27 de dezembro de 2010

O primeiro picolé, oficial!

Meu Deus do céu filho, parece que perdi a noção o tempo! Há mais de um mês não atualizo as notícias sobre o seu crescimento. Depois acabo me esquecendo dos detalhes. Mais uma vez, vou congelar a notícia do Natal só um pouquinho para falar do seu primeiro picolé. Aliás, o primeiro que eu ofereci, porque sei que você já tinha tido acesso antes. Tudo bem... Pra mim, foi o primeiro da vida. Pela experiência, pela decisão de que tinha chegado a hora - finalmente tempo bom, sem nariz escorrendo e mamãe de folga - e porque tive o prazer de te ver saboreá-lo todo. Foi no clube, no dia em que você completou um ano e 10 meses. Alguns podem achar um absurdo eu não ter oferecido antes, mas para quem pensa assim, volto a repetir que a coincidência entre saúde boa e tempo bom demorou a rolar depois do seu primeiro ano e meio. Eu, como mãe que preocupa com a dieta, com a saúde do filho e que tenta seguir as orientações do pediatra e da dentista, não tive vontade nenhuma de antecipar esse contato. Pra mim, o fato de você comer e amar todas as frutas do planeta é o mais importante. E mais: o prazer do picolé e de outros tantos doces da vida ainda te fará companhia, por muitos anos. Não precisa ser precoce. Eu acredito que estou fazendo um bem danado a você!
Bom, feita a explicação pública da minha decisão, vamos ao que nos interessa.
Você ganhou o picolé de côco, sentado na espreguiçadeira, entre as minhas pernas, em frente à piscina. Pôs na boca e disse, imediatamente: "Hum, delícia!" Que prazer foi ouvir isso! Pena que o papai não tinha nem o celular nem uma máquina na hora para fazer uma foto da sua boca melada!!! Chupou o picolé todo, com a minha ajuda para tentar fazer parar de pingar. Mas a farra foi boa. No dia seguinte, domingo de folga, mais um. Outro prazer. De lá para cá foram uns quatro ou cinco e, agora, você já aprendeu a pedir. Na casa da vovó Nair no Natal foi assim. Não se lembrava do nome, mas conseguiu explicar bem que queria uma coisa pra chupar de côco. Igual ao do dia anterior.
Ah, tem mais. No último dia em BH para o Natal antecipado, fomos na Cia do Boi, restaurante que o seu pai adora. Aí, no fim, três picolés de sobremesa. Um para o tio Pedro, outro pra vovó e o seu, o único que veio premiado! Achei o máximo! Tem sorte! hahahhaha
Este verão será de muitos picolés, se Deus quiser. Bom, se eu aceitei dar o último até com o nariz escorrendo e tratando da tosse, agora vai ser difícil segurar. Só não deixei ainda você saber onde é a fábrica no clube - a cantina - senão estamos ferrados. Do jeito que é insistente, não vai parar de chorar até ganhar sempre! Tomara que eu consiga. Quem puder, que ajude! rs

18 de novembro de 2010

"Papai do céu tá no céu"


Demorou muito menos do que eu imagina para você entender que a gente não o vê. Estava fazendo a oração noturna anteontem, dia 16, e você, ao me ouvir falar de "papai do céu", soltou essa. Eu, feliz da vida, dei corda ao pegueno diálogo, que fluiu assim:
Mamãe: Papai do céu tá no céu perto de onde?
Você: do sol.
-- De onde mais?
-- Da Lua.
-- Isso mesmo, filho! E o que o papai do céu faz pra gente?
-- Cuida!, respondeu, sem pensar duas vezes.
Eu quase morri de felicidade. Que bonitinho, gente!

Mas o que me motivou agora a vir aqui foi a última:
-- "Tô discubido pai!, cóbe!", pedindo seu pai que chegou há pouco do trabalho para te cobrir com o lençol. É lindo demais! A gente não cabe em si. Seu pai ficou repetindo: "Tá discubido, filho?" e dizendo: "Filho, você é lindo!". A mamãe insistiu no descoberto, pra não perder o hábito! Mas foi só um pouquinho, porque achei lindo você tirar da cachola mais uma conjugação.
Parece com os "ele fezeu!"; "trazeu"... que você sabiamente tenta acertar, já que não conhece verbos irregulares. hahahaha. Daqui a pouco fixa na memória e começa a falar sozinho as formas corretas, como as de outros tantos verbos que já aprendeu no imperativo, gerundio e passado. Quem conhece sabe que não minto.
Quer um exemplo?
-- Mãe, abre! (a tampa de algum vidrinho, por exemplo)
-- Tô abrindo! (uma pomada ou o potinho do shampoo)
-- Abri! (qualquer coisa, que possa ou não possa. Desde a pomada, passando pelo vidrinho, até chegar a uma porta de um armário que não pode mexer, de jeito nenhum!)
Mais uma versão:
-- Mãe, sobe!; Tô subindo; Subi!
Viva você! Que papai do céu te abençõe, SEMPRE. Amém.

10 de novembro de 2010

Domingo na Fazendinha

5 de novembro de 2010

Tiradas 2


Depois do último registro sobre a sua falação, tinha achado que não destacaria mais nenhuma das suas tiradas, porque já consideramos que você fala tudo. Mas tem dias que é demais. Não dá para esconder que você continua a nos surpreender. De novo, tenho uma colinha aqui com algumas frases e expressões, para nunca esquecer:

"Sumiu a parte!", disse ao constatar que faltava uma pecinha do quebra-cabeça de bichinhos que o papai deu. Tá certo que isso é brinquedo para criança mais velha mas, como ele não se contém nas lojas, comprou. Eu, que pensei em esconder até você crescer um pouquinho mais, agora me surpreendo com o fato de você identificar as partes de cada bicho e de tentar montar sozinho. Fofo!

"Tá na hora de 'bincar' de carrinho!" - Fala sério! Essa foi demais!
Eu fico lá inventando circuito, fazendo barulho e curvas radicais com as miniaturas que seu pai resolveu comprar. Você morre de rir! E eu me divirto. Detalhe: você ganhou cinco, mas ele queria levar 10. Como controlar esse exagero, gente?! Tomara que você ainda não tenha percebido que é mimado a esse ponto por ele.


"Rabisquei, ontem!", mostrando na parede o colorido de marrom, no meio da sala. Tá um perigo! Sai por todo canto com giz de cera na mão rabiscando sofá, tapete, parede, lateral da porta de entrada, armário, cadeira, a mesinha que o vovô Agripino fez e até o carrinho que se parece com velotrol. De vez em quando fala, por conta própria: "Não pode!", de tanto me ouvir repetir. Mas na hora do discuido, lá vai o "Picasso " - palavra que vc já aprendeu a repetir - pela casa a fora, fazendo obras. Chega a ser engraçado.

