11 de dezembro de 2011

A Rosa e a Céu

Filho do céu, esse é um registro rápido só porque também não dá para passar sem isso. Ontem, na festinha da amiga Maria Tereza, descobri que a mãe de outra coleguinha, a Rosa, é a Céu, cantora. Agora fala sério, como eu não sabia? Estou aqui colocando inúmeras músicas dela para você ouvir e pra mim também, claro. Algumas eu já tinha ouvido, outras nunca. Já ouvi quase tudo que tem disponível no youtube e não é que você está cantando a que talvez seja a mais conhecida delas: "Menino bonito, menino bonito ai...".
Quando me dei conta, fiquei sem jeito, porque até ontem ela era a "Mãe da Rosa". Como eu, que sou a "Mãe do Rafael". A gente custa a descobrir e guardar os nomes das mães, uma coisa horrível. E não é que tem alguns que eu provavelmente ainda não sei?! Tirando isso, o nome dela é bastante conhecido, apesar dela ter dito "Eu não sou muito famosa!", quase que me desculpando pelo mau jeito. E eu, nessa coisa louca de ficar só lendo notícia de política, economia e cidades e de ficar ouvindo CBN e quase não assistir outra coisa em TV a não ser jornais, não me dei conta do quão importante ela é, pela voz linda, pelo repertório e por ser uma das cantoras revelação da música brasileira dos últimos anos. Eu sempre a achei linda nos encontros na porta da escola ou nas situações em que estivemos juntas na escolinha, mas confesso que não associei a voz da cantora com a imagem. É, porque já tinha ouvido algumas músicas dela na rádio Eldorado, mas nunca tinha a visto na TV. Sem contar que, na porta da escola e até ontem mesmo, quando conversamos mais, não daria nunca para associar a voz da cantora com a voz da mãe. Foi uma surpresa grande e, apesar do constrangimento, fiquei bem feliz de saber que a coleguinha é a filha dela. E olha que a gente já falou bastante dessa amiguinha aqui em casa, principalmente na fase em que você deu trabalho na escola. Não me esqueço do dia que te levei no jardim, fiz você pegar numa flor para te explicar o quanto a rosa é delicada. Eu dizia: "É como a Rosa, sua amiga.", para tentar te fazer entender que você não podia fazer maldade.
Bom, se é que ela ainda não é "famosa" como será, eu já tive o prazer de descobrir. Além dela ser uma simpatia é, acima de tudo, mãe da sua coleguinha. E parceira de algumas festinhas (risos) como as outras mães.

os amiguinhos da primeira turminha - G2

3 de dezembro de 2011

Kotschão!

"Kotschão!" Foi assim que você terminou o dia chamando o amigo do pai, conhecido nacionalmente como um dos maiores repórteres da imprensa brasileira. Eu achei o máximo, afinal, é a maior comprovação da intimidade que você conseguiu criar com ele. Poderia ter sido com qualquer outro bom companheiro de viagem, mas foi ele que nos acompanhou hoje até o sítio do outro amigo, Heródoto, uma personalidade também.
Sua mãe fica feliz em poder deixar registrado um momento que poucos terão a chance de viver. Se você não pode se dar conta disso, pela pouca idade, eu faço questão de deixar guardado, porque também é parte da sua história. Quando você estiver com a minha idade (33 anos), se tiver interesse pela profissão do seu pai e da sua mãe, vai ter a chance de saber que você conviveu com pessoas brilhantes, muito admiradas por nós. Vamos ao início, como a mamãe sempre faz.

O INÍCIO
Você voltou da pracinha para gente ir à feijoada de fim de ano que a equipe do seu pai e do Heródoto resolveu fazer para comemorar o ano bom, de estreia de um novo jornal, um novo formato na TV, que quem assiste já identificou. Criação do seu pai, filho, que também é admirável!
Assim que chegou em casa percebeu que tinha gente diferente. Era ele, o Kotscho (risos). Você chegou desconfiado, mas ele foi logo te receber. Te apresentei, disse que ele era amigo do seu pai, que trabalham juntos. Ele te cumprimentou, contou que tem três netos e foi para o quintal enquanto a gente se arrumava. Eu fiquei conversando com você e resolvi te contar que Kotscho era como o seu Nascimento, mas que todo mundo o chamava assim. Aí você fez: "Kot-scho?" Pronunciando certinho! Eu achei bonitinho porque você gostou da sonoridade e ficou repetindo depois. Daí, estávamos comendo abacaxi e você reclamou que estava difícil partir. Eu falei: "É porque você só tem dois anos, filho!" E você começou a perguntar: "E você?" Trinta e três. "E meu pai?" Cinquenta! (50). Aí, veio a seguinte, que não poderia faltar: "E seu avô?", apontando para o Kotscho. Respondi, rindo: "Não filho... ele é avô, mas não é o meu. É dos netos dele!". Aí fui contar que você perguntou as idades e ele respondeu: "Eu tenho 63!". Você logo repetiu: "Sessenta e três?". Começou aí a boa interação.

