17 de junho de 2010

Chupando cana e comendo "manana"


Foi um fim de semana delicioso, graças a Deus. Papai e mamãe foram com você para o sítio do Marcos Aurélio, lá em Torre de Pedra, a 175 km de SP. Estrada boa, viagem rápida. Só saímos de casa tarde porque você tinha passado a madrugada acordando, com diarréia. Foi horrível, mamãe dormiu super mal e estava ressabiada quanto a viajar, sair da rotina, no frio, com você não muito bem. Mas durante a manhã ficamos observando, o quadro já tinha melhorado e você estava a mil por hora. O pediatra deu umas orientações para a dieta e só. Tomamos coragem, terminamos de juntar a 'mudança' e fomos. Tia Kika não foi, como prevíamos. Uma pena.
Chegamos umas cinco da tarde. Ainda estava claro, céu aberto e, por incrível que pareça, menos frio do que aqui em casa. Fomos direto ver as galinhas, patos e o cavalo! Você adorou. Naquela noite, ficamos dentro da casa, você mexendo em tudo e enlouquecido pelas coisas da cozinha, que ficam todas à sua altura e sem porta. Que perdição, hein, filho?! Foi uma loucura.
Eu tinha pensado em não te dar mais um banho, já que vc já tinha tomado um em SP e o frio estava intenso, mas não resisti. Estávamos só os dois na casa, já que seu pai e o tio foram ao vizinho. O mais difícil foi fazer a mamadeira, com vc preso entre as minhas pernas, porque não queria deixar de pegar nas louças, nos produtos de limpeza e no resto. Vencida essa etapa, direto pra cama, às 22h. Torci pra noite ser boa, por nós e pelo anfitrião, que estava no quarto em frente. Te enchi de agasalhos, botei três cobertores de lã quentinhos e você apagou. Foi ótimo. Deu uma ou outra mexidinha e resmungada de noite, mas nada de acordar. Gatorade, banana (agora falada com m: 'manana') e papinha com arroz e batatinha foram mesmo suficientes para ajudar a conter a diarréia.

O MELHOR ESTAVA POR VIR

No domingo, madrugou... às 06h55 já estava acordadíssimo. Pra quem acorda por volta das 8h quase todos dias, uma hora a menos é bastante. Ainda mais na folga da mamãe e do papai, né?! Mas a gente já conhece essa história...

Não deu pra enrolar nada na cama. Pulei, nos agasalhei e fui com você ver as galinhas e os patos. A grama estava branca, com geada, do frio da madrugada. Ficamos lá na beirada do lago, observando os animais e as árvores. Só tivemos que sair porque você começou a pegar uns galhinhos no chão (por sugestão minha, até) e cismou de ficar enfiando dentro d'água. Só que queria botar o corpo junto. Não dava para arriscar! Para acabar com a reclamação, voltamos em direção à casa. E você, nada de querer andar! Só colo... ai, ai, ai... já imaginou?! Quando estávamos chegando, seu pai já estava de pé, na porta, nos esperando. Foi uma delícia. O sol apareceu, começou a esquentar um pouquinho e a gente curtiu o dia. Enquanto o papai fazia churrasco, vc ficava tirando os maracujás do cestinho e jogando pra fora. Jogava, buscava, catava... um vai-e-volta sem fim. Haja energia! Corria pra todo lado e ficou obcecado por uma coisa: a torneira de água com mangueira no meio do gramado!


Eu passei horas correndo atrás de você e insistindo que não podia. Imagine, no frio, todo agasalhado, ficar mexendo com água. Além de gastar, corria o risco de se ensopar... Fiz até não aguentar mais. Já estava podre, porque a sua energia é impressionante. Tudo pega, tudo quer, vai pra lá, vai pra cá... não pára um segundo sequer! Passei metade do dia agachada, para não sacrificar a coluna.


Você só sossegou num momento: chupando cana. Eu tinha visto plantada e fiquei com água na boca. Era cana cayana, da melhor possível. O Marcos foi lá, colheu e começou a nos abastecer. Gente do céu, que saudade da minha infância! Larguei o churrasco e comecei a chupar sem trégua. Seu pai dizia: "Pri do céu, não vai acabar não!" Lembrei do seu bisavô Lu, que a vida inteira descascou cana para gente chupar no sítio. Depois, plantou até no quintal de casa em BH para não perdermos o hábito. Mas, a última vez, acho que foi bem antes da gravidez. Que delícia! Resolvi te oferecer e não tive dúvida de que você adoraria. Não deu outra. Passou um tempão chupando cana, sentado no velotrol que o Marcos guarda há 20 anos, desde a infância do sobrinho de sangue.