"Mamãe 'tabalha' muito'" e "Papai 'tabalha' muito!", já virou um clássico.
Outro dia ouvi, por telefone: "Mamãe tabalha muito, pá compá futa!" hahahahahaha
Na véspera tinha feito sacolão e você ajudou a guardar todas as frutas. Foi uma fartura, uns 10 tipos que você ama e sabe falar o nome: ameixa, laranja, banana, uva, melão, melancia ('cia), pera, maça, pêssego e mexerica (acho que essa você fala é 'xerica', mas tenho que conferir).

"Tô bavo!" (bravo), disparou enquanto ouvia a babá contar que você estava difícil no tal dia. Que desde cedo estava nervoso, irritado. Hahahahah

"O damático!", numa autodefinição. Na verdade, você reproduziu o adjetivo que usei quando gritou "Ai, ai!", logo que prendi o capacete na sua cabeça. De vez em quando dá uma dessas. Finge que tá doendo só para impressionar. Mas na verdade, você é valente. Quando cai e leva um tombo feio, só chora mesmo quando machuca. É só investigar que a gente acha um sanguinho se tiver choro.

Nesse ponto, também agradeço a Deus todas as noites por te proteger e te livrar do perigo, porque você é da pá virada! Ô saúde maravilhosa!

Lembrei da última: "Cadê papai do céu?", perguntou depois que eu resolvi dizer que o papai do céu da oração diária não é o papai. Expliquei que não dá para ver, mas que é ele quem cuida da gente, quem guarda a nossa saúde, quem faz com que o Fefel brinque muito, quem nos protege, etc. No dia seguinte, de novo: "Cadê papai do céu?". Do jeito que é esperto, daqui a pouco entende.

14 de outubro de 2010

Tiradas



São 22h30, do dia 14 de outubro. Seu pai acaba de sair para encontrar um amigo e você já está dormindo. Podia aproveitar pra pular na cama cedo, mas não aguentei. A sua falação me trouxe para cá. Mamãe já disse outras vezes que se impressiona com você. Mas o mais surpreendente é que uma surpresa supera a outra. Você está esperto de um jeito que só quem vê entende o que a gente diz. Agora há pouco, logo depois que lavei a sua boca, depois de escovar os dentes, te pedi um abraço para te trazer para o seu quarto. Você, espontaneamente, soltou um: "Te amo! Te amo!" Que delícia isso, filho!

A motivação do registro agora são algumas frases recentes, que não quero que sejam esquecidas, nunca.
Aliás, este é o primeiro registro da virada de mês. Agora você está com 1 e 8, recém completos. Pausa para outra reflexão: COMO PASSA RÁPIDO! Hoje foi dia de mais um ensaio do coral na casa pertinho daqui... toda quinta, quando eles cantam, me lembro de começar a ouví-los quando você nasceu. Parece que foi ontem!


Bom, então aqui seguem as tiradas:

Hoje, durante o banho:
- "Assim, assim... lavando a 'olela' (orelha)! Falou dentro da banheira, enquanto mexia na água e jogava um pouco na orelha. Uns minutos depois te perguntei o que estava fazendo, porque estava molhando a nuca e parte da cabeça. Você respondeu: "Limpando a olela". É demais, viu!
- "Tá cheio... de água", disse depois de encher o potinho do sabão Jonhson que a mamãe deixa para você brincar.

Ontem, na hora do jantar:
Mamãe estava te dando o papá e falou para a Gi subir e usar a internet. Você completou com maestria: "Aproveita!" hahahahahahahahhahaa. Caímos na gargalhada, claro!

Mais cedo eu quis aproveitar uma hora em que você estava assistindo TV para aparar o seu cabelinho na nuca e perto da orelha. Sacanagem! Fui fazer justo na hora do seu vídeo preferido, o das formas do Mister Maker, que você espera ansioso para dizer junto: "círculo, triângulo, quadrado, retângulo" (Vovô Marcos é prova de que não estou mentindo!). Pois bem, daí fui cortar e você, concentrado, disparou, sem olhar pra trás: "Pála mãe!" Como pode? Fiquei com dó e esperei acabar para arriscar um corte rápido durante um desenho menos importante. Deu certo.

Outras tiradas desses últimos dias do feriadão, em que a mamãe e papai trabalharam, mas o vovô estava em casa:
- Cadê vô... a chave da mamãe?" Adora chave. Costuma pegar para enfiar no buraquinho do guidom da bicicleta e sai andando, como se fosse a chave do veículo.
Ah, lembrei. Na bicicleta tem de ter chave. No carrinho, cachá (crachá). "Cadê o cachá?", costuma pedir.

"Ô vô... pega... Fefel!", pedia para ele te tirar da cadeirinha do almoço ou jantar. Me lembro das histórias que a tia Gá conta que eu, pequena, gritava para o vô Lu do corredor que levava ao barracão: "Vô, pega a Piscilinha!"

Preparem-se para esta: "Marco Tonho (Antônio - o pai) deixa... Fefel fazer bagunça!" Essa eu anotei no meu papelzinho surrado que tá aqui do lado, para não esquecer. Incrível, você tem uma percepção muito precisa. Papai sempre foi mais gentil, tolerante. Mamãe não... se não o mundo acaba, gente!

Ah, num outro dia - não vou lembrar o que te pedíamos - você respondeu: "Sei lá... sumiu!" rs.

Outra hora, mais frio, mamãe trocou sua blusa e você pediu: "Ô vô... põe... o capuz!" Inacreditável.
Sobre as blusas também adora dizer: "Mamãe de busa (blusa), vovô de busa, Gi de busa... Fefel de busa!", reproduzindo o meu discurso insistente das horas em que tento fazer você não baixar o ziper sozinho para tirar a blusa. Pode estar até friozinho que teima: "Calor!", só para tirar.
Já é outono mas o frio em SP continua nojento! Por causa disso estamos dormindo com aquecedor todo dia e, mesmo assim, você pegou uma gripe. A mais forte da vida talvez, porque chegou a ter até tosse com ânsia de vômito. Desde ontem tá tomando um xarope mais fortinho do que só o redoxon e fazendo inalação. Por falar nisso, está levando super bem. Senta lá e fica quietinho, quase sempre. A primeira, na terça do feriado, subimos eu e o vovô juntos. Tive a idéia de fazê-lo segurar o equipamento para inalação de adultos e você embarcou no seu sem se queixar. Eu fiquei lá te segurando, fazendo a inalação e rindo do efeito psicológico da coisa, que funcionou super bem.
Moral da história: está uma delícia essa fase. Papai antes de sair disse: "Pri, o nosso nenezinho cresceu! Tá falando tudo, direitinho!" Tá mesmo filho... e a gente é puro orgulho! Graças a Deus você é nosso. Graças a Deus você existe! Que Deus te abençõe, sempre! Deixo isso registrado aqui, mas com você ou sozinha, deitada, no banho, no carro, no clube, em casa, onde quer que esteja, agradeço pela sua vida. Você é tudo que a gente podia querer.

