27 de fevereiro de 2013

Meu mundo


"A Gabi também tem um MUNDO? O dela é Rosa?", perguntou pra ter certeza do que via na tela do computador. 
Eu ouvi de longe e achei o máximo! O pai, que estava postando fotos, confirmou. 
Depois, o melhor: "Eu quero ver o meu MUNDO, azul!" 
Não é que você já sabe que as historinhas da sua vida, que adora ouvir de noite antes de dormir, estão todas nesse canto lindo que a gente criou, o "Mundo de Rafael"?! Que orgulho!

Gabi goleira?


"Mãe, olha como ela agarra a minha mão!", exclamou Rafael impressionado com a força da pequena Gabi, que estava em cima da banheira depois de um banhozinho. E completou: "Ela é forte! Vai ter que jogar futebol!". 
Eu logo emendei: "Futebol, filho?! Não sei se ela vai querer...". 
Daí, a sentença: "Ela vai ter que jogar no gol, porque é boa em agarrar!". 
Maravilhoso!

22 de fevereiro de 2013

Fefel, o irmão apaixonado

Foi uma boa surpresa a reação do irmãozão com a chegada da pequena Gabi. Ele se apaixonou logo de cara!
Fico pensando e acho que pra ele também deve ter sido importante vê-la nascer. Afinal, ele estava lá o tempo todo, junto com os avós, espiando o parto da janela. As fotos não me deixam mentir e uma delas revela ainda a sensibilidade da enfermeira que levou a irmãzinha enroladinha bem perto dele, para apresentá-la a quem de mais importante ela terá na vida a não ser os pais, o irmão.
 









NA MATERNIDADE
Foi um misto de carinho e agitação. Como tem sido desde o início, aliás. Assim que ela chegou no quarto, ele estava lá. Subiu logo no sofá para ficar na altura do bercinho e fazer carinho na cabecinha. A coisa mais fofa! Mas o amor não contém a energia, claro. No hospital mesmo, as visitas dele tinham de ser muito breves. No segundo dia, ai jisuis, Rafael "incendiou" o quarto. Era chegar, tirar o sapato e começar a abrir a geladeira e querer pegar todos os suquinhos de caixinha que estavam dentro. Depois, se escondia no armário, subia na pia do banheiro para lavar mãos e até os pés, levava o banquinho do banheiro para perto do álcool em gel, que passava o tempo todo na mão para tocar na irmãzinha, apertava os botões da maca, fazendo descer e subir o tempo todo, fuçava nos botões na parede da cabeceira e, não bastasse tudo isso para deixar a gente de cabelo em pé, ainda encontrou no apoio de ferro do soro uma espécie de skate! Inacreditável! Subia na base descalço e, segurando no suporte,  lá ia ele de um lado para o outro se deslizando nas rodas... Confesso que quase morri de cansaço! Só de pensar no sufoco já fico podre de novo! A vó Paula era a que mais tentava por ordem na coisa também, coitada. Era o tempo todo falando: "Rafael, meu filho, não faça isso!". Ou dando corda para brincadeira no armário, a mais tranquila. Era ele falando: "Vovó... vem me procuraaaar!" E ela: "Cadê você?! Será que saiu?!", para mantê-lo mais quieto! Depois desse dia super agitado, os seguintes foram de visitinhas mais curtas. Chegava, sentava na cama, me dava beijos e logo queria pegar a irmã no colo. Eu, orgulhosa, fazia questão de deixar.

ORGULHO
Não tem nada que me faça mais feliz do que vê-lo carinhoso com a irmã. Adoro quando ele quer se acomodar perto da gente, quando ela está mamando. Só temos que dosar a forma, porque senão ele se empuleira junto da almofada de amamentação e até atrapalha.
Diante de tanto amor, as frases de admiração e paixão não cessam mais. São tão preciosas que tenho anotado algumas desde o início, para não correr o risco de esquecer. A mais marcante e constante é: "Você é linda. Eu te amo!". Ou, falando dela pra mim: "Ela é linda!", com jeito de profunda admiração.
Ele fala espontaneamente, quase todas as vezes que se aproxima do rostinho para dar os beijinhos, que eu fico vigiando para não ficar muito perto da boquinha e nem sufocar.


Nas primeiras semanas, Rafael soltou várias frases de efeito, que anotei pra nunca mais esquecer:

-"Essa menina é uma benção, vovó!" Não precisa de mais nada, né?!