Eu não cabia em mim de tanta satisfação. Seu bisavô e avós tinham de ter visto isso! (foto para a posteridade, cara de década de 80!)
Ainda demos uma super volta no sítio para ver as árvores, as plantas, toda a dedicação do Marcos naquele lugar delicioso e você ainda encontrou outros pontos de água. Não bastasse a calça que já havia sido molhada graças ao seu p-a-i!
Por falar nisso, advinhe o que aconteceu pouco depois?! Você conseguiu o que queria. Seu pai saiu da churrasqueira e foi te acompanhar. Encostou na grama ao seu lado e te deixou fazer a festa. Você amou. Eu, enlouqueci! E aqui, uma confissão: ele só saiu de lá correndo com você no colo quando eu fui atrás, brava como qualquer outra mãe teria ficado. Filho, filho... esse seu pai e você ainda vão me aprontar cada uma! Te enfiou no banho com ele e você passou o tempo todo com um bagaço de cana na boca. rs!
De banho tomado, sequinho, quentinho, voltamos para a churrasqueira. Você ainda ficou tocando um gato: "Xô!"..."Sai!", dizia imitando o Marcos, que aliás, começou a chamar de vovô. Acho que foi pela barba grisalha.


Foi super gostoso, o domingo rendeu, valeu muito a pena. A gente vai voltar, se Deus quiser.
Saímos de lá por volta das 5h30, com você falante no carro... um tagarela! Uma delícia. O choro na estrada não podia faltar, mas você veio o caminho todo na cadeirinha. Em casa, vestiu o pijaminha e dormiu, bonitinho...a noite toda! Fim de semana nota 10, chupando cana e comendo "manana". hahahha

7 de junho de 2010

O repetidor, o falador!

Nunca na história deste país a segunda edição de um dicionário foi publicada tão rapidamente. Mas aqui, não tivemos muito tempo. Em menos de uma semana, várias palavras começaram a ser pronunciadas com perfeição. Como pode ser assim, tão rápido? Vou começar como uma história de ontem à noite. Ao ser perguntado: "Cadê a mamãe?", respondeu sem titubear: "Tá aqui!", meio com o sonzinho de Tá tchi!
Vovô, tio Pedro e tia Aline passaram quase quatro dias em casa. Foi uma maravilha! Vieram para o feriado e você foi estimulado o tempo todo, de forma diferente. Saiu falando umas palavrinhas.

Vamos às novidades e mudanças no vocabulário:

Minininho -- assim, mesmo! Falava "minini" tanto para menino quanto para menina. Começou a pronunciar sem cessar por causa do tio Pedro, de 13 anos. Ele é um menino mesmo e apesar de você até ter dito "tio ou titio" algumas vezes, era de "menini" que você o chamava. A questão é que a família achou que você falava o diminutivo. Em Minas, um "mininim" já é diminutivo. Daí, começaram a rir e a repetir todas as vezes: "minininho!" Três dias depois você já estava falando a palavra por completo!

Apacou -- apagou! Bota a mão no interruptor e fala quando escurece.

Atchim -- fala reproduzindo o som do espirro.

Catão -- cartão - adora pegar os meus na carteira, mas o preferido é o de alimentação, um amarelo vibrante.

Pepel -- papel! Sempre para o papel higiênico, que não pode ver e sai puxando... baguceiro!

Lolojo -- relógio. Até aponta para mostrar! rs.

Pôtão -- portão, de casa. Quando abre, já anuncia: "Mamãe!" ou "Papai!"

Quente -- toda vez que vê o aquecedor e passa perto, fala. E quando o paõzinho, queijo ou papá estão mais quentinhos mesmo.

Lhé -- colher. Adora, costuma ter sempre uma na mão enquanto a gente dá o papá para ele. Comigo fica querendo meter dentro do prato! Tem umas de plástico, da época em que era bebezinho, que adora. Fica andando pra lá e pra cá com elas. Leva até pra o banho.

Basílllllll!!! -- torcedor, aprendeu a gritar com o vovô Marcos. Agora com esse tanto de propaganda da Copa do Mundo então, é "basílll" pra lá, "basílll" pra cá. Grita "gooooooooooool" também!

Djá -- Um, dois, três e..."djá!" Adora falar isso quando vou ligar o secador para enxugar o cabelinho depois do banho.

Sxisxi -- xixi, claro! É fofo demais.