9 de outubro de 2010

"Pagaio de pilata!"

Eu já perdi inúmeras frases porque não tinha um papel na hora, porque não dava para sair de perto para anotar ou porque, simplesmente, acreditava que conseguiria me lembrar de todas ou, pelo menos, das mais impactantes.
As palavras foram se unindo aos poucos, mas neste último mês - 1 ano e 7 meses de idade - as coisas realmente se consolidaram. Você está falando tudo! Mais: está REPETINDO TUDO. Hoje, de tanto ouvir o seu avô dizer que você é um papagaio de pirata, soltou um "PAGAIO DE PILATA!" rs. Gostou do som e ainda ficou repetindo a expressão depois.
As frases que começaram com uma junção de verbos e pronomes agora já tem preposição.
Aí vão alguns exemplos - a primeira foi a que me fez ir atrás de um lápis para escrever, de tão impressionada que fiquei:

1 - " CADÊ A VELA ... DO BOLO DA GI?" Como assim, filho!? Não é porque sou a mãe não, mas você esta acima da média. Me surpreende o tempo todo. "Cadê a vela do bolo da Gi?", foi demais! Isso porque só faltava a vela mesmo na mesa que já havia sido decorada por ela com os seus bichinhos e girafas, o animal preferido da babá. A propósito, foi super bacana. Mamãe não sabe quem ficou mais feliz, você ou ela. Não dava mesmo pra passar em branco. A gente gosta tanto dela, né?! Veio de BH, mora conosco, fez 25 anos, estava longe de casa... Merecia um bolinho. Cantamos parabéns e foi super bacana. De todos os aniversários que você foi, até hoje, esse em que estávamos só os três foi o que você mais bateu palmas. (risos)

2 - "Mamãe tomou... O suco dela!"
Dois dias depois da festinha, ao me ver beber o suco todo, soltou essa. Com um ano e meio começou a dizer "dela" numa conversa em que te perguntei onde estava a Vitória, sua amiga. "Foi embora!", respondeu. "Pra onde?", completei. E você: "Pra casa dela!". Hahahaha. Nesse dia ainda, estávamos só os dois juntos e eu te coloquei na cadeira da mesa para sentar do meu lado. Aí você falou: "Pertinho da mamãe". Ai, que fofo!

3 - "Vovô acabou... De tomar banho."
Sempre tem pausinha, mas a frase é completa. Disparou essa logo que o barulho do chuveiro parou. Você sabia que ele tinha ido tomar banho, porque perguntou antes.

Enfim, é um tagarela imbatível. Seu avô tá que ri de você desde ontem, sexta-feira, quando chegou para passar o feriadão de 12 de outubro te curtindo. Mamãe e papai vão trabalhar, mas a folguinha do domingo vai dar pra aproveitar. E você, que ficou na expectativa durante quase dez dias, está se esbaldando. Tudo é: "Cadê o vovô?" Também adora tirar uma onda. Quando me ouve chamá-lo de pai, reproduz. "Pai... Pai!", se divertindo. Tenho que chamá-lo só de vovô.

Ah, tem uma de hoje cedo que a mamãe não pode esquecer. Já era quase meio dia e meia, seu almoço quase pronto e o vovô te levou na mesa para te dar mais um pão de queijo, "porque você pediu", segundo ele. Bobeou, né?! Aí eu fui dar um jeito pra sumir com a coisa e provoquei uma contrariedade enorme. Daí, o vovô tentando ajudar te pegou no colo e embarcou na minha história, de que a lagartixa tinha comido e fugido. Rs. Você não pensou duas vezes e fez: 4 - " Pegar o carro... Passear... Comprar queijo!" Fala sério?! Como diz o vovô: "Ah, menino! Vai ser esperto assim!"

6 de outubro de 2010

"Mamãe voltou"

Foi a primeira coisa que você disse depois de sentir meu cheiro quando te tirei do berço, já quase dormindo, para matar a saudade de ter ficado uma noite fora de casa e dois dias inteiros sem te ver. Achei que não fosse dar conta, porque na véspera o sofrimento estava intenso. Até chorei um pouquinho ao contar que estava indo trabalhar no interior de SP e, por isso, não voltaria pra casa naquela sexta-feira, só no sábado à noite. Mas, graças a Deus passou rápido. Talvez o cansaço e o trabalho sem trégua tenha ajudado a mamãe a superar a distância.

FOI ASSIM:
Coloquei você para dormir na quinta-feira, véspera da minha viagem e saÍ para o trabalho na manhã seguinte de mala e cuia, sem entrar no seu quarto. Nesse dia eu sabia que se você acordasse seria pior pra mim, que ficaria com o coração na boca de te ouvir chorar sabendo que não voltaria mais tarde, como todos os dias. Parece besteira, mas aquela foi a primeira noite da sua vida (1 ano e 7 meses) em que eu não dormi em casa. Nunca tive vontade de estar sem você. Recusei outros trabalhos por isso e mem nas férias conseguimos nos separar. Seu pai e eu, dois manteigas derretidas, preferimos ficar 10 dias viajando em família do que uns só os dois e outros com você.
Então, saí de mansinho para o trabalho e de lá fui direto para São Carlos, no interior de SP. A manhã foi xoxa que só eu sei... não achei graça de nada, estava no maior baixo astral.
Só melhorei um pouquinho à tarde, já na estrada. Peguei carona com a Ju do trabalho que é da cidade onde seria realizado o rali. Fomos conversando e no meio do caminho ainda paramos num outlet para o qual eu vivo querendo voltar. Mas desta vez só serviu para distrair - o mais importante mesmo na ocasião. Cheguei no hotel podre de cansada, com dor nas costas. Desmaiei. No dia seguinte, sábado, acordei 05h30 e já fui para a fazenda do circuito trabalhar. Sem sinal de celular, passei o dia sem conseguir falar com você. Mas, como tinha combinado com a Fê, sua irmã, dela passar o dia com você, fiquei mais tranquila. Com algum contato familiar fica mais fácil não estar por perto.

