30 de janeiro de 2012

Papai Noel existe!


Estávamos os dois - mamãe e papai - no plantão de Natal. Sem a família por perto, só com vovô Marcos em casa, seria impossível não pedir a visita do Papai Noel. Eu até achava que ele poderia deixar o presente à noite aqui em casa, para você abrir no dia seguinte, mas o papai não queria... queria que você recebesse o pedido o quanto antes. Sendo assim, a gente fez de tudo para dar certo.
Você escolheu uma bicicleta, o que nos surpreendeu, afinal, você já tinha uma. Veio com isso de repente, durante a parada no papai Noel da Avenida Paulista, no início de dezembro. Disse para gente: "Eu pedi uma bicicleta para o papai Noel!". Seu pai disse que você já tinha uma e te perguntou porque queria outra. Sem titubear, respondeu: "Porque eu quero uma grande. A que eu tenho vai ser do meu irmão ou da minha irmã!". E olha que a mamãe nem grávida estava.
Bom, escolhido, ficamos o mês todo naquela história do "tem que merecer", para que Papai Noel trouxesse. Mas deu tudo certo e o grande dia chegou.

A VÉSPERA DE NATAL

Estávamos eu, Fê, papai, vô Marcos e você em casa a espera do bom velhinho. Seu pai fez a ceia, como nos últimos anos, e combinou tudo. O segredo eu não revelo!
Vovô Marcos precisou de uma massagem na barriga no meu quarto, enquanto papai continuou lá embaixo dizendo que já estava quase na hora. De repente, bate a campainha! Era ele. Descemos correndo. Chegamos na sala e já dava para ver a bota e a calça vermelha da fresta do portão. Você corria feito um desesperado, queria se esconder do papai Noel embaixo da mesa, seu esconderijo maior. Eu te convenci a sair, afinal, perder a chegada dele não seria uma boa ideia. E também fiquei correndo de um lado para o outro, como o vídeo feito pela sua irmã poderá confirmar. ( em breve, aqui!)
Quando a porta se abriu, lá veio ele, inclinadinho, andando de vagar, com a voz meio rouca. Cabelo e barba brancos, cara branquinha, bochechas rosadas e óculos. Bem parecido com o do Shopping. Eu fiquei emocionada, confesso. Uma alegria ver Papai Noel na nossa casa. Você olhava para aquilo impressionado. Daí, ele perguntou se você tinha pedido uma bicicleta e quando você confirmou ele fez: "Mas não tinha!" Você olhou para mim e murchou. Eu, rapidamente tratei de dizer: "Ê papai Noel tá mentindo! Que brincadeira boba!", (risos) para não estragar a festa. Que ideia a dele, gente! Imagine a minha angústia de você ficar um segundo que fosse sem achar que ele tinha trazido o seu grande desejo. Logo, ele falou: "É brincadeira! Papai Noel trouxe sim!". A gente enlouqueceu!
Você foi logo rasgando o embrulho e a caixa para ver o que tinha. Exatamente como o seu pai disse que você ia gostar: do Hot Wheels, vermelha e preta. Igual à do Mateus, seu coleguinha da outra escola.
Enquanto isso, ele ficou conosco. Enquanto desembrulhávamos, ele te perguntava: "Era esta mesmo que você queria?". E você não parava de observá-lo com atenção. Eu fiquei me perguntando o que passava na sua cabeça porque, pra mim, estava tudo lindo.
Ele ganhou um champanhe seu, que o seu pai comprou, você deu abraço, ficou do lado para tirar foto... nada de medo. Foram uns 10 minutos de pura excitação.
Na hora em que ele se despediu e disse que tinha que embora porque as renas estavam esperando por ele, você perguntou: "Cadê as renas?" hahahah!!! E a Fê respondeu: "Estão no telhado, né, Rafael?!" E assim foi. Nos despedimos e você ficou, todo ocupado com a montagem da bicicleta antes da ceia.

ALGO ESTRANHO

De repente começou a gaguejar querendo falar alguma coisa sobre Papai Noel. Assim: "Ele... ele... ele... é..." Eu disse: "Filho, o que você quer dizer sobre Papai Noel?". E você concluiu: "A cara dele não é igual à mão!", sem titubear. "Mas como não filho!?", perguntei. "A cara dele é de madeira!", respondeu. Vixe! Curiosa, continuei: "E a mão?". "Igual a de gente!", replicou. Mas parou por aí. O raciocínio foi fechado sem novas conclusões, ainda bem. Para 2 anos e 10 meses tá bom, né?!
Mas foi uma alegria. Sob esse aspecto, foi o Natal mais feliz da minha vida, pela emoção que ele trouxe. Nunca o Papai Noel tinha passado em casa. Quando a mamãe era pequena, ele sempre deixava o presente na árvore, enquanto nós ceiávamos na casa da vovó Natalícia. Esperar pela manhã seguinte era sempre um desafio... porque abrir mesmo, só quando a vovó Paula e o vovô Marcos estivessem de pé. Seu pai teve outras experiências, já tinha visto o bom velhinho em casa, na infância dele.
Depois dessa experiência, tivemos uma certeza: todos os anos vamos tentar esperar por Papai Noel, afinal, ele existe!


vocabulário curioso de Natal: Mãe, tô vendo a Papai Noéia! rs. Uma acompanhante de Papai Noel, vestida de vermelho no Shopping.