E repete tudo. Para três, vale o resgistro:

Quando falo "saco!", brava, por alguma coisa, faz: Caco!, na maioria das vezes. E ri! Às vezes sai saco.

Céu -- copia a última quando digo: "Ai, meu DEUS do céu!"

e já reproduziu DEUS também, quando essa é a última.

Agora, algumas que faltaram na primeira edição, mas que não são novas:

Abadju -- abajur (também faltou, mas é relativamente recente. Tem umas duas semanas.)

Pum -- hahahahha!

Apé - aperta - pra todos os brinquedos que fazem barulho apertando.

Lú -- luz

Dodói

Bô - bolsa

1 de junho de 2010

11,200 kg - Tá que cresce!

Filho, você está de parabéns, mais uma vez. Voltamos ao pediatra neste 31 de maio, depois de quatro meses sem ir. Depois que faz um ano, as consultas vão ficando menos frequentes. E, como a sua saúde é boa, a gente não tinha precisado ir até agora. A marcação foi motivada, principalmente, pelas assaduras. O mês foi um horror! Você passou maus bocados, com o bumbum super assado. Chegava a chorar quando íamos limpar o bumbum, que dó.
Durante uma semana, menos crítica, tentamos resolver na base de pomada e maisena. Na segunda, usei Nistatina por indicação da minha fisioterapeuta, que também tem uma bebê. Mas nada resolveu. Acabei ligando para o Fran e dizendo que tentei evitar, mas foi impossível. Ele passou, por telefone, a solução:
- Limpar o côco com óleo Dersani Bebê, em vez de algodão com água;
- Pomada - Dermodex tratamento, em vez da Nistatina genérica;
- E, por último, o que realmente curou: imersão do bumbum em água com um comprimidinho de permanganato de potássio diluído em quatro litros de água. Só quando fui à farmacinha de bairro comprar o negócio sarou de vez. Foram três dias de banho e cicatrizou por completo. Que coisa, né?! Como diz a sua vó Nair: "Coisa das antigas... a gente nem sugere porque acha que não usa mais!". Usa sim, vó, e foi isso que sarou. Agora mamãe vai passar a receita pra frente.
Como na consulta de ontem você já estava bom, de medicação só pegamos orientações para casos de gripe, já que o frio tá bravo. Hoje, menos de 15 graus, credo!

E, para resolver a "cocozeira" seu pediatra deu duas orientações.
Primeiro sugeriu um leite com lactose reduzida e depois perguntou: "Ele come pedrinha? Sapato?" Parecia até que a pergunta foi personalizada. Você adora uma pedrinha, um tênis ou um sapato. Vai gostar de pedrinha e sola de chinelo assim lá ... lá em casa. É um troço de outro mundo! Ele disse que se tivéssemos animais já teria recomendado, mas que esse quadro pode ser verme. Bingo! Eu tenho certeza que é. Como é que pode, fazer de quatro a cinco cocôs ácidos por dia? Tadinho!
Então, começamos hoje mesmo com o vermífugo. São duas doses, durante três dias. Vamos ver no que dá. Se sarar, era isso mesmo. Se não, trocamos o leite.
Acho que já na primeira dose melhorou. Nem fez cocô à tarde e agora à noite.
(Enquanto escrevo você tá no seu bercinho, balbuciando, mordendo o Doudou - bonequinho da Bélgica - que o vovô deu. Agora está assim. Deita acordado e dorme sozinho a maior parte dos dias. Dá um orgulho! )

Foi só eu escrever isso e você acaba de choramingar. Se não parar, vou dar uns tapinhas no bumbum, só para pegar no sono...
Peraí, tô indo, filho! Tô indo. Você começou a chamar: "Mamaiiii... mamaiiii!!!"

Quatro minutos de relógio... e estou de volta. Dei uns tapinhas no bumbum e só.
Então é isso. Os registros dos seus quase 16 meses completos são:
Tá pesando 11,200 kg (400 gramas acima da média) e medindo 80 centímetros, na média. Cresceu 4 centímetros de fevereiro para cá. Tá gordinho, fofo, grandão. Tudo indo super bem, graças a Deus!
Ter você feliz, saudável, ativo, inteligente, falante, curioso, lindo, amoroso NÃO TEM PREÇO. Como eu disse na consulta, nós temos orgulho do bebê que você é. Agradeço a Deus todos os dias, sem descanso, pela sua vida! Você faz de mim uma pessoa melhor, uma mulher mais feliz, uma mãe plena. Que Deus nos dê muita saúde e sabedoria para te ensinar a ser correto, justo, ético e feliz!