A prova terminou lá pelas cinco. Eu já estava maluca para voltar... sorte que seria no sábado mesmo. Me apressei, tomei banho e vim no carro contando os segundos na expectativa de conseguir chegar a tempo do seu banho ou de te ver acordado. Mas já no meio do caminho percebi que não daria tempo.... "Tudo bem", pensei. Eu estava voltando e já tinha planejado te pegar para sentir o seu cheiro. Não deu outra, pisei em casa com o coração na boca de tanta vontade de chegar logo no seu quartinho. A Gi, babá, estava lá terminando de te fazer dormir. Eu disse que ficaria a partir de então e não resisti. Não precisei falar nada e você me surpreendeu com a frase de reconhecimento. Ai, que PRA-ZER indescritível. Pensei em ficar com você um pouquinho no colo e te devolver para o bercinho, para não atrapalhar o seu sono... mas você se animou e ficou falando a beça, para a minha diversão:
"Deita mãe... cama lado!"... eu ria.
"Tá frio lá fora, chovendo!" Gente, como assim!? Dei boas risadas apesar de tentar me controlar para não te excitar muito... passei uns minutos com você, te cheirando, beijando, encostando o meu rosto no seu sem cessar e te coloquei de volta no berço, feliz da vida... Ôh meu Deus, obrigada por você existir!

14 de setembro de 2010

Noite agitada!


Dia 14 de setembro, 03h da manhã: a consciência pesa (rs) e a tagarelice dispara:

"Vitólia amiga, tadinha!"
pequena pausa
"Carinho Vitólia,
Abraço Vitólia"
mais uma pausinha
"Cupa"
silêncio, e a explicação:
"Bateu!
Vitólia senta!
Carrinho Fefel."

Nessa hora, eu que já estava há uns 20 minutos deitada na cama auxiliar do quarto fiquei com dó. Levantei, sentei no banquinho do lado do berço, passei a mão na cabecinha, no corpinho deitado e disse, no escuro: "Filho, a Vitória já te desculpou, amor! Dorme tranquilo, relaxa. A Vitória tá dormindo também!"

Essa foi a parte mais marcante da insônia que ele teve em plena madrugada, ôh suplício. Mas depois continuou falando um pouco de tudo. Até enumerou os animais que viu no Hotel Fazenda. Passados outros 40 minutos, saí do quarto impaciente, porque já parecia manha. O pai me rendeu e despertou com o meu secador de cabelo, às 6h30.
Confesso que tive vontade de ligar a internet e escrever a história de madrugada mesmo, para não correr o risco de esquecer. Pra mim, foi impressionante que, depois de três noites, o inconsciente dele (bebê de 1 ano e 7 meses) tenha o feito pensar sobre o que aconteceu na sexta-feira, em que bateu na amiga que havia pegado o carrinho dele, enquanto ele estava na bicicleta. Levou bronca da mãe na hora e depois ouviu um discurso do tipo: "Filho, a Vitória é sua melhor amiga. Você tem de emprestar o carrinho quando ela estiver aqui em casa... não pode brigar e nem bater, de jeito nenhum!"

Deu pena que ele tenha tido dor de consciência de madrugada, atrapalhando o sono... mas agora eu fico pensando no orgulho que me dá ter um filho que assimila as coisas bem e que demostra ser um menino bacana, que pensa sobre os erros. Tem tudo para ser como os pais que põem a cabeça no travesseiro e dormem tranquilos, porque sabem que agem com ética e respeito ao próximo. Esse é nosso! Te amo, de novo, Rafael.

11 de setembro de 2010

2 de setembro de 2010

Fefel

Já tem mais de dois meses que a mamãe ensaia para escrever e gravar o jeito que você mesmo pronuncia o seu nome. É a coisa mais fofa do mundo: 'Fefel...", assim mesmo e cheio de charme. E foi por conta própria que inventou esse apelido, porque mamãe e papai mesmo te chamam de Rafael.
De um mês pra cá tá todo todo com o Máco - Marco, do papai - e Piscilla, da mamãe. Fala Pi, às vezes... Mas adora completar a palavra. A gente acha engraçado, porque você começou a nos chamar pelos nossos nomes por você mesmo também, já que a gente só incentiva e se direciona a você como papai e mamãe. Antenado que só, fica ouvindo e repetindo. O engraçado é que tem a voz grave, então chama e grita forte!
A tagarelice também está cada dia mais intensa. Fala e aplica nos momentos oportunos termos como: "Voltei!", "Calçar" - sapato, "Tirar", Pô (por) e pus, "Saco", "Putis grila"...
Ontem, a 10 dias de fazer 1 ano e 7 meses estávamos conversando (O TERMO É ESSE!) e você disse: "A Cacá...embora!" Eu fiz: " Pra onde, filho?" E você: "Pá casa dela!", com TO-DAS essas letras. Fala sério, como pode falar tudo isso já, gente?! Eu fico bo-ba!
Você, do seu jeito, já anda contando histórias. Começou no início do mês, logo que voltamos das férias. A primeira foi assim: Mamãe chegou em casa, te perguntou como tinha sido o dia, a pracinha... E você respondeu: "Vitória... Bateu! Eu fiz: "filho, vc bateu na Vitória, sua amiga? Não pode!" E vc completou: "Tadinha!" Ou seja, você contou que bateu e que doeu. Hahahahahha
A gente fica cheio de orgulho, sem acreditar. É uma surpresa atrás da outra. Rafael, você é uma fonte diária de renovação, de energia e de alegria, tanto pra mamãe quanto para o papai. Obrigada por existir e por ser como é. Te amamos!

