22 de agosto de 2012

Rafael e os cavalos

Era uma vez um menino de 3 anos e meio que amava cavalos. Mais que qualquer outro animal. Vejo-o de longe, no lombo de mais um... Desta vez um branco, imponente como só ele. Assim como está, não quer fazer outra coisa. Ainda mais no meio desse verde lindo de montanhas e árvores cravadas num vale em torno dessa pousada belíssima, em Monte Verde. A nossa preferida na cidade. Não há vento mas faz frio. Ainda é inverno mas Rafael não se intimida. Estamos nos aproximando do fim de tarde desta quarta-feira, 22 de agosto, de 2012. Ele corre para lá e para cá, atrás do tratador dos cavalos... traz comida, carrega feno... De repente, olha ele lá, aparece de trás das baias, pisando no casaco de moleton que o aquecia. Parece que eu já previa que não demoraria muito para ele ficar só de camiseta, enquanto estou aqui, escrevendo, dentro de um salão de vidro, aquecida num casacão. O pai, outro apaixonado por cavalos, mas que também já se disse admirado com a paixão do filho pelos marchadores, segura a roupa e fotografa, muito. Quer registrar o que o nosso coração não perde: a emoção de estar de férias, ao lado do nosso pretinho, curtindo uma segunda gravidez, a da Gabriela, nesse lugar de paz, que tem a nossa cara. Vejo o nosso filhote caminhando pelas oito baias, lançando feno pelas janelas por onde podemos ver as cabeças de alguns dos animais que ele tanto aprecia. O amor é tamanho que ele mesmo se lembra dos nomes de alguns que só tinha visto uma vez, na Páscoa do ano passado, quando tinha apenas 2 anos e 2 meses. Se lembra e os trata como se fossem íntimos: Xodó, Campeão e Rosquinha são alguns. Mas desde que chegamos, ontem à tarde, ele já montou nuns quatro. Sai de um, quer subir em outro. E o pequeno não se cansa. Parece uma sombra do tratador que hoje, assim como ele, está de camiseta verde musgo. Reapareceu agora carregando uma latinha, que não dá para saber do que é. Daqui, uns 200 metros de distância, ou pouco mais, consigo ouvir a vozinha desse amante dos animais que é um entrevistador, sempre cheio de assunto e de curiosidade. Não fica parado, não fica calado, não se cansa. Vive ligado! É uma coisa linda, envolvente... um serzinho cheio de vontades e de coragem. Não tem medo e, como qualquer criança, não tem noção do perigo. Acaba de sair de dentro de uma baia... Não demora nada, já entrou em outra... nem o vejo mais. O tratador já apareceu... ele vem depois. E corre... de novo. Agora uma grande árvore o esconde dos meus olhos... mas aos poucos ele reaparece, ajudado pelo tratador, carregando um bloco de feno e, de novo, entrando numa baia. E a tarde de vai.... Um dia de prazer que fica na nossa história. Rafael agora adula um pônei, que parece um cavalo anão, de tão gordinho. É o Faminto. Do tamanho dele, mas os grandes são os preferidos. Entrou no terreno onde os animais passam parte do dia soltos. Ali tem duas cocheiras. A do anãozinho e da de um cavalo novo, Chocolate. Está lá, todo descontraído, no meio dos animais, de ajudante do tratador enquanto o pai o vigia de fora e eu os admiro daqui. Já estou pensando como será quando a Gabi tiver nascido... na nossa próxima vinda. Gabizinha no carrinho e Fefel aventureiro como sempre, se esbaldando nas cavalgadas acompanhado pelo pai. Deus nos abençoe!