17 de abril de 2011

Nosso skatista!


Que saudade de escrever sobre o seu desenvolvimento, filho! Hoje a vó Paula cobrou notícias no blog... e eu me lembrei que, no sábado passado, tentei escrever mas o computador estava desconfigurado. O motivo do registro era e é um marco na sua história. Na verdade, a realização do primeiro sonho, como bem traduziu o seu pai: a conquista do skate!
Foram dois meses de intensa pressão. Virava e mexia, eu ouvia: “e aí, quando você vai resolver dar o presente para o menino, coitado?!” Eu, com medo do perigo, resisti... Mas não foi fácil, quase fraquejei várias vezes antes mesmo do dia em que cedi. Aconteceu umas duas vezes de você acordar num dia qualquer e soltar um: “Mãe, ‘compa’ um skate pá mim!” E eu lá, com o que as doidas das tias Lidi e Laura deram de aniversário, escondido. A decisão de dar no sábado passado, dia 09, um dia depois do meu aniversário de 33 anos, foi provocada por dois motivos:
1 – a nossa ida para o clube e as suas investidas nos skates dos outros meninos. Você foi antes com o seu pai e eu não tive dúvidas do lugar onde ia encontrá-los: a pista. Não estavam dentro, mas estavam perto... e você, no skate dos outros.
2 - achei que realmente seria uma grande emoção no dia em que a babá que ficou 8 meses conosco ia embora de vez. Eu queria que a ida dela fosse uma coisa secundária e foi. Eu estava super bem resolvida com isso e, também, a Fê, sua irmã, estava aqui.



A HORA H

Bom, chegamos do clube, você morto, já eram umas 16h... Papai fazendo churrasco no quintal e eu resolvi dar logo. Você se jogou no chão de prazer já com o anúncio: “Filho, você vai ganhar um presente! Adivinha.... adivinha!" Foi um suspense rápido, mas emocionante, até que o papai pegasse a máquina para registrar fotos. Até parecia até que você sabia o que seria... De repente, você deitado no tapete, a mamãe em cima e, ao abrir o embrulho, você deu uma risada rouca e um grito, quase sem acreditar: “Um skate! Hãhãhã!” Na hora que foi subir em cima, se lembrou: “Cadê a minha ‘tocoveleira’? E a minha ‘joelha’? “ Pegamos cotoveleira, joelheira e capacete – kit que você chama de “minha poteção”- e você se sentiu preparado para as primeiras manobras. Surpreendentemente, parecia que nasceu sabendo. Quem vir o vídeo há de convir que é demais... não é só corujice não!
Nós não acreditamos quando colocou um pé numa base, suspendeu o outro lado, botou o outro pé e subiu, já se equilibrando. Foi demais! E você dizia: “ Gente, olha isso!”, todo exibido. Eu perguntei: “Filho, agora você é o que?” “SKATISTA”, respondeu orgulhoso. Seu pai, impressionado, ficava: “Como ele sabe fazer isso?”. A gente logo veio com a resposta: “Passou a vida observando os meninos na pista do clube!” Mamãe lembra da época em que você, antes de um ano e meio, invadia a pista para subir em cima dos skates dos outros. Éramos eu e a Dorinha no começo, segurando. Tirei fotos daquelas investidas... ainda não reveladas, claro!
No tal sábado, você quis até andar de skate na rua, onde andam os vizinhos adolescentes. Seu pai disse que eles diziam, ao te ver: “Olha a criaturinha!” Engraçado é que você se sente do tamanho deles. Não se intimidou e se exibiu: “Olha o meu skate!”, antes de partir para as entrevistas. Perguntou nome de todo mundo, quem era irmão de quem, etc. Ô menino articulado!
Bom, pra tentar resumir, foram grandes emoções, mas tomou uns tombinhos - um deles, tropeçou e caiu em cima da ponta do skate, na rua, enquanto eu dava ré para ir ao salão. Chorou muito eu desci já com o coração na boca, quase arrependida... Mas, graças a Deus, machucou só um pouquinho. Bem perto do olho, diga-se de passagem. Graças a Deus, foi protegido. Mas passou uma semana com as cascas do machucado.
Depois da ferida, entrou no carro comigo e com seu pai, me levou ao salão e já apagou no caminho, agarrado no skate. Até aí, já tinham sido 1h30 grudado no ‘bicho’- como diria a sua bisavó Natalícia. Acordou depois de uma hora e meia, já na fissura: “Cadê meu skate?” Ficou das 18h30 até umas 22h30 “skatando”, para minha preocupação. A Fê chegou umas 20h aqui em casa e você, estava mais fera ainda. Não parava! Eu, toda preocupada, me lembrando daquelas orientações da escola sobre outras atividades: “Ele não terá limites, como toda criança dessa idade. Somos nós que temos que impor restrições, porque eles se entregam e depois são prejudicados.” Mas não consegui nada. Seu pai repetia, insistentemente: “Deixa o menino, era o sonho dele... depois isso passa!” E ficou... até aceitar tomar banho. Agora pergunte onde o skate ficou? Colado. Queria até colocar na banheira, “pra dá uma lavadinha”, nas suas próprias palavras. Depois, só aceitou dormir agarrado no skate. Foram duas noites assim... Agora, uma semana depois, já aceita até ir ao clube sem levá-lo.
Mas, no domingo seguinte, saiu de casa com o kit todo e ficou um tempão no skate. Chamou a atenção do clube inteiro. Gente de outras mesas comentando... achando engraçado. Ouvimos de vários: “Que fofo!; “Olha o menino no skate!”; “Gente, olha só” e “Desse tamanho andando de skate é demais!”, falou uma mãe de dois meninos, um de 4 e outro de uns 6. Foi engraçado! Imagine o que não pensaram dos seus pais? O monitor da pista disse que você se equilibra bem e vai gostar mesmo de andar de skate. O mascote do clube já é. Vamos ver como será quando crescer. Que Deus te proteja, sempre!