1 de agosto de 2010

Férias com a família

Filho, nossas primeiras férias de verdade estão chegando ao fim. Voltamos hoje de BH, já com a babá nova, Gisele. Foi uma semana de muita agitação na casa da vovó Paula. Você, depois de seis dias, está ainda mais falante. Todos te chamam de papagaio, porque repete tudo. E aperfeiçou algumas palavras antigas do vocabulário como suco, que deixou de ser cuco. E chabe, que deixou de ser chage. Mas tá falando coisas do tipo: "Maluco, Caduco, doidão, múquina (música), liga, desce, subi, céu, chega! (determinando que alguém pare alguma coisa!), 'moa noite', etc. E pequenas frases, no estilo: moto... parada!; moço...dirigindo!; moço barulho suco (sinalizando que o moço está fazendo barulho ao preparar o suco, na padaria). Uma coisa! Chama as pessoas de moço ou moça e tem memória de elefante! hahahah.
Bom, nesses dias por lá ficamos muito tempo em casa, mas conseguimos ir dois dias no Minas I - no sábado, na piscina infantil nova, que vc gostou bastante, especialmente do jato d'água que saia do piso. Na quinta, na brinquedoteca gigantesca. Foi impressionante. Você ficou tão enlouquecido que brincava num brinquedo olhando para o outro. Nos dois dias teve tapas e semi-bofetões em outras crianças. Ô fase! Deus me livre, tô de cabelo em pé. Tá batendo em todo mundo. Bateu com o molho de chaves no rosto do vô Marcos, raquetada de pernilongo na minha cabeça, nova mordida forte no tio Pedro, desta vez perto do queixo... vários tapas na vovó e outros tantos na Gi. Puxou o cabelo de meio mundo. Até da Bianca, filha da Elaine, de dois anos que saiu de lá com medo de você. Teve uma hora em que ela disse: "Eu vou puxar o seu cabelo também", com todas essas palavras. Eu fiz: "Puxe!", e ainda segurei para ela conseguir. Não tem condições! Vai precisar levar uns safanões de outras crianças para ver se melhora, gente! Que horror!!!!!!!!!! De todo mundo ouviu que não pode, viu cara feia, conversa cabeça, levou castigo, mas ainda não surtiu um efeito sequer. Bom, anda pedindo desculpa: "Cupa!", mas não fica nem um minuto inteiro com a consciência pesada. Não demora muito e você já está no ataque. Tá duro. Pro castigo, parei de contar até dez, porque você de uns dias para cá está tirando onda. Quando aviso que é castigo e te sento, você começa a contar: "Dois!", desafia. Ah, fala sério!
Eu fico até com medo do futuro, mas tem a sua vó para dizer que passa... uma hora, ninguém sabe quando. Que Deus nos ajude!
Não conseguimos encontrar nenhum dos bebês Gustavo, Maria Fernanda ou João, já maiorzinho. Uma pena. Mas visitamos a Larissa, de 4 meses, filhinha do Bruno, primo. É a cara da mãe e você do pai, como eles também repararam.
Fomos à praça JK, vimos o vô Lu rapidamente - pena não termos voltado no quintal para chupar cana como na primeira semana do mês, quando passamos cinco dias em BH. O mais gostoso foi que você passou muito tempo com os avós. Sua vó quase não conseguia estudar para o doutorado com a gente em casa. Você atravessava a sala até o quarto gritando: "Vovóóóóóóóó!", ia lá, pegava na mão e queria que ela te desse atenção para alguma coisa. O Alexandre nos levou para passear e ouvia vovô ou 'Xane', muitas vezes. Invenção sua. Já o vô Marcos esteve todos os dias conosco. Na sexta, passou umas quatro horas por sua conta enquanto a mamãe fez várias coisas na rua. Brincando de bola e de fazer gol com você, observou que chuta com a perna esquerda. Cheguei em casa e ele disparou: "Ele é canhoto!". Seu pai diz que já tinha reparado... vamos ver como fica. Segundo o vovô, "canhoto é difícil de marcar!". rs.
A volta foi tranquila. Mamãe ficou bastante feliz com esses dias por lá e teve o prazer de rever algumas amigas antigas, numa noite em que vovó ficou por conta de te fazer dormir. Foi a primeira vez na sua vida que não estive com você para o banho e mamadeira. Você sentiu, ficou chamando por mim, deu uma canseirinha. Mas na casa de vó, nem pensei duas vezes. Fui para uma das noites mais gostosas dos últimos tempos. Que delícia é estar entre amigas antigas! Você ainda vai conquistar os seus.
A saudade de BH é enorme, mas pelo menos pudemos passar parte dessas férias por lá.


FARTURA, na casa dos avós paternos.

Fomos para lá no segundo fim de semana do mês, antes de Pernambuco. Foi super gostoso. Só faltou a tia Rô com as meninas. O resto da família estava por lá. De novo, você não deu sossego para o tio Du, Breno e Kalu, especialmente, mas brincou com todo mundo. Vovô Agripino fez uma mesinha com duas cadeirinhas lindas para você desenhar, brincar. Você adorou e, vira-e-mexa, fala: "Esenho!", e tenta sentar sozinho.
Chegamos num sábado e só voltamos na segunda pela manhã. Lá você comeu bastante. Só não provou do pudim da vó ainda, mas não vai faltar tempo para conhecer esse néctar dos deuses. Vovó Nair ficou orgulhosa da sua inteligência, ficava repetindo palavras que você falava e várias vezes declarou amor por você. "Eu te amo!", dizia.
Fã de churrasco como pai, você ficou comendo as carninhas que saiam. E vivia querendo pegar mexerica com o tio da árvore no quintal. Outra que você amou foi encher as garrafas pets com pedrinha brita, pra fazer barulho. Ficou rodando de um lado por outro e desde que chegou chamava pela cachorrinha do tio Du, que morreu há pouco mais de um mês. Você lembrou que ela ficava no quartinho, entrava lá e dizia: "O uau uau", procurando. Depois de ouvir que não tinha mais, que o uau uau tinha ido embora, repetia: "Bora", decepcionado. O tio disse que ia arranjar outra pra você. Rs. Será?!
Foi uma delícia. Família é bom demais!

24 de julho de 2010

Férias em Porto de Galinhas





Nossa, estou atrasadíssima com as notícias e, por isso, vou disparar quase tudo aqui mesmo, num mesmo registro. A maior motivação agora é falar das nossas férias na praia, em Porto de Galinhas, Pernambuco. Chegamos anteontem, com você preto e curando de uma provável infecção na garganta, que te levou aos 40 graus de febre no quarto dia por lá. Também, você não queria perder um segundo e entrava na piscina logo cedo. Pode parecer absurdo, mas era uma guerra tão grande para tentar evitar e você ficava tão feliz e radiante dentro, que a gente acabou cedendo. Foram três dias de alegria constante, até a gripe, que fez com que você perdesse o interesse.
Lá clareia cedo e você madrugava, praticamente. Seis da manhã, quase todos os dias, já estava de pé, do lado da nossa cama (te colocamos numa caminha infantil no pé da nossa cama, foi uma delícia!). Antes das oito, você já queria entrar na água. Gritava: "Piscina, piscina!!!" Com o tio Pedro lá, também animado a enfrentar a água gelada, aí é que você insistia mesmo. Mas foi maravilhoso. Você entrava tão animado, de bóia, com água até o peito sem reclamar. De um dia para o outro já estava se equilibrando sozinho e atravessando a piscina com "badinho"- baldinho - e "gador"- regador - na mão, jogando água pra todo canto. O melhor, que acabamos não conseguindo gravar, foi a arguição diária do tio Pedro: "Rafael, o que é isso?", perguntava apontando cada hora para uma parte do corpo. Contei 15 que você respondeu sem pestanejar, assim: "Abeça - cabeça; abelo - cabelo; olho; naíz - nariz; olêa - orelha, claro; boca; dente; baí - barriga; bigo - umbigo; baço - braço; mão; dedo; péna - perna; pé e dedo, do pé também". Gente, foi incrível. O tio Pedro gostava tanto que ficava repetindo a dose. Na piscina era o máximo. Uma dó não termos gravado. Quando a gente tentou, no terceiro dia, você percebeu e não quis mais brincar.
Íamos para a praia um pouco mais tarde, por causa da maré. Como tem os arrecifes, quando abaixa fica calminho, dá para brincar melhor. Você adorou ficar na beirada da água, com o baldinho, fazendo bagunça com os castelos que o tio fazia. Não deixou um de pé durante toda a viagem. Seu prazer era destruí-los! Passou a maior parte do tempo de protetor solar constantemente renovado, chapeuzinho e camiseta que protege do sol, apesar de ser inverno. Também não dava para bobear. A chuva que arrasou várias cidades do estado no início do mês quase não deu sinal na nossa estadia. Chovia raramente à noite. O sol tava de quarar. Deu para aproveitar à beça.
Um destaque: feito o cocô, era hora de colocar a sunguinha azul e branca! Meu Deus, dava vontade de morder o corpinho formoso! Que delícia, filho!

