa. Foi engraçado! Depois ele ficou rindo...
- "Que tal o meu pai me levasse e o táxi me trazesse?", na natação. Verbos irregulares são duros! E vai demorar muito para você entender, mas o que eu achei o MÁXIMO é você já ter a noção de que a terminação é essa mesmo. Eu me vejo aprendendo outras línguas em que muitas vezes, arriscava falar sem ter certeza e acabava acertando ou alguém me corrigia, o que era ótimo. - "Mãe, o que não pode fazer ali naquela placa?" Essa foi surpreendente! Eu e seu pai ficamos de queixo caído. Estávamos a caminho da Polícia Federal para fazer o seu passaporte. A placa, no caso, era uma de "PROIBIDO ESTACIONAR". Você viu a letra E e a faixa vermelha no meio. Acho que se lembrou da placa em frente de casa - "PROIBIDO BUZINAR", por causa do hospital que funcionava na esquina. Uma vez, há muito tempo, te expliquei que a faixa no meio era para dizer que não podia. Daí você lembrou, meses depois... - "Vou ser pajem! Vou usar gravata!", sonhando com a imagem de homenzinho. - "Eu não deveria ter feito isso!", assim mesmo. Falando sobre a peça do quebra-cabeça do Mickey que você destruiu e, quando montou, viu o buraco. - "Cuidado para não cortar a mão!", eu disse. "Mãe, você sabe que eu sou bom em tesouras!". Confiante que só você mesmo, aos três anos. É um Nascimento legítimo! E completou: "Você deveria me emprestar todas!". Até parece né, filho?! - "Mãe, vou ler um jornalzinho!"- Te peguei assim, no quintal, sentadinho na fonte. Filho de peixe!
A gente te ama e se orgulha de você, mesmo com o desafio que nos impõe de tanta esperteza! Deus te abençõe.

2 de maio de 2012

Pajem pela primeira vez

Trabalhando como nunca, tenho feito muito menos registros sobre o seu desenvolvimento, filho. Mas às vezes, me pego arrependida por ter deixado o tempo passar sem escrever as histórias. A de agora, uma das mais atrasadas, é sobre o seu primeiro casamento como pajem. Tia Gá e Matheus convidaram ainda no ano passado, 2011. Fiquei super feliz e lisongeada. E, desde o início, falávamos sobre a experiência. Até que não demorou muito e ela chegou. Não tivemos oportunidade de ensaiar, mas eu passei meses te preparando para a responsabilidade da coisa. Imagine, arteiro como é, chegar lá e ficar aprontando...A primeira coisa que você falou quando relembramos do casamento já este ano foi: "Eu vou usar gravata!". Que coisa! Depois ficou se gabando, dizendo que ia ficar igual ao noivo... Ô vontade de crescer, viu?! O GRANDE DIA Fomos para BH no sábado mesmo, dia da festa, 21 de abril. Quando você viu a roupinha, separada e pendurada, lá na casa da tia Gá, quase enlouqueceu. Quis vestir na hora, tudo. Enlouqueceu com a gravata e quase não quis tirar. Mas a festa era só à noite e não podíamos correr o risco de sujar nada. Passou a tarde querendo tomar banho para se arrumar logo... demorou. Na hora do banho, não fez nenhuma estripulia, me deixou secar o cabelo, para ficar arrumadinho, e se empolgou. Bonitinho! Ficou lindo com a roupinha toda: camisa branca, gravata prateada, colete - que usou no dia seguinte até para ir à churrascaria - e terninho. O sapato já tínhamos comprado lá em Fartura, quando fomos para casa da vó Nair na semana santa. Ainda bem que encontrei. Ficou perfeitinho.
Pena que não tiramos foto da família antes ou no início da cerimônia, gente. Uma data a ser lembrada. Achei que estávamos atrasados, mas chegamos bem antes. Você ficou tão envolvido, que nem queria falar comigo quando me aproximava para te elogiar. Todo comprometido, já se apaixonou pela daminha, a Bianca, de cara e ficou lá todo responsável, na função. Hahahahah! Na hora que começou, eu quase tive um troço. A irmãzinha dela, Ana Luísa, com um pajenzinho menor do que você entrando... coisa fofa! Daí aparece você e a Bianca, lindos. Você todo sério, nem sorriu. Mas fez tudo direitinho. E ela lá, no comando. É demais isso, gente!
Me emocionei no casamento do início ao fim. Foi a coisa mais linda do mundo. Nosso primo Matheus é um menino ímpar. De uma sensibilidade, uma seriedade, um comprometimento, um romantismo... fiquei boquiaberta com os votos que ele fez, as declarações de amor para a Marina. Menino de ouro! Não te vimos depois da entrada, porque ficaram lá na frente, sentadinhos. Só o vô Marcos conseguia, mas a notícia que tivemos é de que você passou o tempo todo quietinho. Incrível! Tá crescendo mesmo! Na saída, mais uma caminhada... e a gente admirando. Na festa, você se esbaldou. Corria feito um doidinho, pra lá e pra cá, atrás da "Bianca!". "Cadê a Bianca?", perguntava o tempo todo quando não a via. Dançaram juntos, se esbaldaram. Fiquei feliz com a sintonia. Se deram bem, se gostaram... A gente só tinha se visto uma única vez, em que você, perto dos dois anos, aprontou. Então foi uma maravilha. E nós ficamos te corujando. Ficou firmão até 1h30, quando foi embora com a vó Paula, já dormindo. No dia seguinte, quis vestir a roupa de novo. Amou. Vira e mexe, quando falamos de alguma festa chique, diz que quer usar a roupa de pajem. Ainda não se deu conta de que não é sua de verdade, apesar de eu já ter explicado. Foi uma graça e a gente nunca vai se esquecer da sua primeira vez, pretinho, como pajem. (faltam as fotos)