Falando pro pai, olhando a irmã no bercinho: "Eu queria tanto ter uma irmã assim... Ela é tão linda. E agora eu tenho!"

-"Ela é tão linda!", admirado.

Quando ouve um resmunguinho: "Mãe, ela quer mamar! Ou: "Ela quer peito!"

Outro dia, ouviu o choro lá de baixo. E falou pra babá: "Deixa que eu resolvo!". Saiu correndo feito um louco e quase ganhou dela na corrida. Sorte que ela conseguiu alcancá-lo porque a gente não sabe se ele ia ou não querer pegá-la do berço! rs.

-"Como é que eu posso ajudar?"- falava o tempo todo no começo. Mas só queria o filé mignon. Quando pedíamos para jogar fralda no lixo ou para parar de fazer barulho, nada feito. Um dia ouviu da avó que a gente ajuda do jeito que precisa e não do jeito que quer. Pouco depois, repeti isso. E perguntei: "Quer limpar o cocô?", só para tirar um sarro. Não é que ele quase topou?! Respondeu com um: "Tá bom!", quase que dizendo: já que não tem outro jeito, né?!  

-"Eu quero pegar ela no colo!" Sempre que dá, ponho. Acho fofo ele sentado na cadeira de amamentação com a almofada e ela no colo.

Fazendo muito barulho na sala, ouve: "Filho, não faz barulho, sua irmã está dormindo!" Ele: "Eu não queria ter essa irmã, ela só dorme!". Até entender que demora mesmo para interagir, vai tempo... hahaha!

No ouvido da irmã, que mama: "Te amo e você é linda!" Quem aguenta um apaixonado desses? Ela vai ou não ser fã do menino?

- "Que linda!", ao ver a irmã chegar na porta do quintal toda enfeitada de lacinho branco, enquanto ele pegava acerola com o pai no pé. Conquistador natural!

- "Nem acredito que eu tenho uma irmã com esse quarto lindo! Que legal... Uhhh!" Essa é maravilhosa! E se eu não tivesse registrado, já teria me esquecido.


O CIÚMES
Apareceu, claro.  Com a vovó em casa e o papai de férias, ele sempre tinha alguém à disposição. Mas de vez em quando ficava choroso pelos cantos. Um dia, a empregada pegou ele na cozinha
passando requeijão no biscoito. Ela perguntou o que ele fazia e ele respondeu: "Tô aqui me virando sozinho..."( com jeito de lástima). Fala sério! Como se ele tivesse ouvido alguma orientação do tipo ou como se alguém tivesse se recusado a ajudá-lo.
Descontou um tanto na babá que deixou de cuidar só dele e fez loucuras agressiva nas duas primeiras semanas de fevereiro. Estava se achando o próprio Avatar (viu o filme entre dezembro e janeiro umas 25 vezes!).  Mas não se deu conta que não estávamos em guerra. E o Carnaval logo no início do mês veio pra prejudicar ainda mais a situação. Achei que ia pirar! Mas, graças a Deus, e à nossa atuação imediata, conseguimos contornar as ocorrências em duas semanas. Agora as coisas estão bem melhor, ufa! Daria pra dizer que nos B.Os atuais só tem travessura.

A gente sabe que pra ele tem sido duro, afinal, era único, podia muita coisa, tinha muito poder... Como diz a vovó, a chegada da irmã transformou tudo.  Eu e o pai sentimos e fazemos de tudo para dar o carinho que ele precisa, sem fraquejar na imposição de limites. As coisas estão caminhando e temos orgulho da família que estamos construindo a base de muita disposição, coragem e trabalho.

MAKING OFF
Ainda no hospital, tivemos a oportunidade de nos divertir com ele no penúltimo dia, durante uma caminhada pelo corredor. Ele sabia que em todas as portas havia plaquinhas com os nomes. Daí, pediu: Vovó, lê pra mim?! E lá foi ela... De repente, a placa: Joaquim Manoel. Quando ela leu, ele disparou: "Joaquim Manoel?! Que nome esquisito!" Quase morri porque não conseguia conter as risadas, andando cheia de pontos! Uns três caras que estava no corredor também se divertiram com ele. Ai, ai... que menino! Que Deus abençõe, proteja e guarde o caminho dessas duas joias raras, Fefel e Gabi! Amém.