A ESCOLHA DO LUGAR

Seu pai e eu ficávamos celebrando as férias, a casa, a praia, o lugar. Foi um esquema per-fei-to. Pura sorte. Aliás, sorte e gentileza ímpar da Mari, Marianne, amiga do seu pai do trabalho, filha de um ícone da TV. Acho que o pai dela, Chico José, é o repórter mais aventureiro do Brasil. Numa conversa no nosso quarto dia lá, o seu primeiro de gripe, ele contou algumas das histórias vividas. É impressionante. Já esteve com gorilas na África, mergulhou nos sete mares, fez 82 Globo Repórteres, pegando e desafiando cobras, inclusive. O jornalista com o maior número de programas desse tipo na emissora. E, aos 65 anos, pulou de buggy jump na Nova Zelândia. Eu fiquei admirada!
Bom, seu pai pediu uma indicação para ela, porque estávamos mesmo querendo ir para o Nordeste, para fugir do frio. Pensamos na Barra de São Miguel/ Alagoas, mas não tínhamos conseguido definir nada. Foi quando ela disse que tinha o lugar ideal para o que procurávamos: lugar bacana, tranquilo, estrutura de serviços para bebê - empregada, babá, com acesso a atendimento médico de qualidade caso precisássemos. E ofereceu a casa da família, a menos de 500 metros da praia. Topamos na hora. Teríamos empregada e babá in loco, mas acabamos levando a Gisele, sua nova babá, que estamos trazendo da casa da vovó Paula para cuidar de você. E abrimos mão da Simone, que tem um tino para criança raro de se ver. Uma pena não poder ter as duas! rs. A mãe dela, 'Maía' ficou conosco todos os dias. Êita mulher eficiente! Que sonho. Como ela mesmo diz: "Não é atoa que trabalha na casa há 11 anos!". Tomávamos café, esperávamos a hora da maré e íamos para a praia quando quiséssemos. Foi maravilhoso. Você pegou e aprendeu a falar conchinha, bebeu água do mar (quando isso acontecia, anunciava por conta própria: "bebeu!"), fez bolo na areia, tomou água de côco, viu 'angada' - jangada; 'pôba' - pomba - voar, correu pela areia, se divertiu. Nós amamos. E pensar que a nossa lua-de-mel foi ali do lado, sem que a gente pudesse imaginar que, sete anos depois, estaríamos vivendo a nossa primeira experiência com você na praia, de verdade.

SALVOS PELO EDVALDO

Na madrugada da febre, a de sábado, seu pai saiu pela vila atrás de uma farmácia. Às 04h da manhã, não tinha mesmo nada aberto. Ele deu uma sorte danada de achar, numa barraquinha de cachorro-quente uma alma boa, Edvaldo. "Ô homi!", nos salvou da angústia. Se ofereceu para pegar você em casa com seu pai, levar-nos ao postinho médico, esperar e nos trazer de volta, já que não tem nem táxi disponível a essa hora. O salvador da pátria tem 11 filhos, "três no casamento e oito fora", como ele mesmo definiu. Além disso, só consegui saber o nome dele e que mora no Recife e vai para Porto quase todo fim de semana. Nunca mais o veremos na vida, provavelmente. Fiquei pensando filho, em como são as coisas... um homem desconhecido, do bem, aparecer assim para nos ajudar na sua primeira ida à um 'hospital' desde que nasceu. Disse para o seu pai que ele conseguiu encontrá-lo porque ele também é uma pessoa do bem. Você há de aprender isso: Quem planta o bem colhe o bem!, eu confio!

'GALÍNA'

Depois de 'pocotó' esse foi o nome de bicho que você mais falou. Também, era uma a cada passo dado. Tinha galinha para todo lado. Lá, você aperfeiçou a pronúncia de várias palavras e se viciou no programa do Iphone com os animais. Mas, infelizmente, ele só ajudou você a abrir a boca pra comer no primeiro dia e olhe lá. Seu pai aceitava te entregar o aparelho na mão, para tentar te fazer comer. Mas foi tudo em vão. Uma luta infeliz. Pra mim, você fez greve de fome. Seu pai não concorda, diz que perdeu o apetite por causa da doença. Mas nada me tira da cabeça que a sua peraltice ainda continua fazendo você controlar a vontade e ficar a secas, sem comer. Depois de 10 dias, hoje, sábado, foi melhorzinho. Ainda assim, foi-se o tempo de prato cheio, com legumes, arrozinho integral, macarrão, barriguinha cheia.

COM A MÃO

Chegamos da praia e fomos para o pediatra já no dia seguinte. Queríamos falar da gripe e da medicação - você está tomando antibiótico, pela primeira vez na vida, desde o quarto dia de febre. Mas a minha maior angústia era com a alimentação. Eu não aceitava de jeito nenhum que você comesse com as mãos, fazendo uma zona, jogando comida para todo lado. Confesso que preferia te deixar com fome do que aceitar isso, que eu achava absurdo. Imagine, um menino de 17 meses achar que pode comer como quer... eu pensava. Seu pai, mais tolerante, não se importava e sempre te deixou fazer a festa. Até discutimos por isso. Não é que ele, sem saber, estava fazendo a coisa certa?! Filho do céu, você é muito precoce! O pediatra tinha dito que isso era lá pelos dois anos - recusar comida e ficar mais seletivo. Você já entrou na fase. Agora não topa mais as mesmas coisas e quer tudo com a mão. Quer saber mais? PO-DE! O Dr. Fran disse que pode e que devemos deixar você pegar em tudo num prato que seja só seu. A expectativa é de que você aceite as nossa colheradas entre uma mãozada e outra... Ai, ai, ai. É duro pensar que vai ser essa zona, mas foi um alívio imediato no meu desespero de estar criando um filho sem limites. Tirou com a mão! Se pode e faz parte da tal "fase anal", eu já estou aceitando. Vamos ver como se comporta amanhã, no último dia de férias do papai. Nós ainda voltaremos para BH.
(ÀS FAMÍLIAS MATERNA E PATERNA, UM RECADO: logo logo faço um registro sobre as visitas a BH e a Fartura, na casa da vó Nair e vô Agripino!)