NO CAMINHO
Conseguimos sair de casa um pouco depois. A feijoada foi num sítio, a 1h30 de SP, no caminho de Bertioga, no litoral paulista. Ele foi de co-piloto e eu, atrás com você. Já previa o seu tédio, mas esqueci de levar brinquedos. Já na saída de SP, começou: "Mãe, quero fazer cocô!", insistentemente. Pra resumir, por causa dele, que conhece muito o caminho do litoral, soubemos que tinha um posto próximo. Mas chegando lá, você só enrolou. Comeu biscoito de polvilho, que ganhou de presente, e só parou de amolar quando te dei um chips. Até dormiu. Mas antes, foi uma novelinha que nós, seus pais, conhecemos. Mas ele nunca esteve conosco, em família, e administrou superbem. Nada de estresse. Contou até das histórias com a família, a viagem para Disney em pleno fim de ano - "Nunca façam isso! É uma coisa horrível... O mundo inteiro vai pra lá nessa época. Tem fila de duas horas para os brinquedos. Eu odiei a Disney!" (risos). E não é que valeu o conselho?!

O DIA
Chegamos lá com você dormindo - apagou uns 10 minutos antes. Mas logo acordou. Passou o dia brincando, se divertindo com os filhos de outros amigos. Todo crescidinho, com se tivesse mais do que 2 anos e 10 meses, quase. Tomou garoa, andou de trator, pediu para ver as vacas, andou por todo lado... até ir de Kombi - a famosa! - para a casa principal do sítio, no meio da mata. Eu achei uma loucura você ir com a turma sem mim e o seu pai. Mas foi ele que te autorizou a entrar no carro sem a gente. E eu insisti na prática do "abstrair". Senão vou passar a vida me estressando com coisas que deveriam ser uma preocupação comum. Aproveitei que outras amigas do seu pai - Maria e Andrea - estavam indo para pedir para as duas cuidarem de você. Acho que foi isso que me ajudou! No fim, deu tudo certo. Fefel e os Fraguinhas (Daniel, Carol, Gabi e Kadu)

Mas uma hora a gente pegou o carro para ir atrás e ver como você estava. Chegamos lá, você estava todo, todo, brincando com os Fraguinhas - filhos de outro amigo, o Fraga, da TV. Fraguinhas só no apelido porque os quatro já estão enormes. Você se deu bem com todos. Ficou lá sendo adulado e paparicado. Ê vidão! De tanta alegria e entrosamento nem foi fazer xixi. Eu, que já tinha perguntado uma vez, acabei deixando de lado... tempo demais, e aí, vazou. Te troquei e você continuou lá. A notícia é de que, na hora H, saiu dizendo: "Não aguentei segurarrrrrrrrrrrrr!", tirando onda. Na hora de ir embora, não queria de jeito nenhum. Pediu: "Fraga, fica mais um pouquinho!" E conseguiu. Saímos já eram quase 18h30.

A VOLTA
Na volta, nós quatro de novo. Em vez de dormir, passou um tempão brincando com o Kotscho, jogando a cordinha do roupão na cabeça dele, que estava na sua frente. Ele entrou na brincadeira. Amarrou na cabeça, tipo samurai, devolveu, conversou. Sem preguiça da brincadeira. E você conversando. Daqui a pouco, graças a sua insistência do "quero fazer xixiiiiii!", paramos de novo. Ele falou: "É até bom, assim a gente toma uma água!" Desceu e já te perguntou: "Quer um suco, Rafael? De laranja?" Você quis na hora. Pegou bala e suco. No carro, eu te contei que foi ele quem tinha te dado. Você não agradeceu como eu, mas registrou a informação. Cantamos um pouco e, de repente, caí no sono. Seu pai e ele ficaram conversando com você e eu nem vi o resto da viagem passar. No fim, quando passamos perto da decoração de Natal da Paulista, despertei. O Kotscho já tinha sido deixado em casa e eu nem vi. Daí seu pai começou a contar as histórias... Foi um tal de Kotschão para lá, Kotschinho para cá... Seu pai conta que você topou cantar as músicas dos animais dos Saltimbancos. Primeiro a da galinha, depois do cachorro, depois do jumento e, finalmente, da gata. Seu pai está dizendo aqui: "Cantou inteirinhas!" O que fez o Kotscho afirmar: "O Rafael está muito adiantado para a idade dele... Sabe música de cor, sabe contar até vinte!" "Rafael, você é muito esperto. Vamos ver se você encontra o Decão - neto dele - na praia", sugeriu. Agora fala que não é muito bacana alguém como ele, um dos primeiros autores que eu li ainda na faculdade, estar entre nós com tanta simpatia?! São coisas da nossa vida, da nossa profissão, que são muito bacanas. É gente que fez história na história da gente.