17 de junho de 2010

Chupando cana e comendo "manana"


Foi um fim de semana delicioso, graças a Deus. Papai e mamãe foram com você para o sítio do Marcos Aurélio, lá em Torre de Pedra, a 175 km de SP. Estrada boa, viagem rápida. Só saímos de casa tarde porque você tinha passado a madrugada acordando, com diarréia. Foi horrível, mamãe dormiu super mal e estava ressabiada quanto a viajar, sair da rotina, no frio, com você não muito bem. Mas durante a manhã ficamos observando, o quadro já tinha melhorado e você estava a mil por hora. O pediatra deu umas orientações para a dieta e só. Tomamos coragem, terminamos de juntar a 'mudança' e fomos. Tia Kika não foi, como prevíamos. Uma pena.
Chegamos umas cinco da tarde. Ainda estava claro, céu aberto e, por incrível que pareça, menos frio do que aqui em casa. Fomos direto ver as galinhas, patos e o cavalo! Você adorou. Naquela noite, ficamos dentro da casa, você mexendo em tudo e enlouquecido pelas coisas da cozinha, que ficam todas à sua altura e sem porta. Que perdição, hein, filho?! Foi uma loucura.
Eu tinha pensado em não te dar mais um banho, já que vc já tinha tomado um em SP e o frio estava intenso, mas não resisti. Estávamos só os dois na casa, já que seu pai e o tio foram ao vizinho. O mais difícil foi fazer a mamadeira, com vc preso entre as minhas pernas, porque não queria deixar de pegar nas louças, nos produtos de limpeza e no resto. Vencida essa etapa, direto pra cama, às 22h. Torci pra noite ser boa, por nós e pelo anfitrião, que estava no quarto em frente. Te enchi de agasalhos, botei três cobertores de lã quentinhos e você apagou. Foi ótimo. Deu uma ou outra mexidinha e resmungada de noite, mas nada de acordar. Gatorade, banana (agora falada com m: 'manana') e papinha com arroz e batatinha foram mesmo suficientes para ajudar a conter a diarréia.

O MELHOR ESTAVA POR VIR

No domingo, madrugou... às 06h55 já estava acordadíssimo. Pra quem acorda por volta das 8h quase todos dias, uma hora a menos é bastante. Ainda mais na folga da mamãe e do papai, né?! Mas a gente já conhece essa história...

Não deu pra enrolar nada na cama. Pulei, nos agasalhei e fui com você ver as galinhas e os patos. A grama estava branca, com geada, do frio da madrugada. Ficamos lá na beirada do lago, observando os animais e as árvores. Só tivemos que sair porque você começou a pegar uns galhinhos no chão (por sugestão minha, até) e cismou de ficar enfiando dentro d'água. Só que queria botar o corpo junto. Não dava para arriscar! Para acabar com a reclamação, voltamos em direção à casa. E você, nada de querer andar! Só colo... ai, ai, ai... já imaginou?! Quando estávamos chegando, seu pai já estava de pé, na porta, nos esperando. Foi uma delícia. O sol apareceu, começou a esquentar um pouquinho e a gente curtiu o dia. Enquanto o papai fazia churrasco, vc ficava tirando os maracujás do cestinho e jogando pra fora. Jogava, buscava, catava... um vai-e-volta sem fim. Haja energia! Corria pra todo lado e ficou obcecado por uma coisa: a torneira de água com mangueira no meio do gramado!


Eu passei horas correndo atrás de você e insistindo que não podia. Imagine, no frio, todo agasalhado, ficar mexendo com água. Além de gastar, corria o risco de se ensopar... Fiz até não aguentar mais. Já estava podre, porque a sua energia é impressionante. Tudo pega, tudo quer, vai pra lá, vai pra cá... não pára um segundo sequer! Passei metade do dia agachada, para não sacrificar a coluna.


Você só sossegou num momento: chupando cana. Eu tinha visto plantada e fiquei com água na boca. Era cana cayana, da melhor possível. O Marcos foi lá, colheu e começou a nos abastecer. Gente do céu, que saudade da minha infância! Larguei o churrasco e comecei a chupar sem trégua. Seu pai dizia: "Pri do céu, não vai acabar não!" Lembrei do seu bisavô Lu, que a vida inteira descascou cana para gente chupar no sítio. Depois, plantou até no quintal de casa em BH para não perdermos o hábito. Mas, a última vez, acho que foi bem antes da gravidez. Que delícia! Resolvi te oferecer e não tive dúvida de que você adoraria. Não deu outra. Passou um tempão chupando cana, sentado no velotrol que o Marcos guarda há 20 anos, desde a infância do sobrinho de sangue.


Eu não cabia em mim de tanta satisfação. Seu bisavô e avós tinham de ter visto isso! (foto para a posteridade, cara de década de 80!)
Ainda demos uma super volta no sítio para ver as árvores, as plantas, toda a dedicação do Marcos naquele lugar delicioso e você ainda encontrou outros pontos de água. Não bastasse a calça que já havia sido molhada graças ao seu p-a-i!
Por falar nisso, advinhe o que aconteceu pouco depois?! Você conseguiu o que queria. Seu pai saiu da churrasqueira e foi te acompanhar. Encostou na grama ao seu lado e te deixou fazer a festa. Você amou. Eu, enlouqueci! E aqui, uma confissão: ele só saiu de lá correndo com você no colo quando eu fui atrás, brava como qualquer outra mãe teria ficado. Filho, filho... esse seu pai e você ainda vão me aprontar cada uma! Te enfiou no banho com ele e você passou o tempo todo com um bagaço de cana na boca. rs!
De banho tomado, sequinho, quentinho, voltamos para a churrasqueira. Você ainda ficou tocando um gato: "Xô!"..."Sai!", dizia imitando o Marcos, que aliás, começou a chamar de vovô. Acho que foi pela barba grisalha.


Foi super gostoso, o domingo rendeu, valeu muito a pena. A gente vai voltar, se Deus quiser.
Saímos de lá por volta das 5h30, com você falante no carro... um tagarela! Uma delícia. O choro na estrada não podia faltar, mas você veio o caminho todo na cadeirinha. Em casa, vestiu o pijaminha e dormiu, bonitinho...a noite toda! Fim de semana nota 10, chupando cana e comendo "manana". hahahha

7 de junho de 2010

O repetidor, o falador!

Nunca na história deste país a segunda edição de um dicionário foi publicada tão rapidamente. Mas aqui, não tivemos muito tempo. Em menos de uma semana, várias palavras começaram a ser pronunciadas com perfeição. Como pode ser assim, tão rápido? Vou começar como uma história de ontem à noite. Ao ser perguntado: "Cadê a mamãe?", respondeu sem titubear: "Tá aqui!", meio com o sonzinho de Tá tchi!
Vovô, tio Pedro e tia Aline passaram quase quatro dias em casa. Foi uma maravilha! Vieram para o feriado e você foi estimulado o tempo todo, de forma diferente. Saiu falando umas palavrinhas.

Vamos às novidades e mudanças no vocabulário:

Minininho -- assim, mesmo! Falava "minini" tanto para menino quanto para menina. Começou a pronunciar sem cessar por causa do tio Pedro, de 13 anos. Ele é um menino mesmo e apesar de você até ter dito "tio ou titio" algumas vezes, era de "menini" que você o chamava. A questão é que a família achou que você falava o diminutivo. Em Minas, um "mininim" já é diminutivo. Daí, começaram a rir e a repetir todas as vezes: "minininho!" Três dias depois você já estava falando a palavra por completo!

Apacou -- apagou! Bota a mão no interruptor e fala quando escurece.

Atchim -- fala reproduzindo o som do espirro.

Catão -- cartão - adora pegar os meus na carteira, mas o preferido é o de alimentação, um amarelo vibrante.

Pepel -- papel! Sempre para o papel higiênico, que não pode ver e sai puxando... baguceiro!

Lolojo -- relógio. Até aponta para mostrar! rs.

Pôtão -- portão, de casa. Quando abre, já anuncia: "Mamãe!" ou "Papai!"

Quente -- toda vez que vê o aquecedor e passa perto, fala. E quando o paõzinho, queijo ou papá estão mais quentinhos mesmo.

Lhé -- colher. Adora, costuma ter sempre uma na mão enquanto a gente dá o papá para ele. Comigo fica querendo meter dentro do prato! Tem umas de plástico, da época em que era bebezinho, que adora. Fica andando pra lá e pra cá com elas. Leva até pra o banho.

Basílllllll!!! -- torcedor, aprendeu a gritar com o vovô Marcos. Agora com esse tanto de propaganda da Copa do Mundo então, é "basílll" pra lá, "basílll" pra cá. Grita "gooooooooooool" também!

Djá -- Um, dois, três e..."djá!" Adora falar isso quando vou ligar o secador para enxugar o cabelinho depois do banho.

Sxisxi -- xixi, claro! É fofo demais.

E repete tudo. Para três, vale o resgistro:

Quando falo "saco!", brava, por alguma coisa, faz: Caco!, na maioria das vezes. E ri! Às vezes sai saco.

Céu -- copia a última quando digo: "Ai, meu DEUS do céu!"

e já reproduziu DEUS também, quando essa é a última.

Agora, algumas que faltaram na primeira edição, mas que não são novas:

Abadju -- abajur (também faltou, mas é relativamente recente. Tem umas duas semanas.)

Pum -- hahahahha!

Apé - aperta - pra todos os brinquedos que fazem barulho apertando.

Lú -- luz

Dodói

Bô - bolsa

1 de junho de 2010

11,200 kg - Tá que cresce!

Filho, você está de parabéns, mais uma vez. Voltamos ao pediatra neste 31 de maio, depois de quatro meses sem ir. Depois que faz um ano, as consultas vão ficando menos frequentes. E, como a sua saúde é boa, a gente não tinha precisado ir até agora. A marcação foi motivada, principalmente, pelas assaduras. O mês foi um horror! Você passou maus bocados, com o bumbum super assado. Chegava a chorar quando íamos limpar o bumbum, que dó.
Durante uma semana, menos crítica, tentamos resolver na base de pomada e maisena. Na segunda, usei Nistatina por indicação da minha fisioterapeuta, que também tem uma bebê. Mas nada resolveu. Acabei ligando para o Fran e dizendo que tentei evitar, mas foi impossível. Ele passou, por telefone, a solução:
- Limpar o côco com óleo Dersani Bebê, em vez de algodão com água;
- Pomada - Dermodex tratamento, em vez da Nistatina genérica;
- E, por último, o que realmente curou: imersão do bumbum em água com um comprimidinho de permanganato de potássio diluído em quatro litros de água. Só quando fui à farmacinha de bairro comprar o negócio sarou de vez. Foram três dias de banho e cicatrizou por completo. Que coisa, né?! Como diz a sua vó Nair: "Coisa das antigas... a gente nem sugere porque acha que não usa mais!". Usa sim, vó, e foi isso que sarou. Agora mamãe vai passar a receita pra frente.
Como na consulta de ontem você já estava bom, de medicação só pegamos orientações para casos de gripe, já que o frio tá bravo. Hoje, menos de 15 graus, credo!

E, para resolver a "cocozeira" seu pediatra deu duas orientações.
Primeiro sugeriu um leite com lactose reduzida e depois perguntou: "Ele come pedrinha? Sapato?" Parecia até que a pergunta foi personalizada. Você adora uma pedrinha, um tênis ou um sapato. Vai gostar de pedrinha e sola de chinelo assim lá ... lá em casa. É um troço de outro mundo! Ele disse que se tivéssemos animais já teria recomendado, mas que esse quadro pode ser verme. Bingo! Eu tenho certeza que é. Como é que pode, fazer de quatro a cinco cocôs ácidos por dia? Tadinho!
Então, começamos hoje mesmo com o vermífugo. São duas doses, durante três dias. Vamos ver no que dá. Se sarar, era isso mesmo. Se não, trocamos o leite.
Acho que já na primeira dose melhorou. Nem fez cocô à tarde e agora à noite.
(Enquanto escrevo você tá no seu bercinho, balbuciando, mordendo o Doudou - bonequinho da Bélgica - que o vovô deu. Agora está assim. Deita acordado e dorme sozinho a maior parte dos dias. Dá um orgulho! )

Foi só eu escrever isso e você acaba de choramingar. Se não parar, vou dar uns tapinhas no bumbum, só para pegar no sono...
Peraí, tô indo, filho! Tô indo. Você começou a chamar: "Mamaiiii... mamaiiii!!!"

Quatro minutos de relógio... e estou de volta. Dei uns tapinhas no bumbum e só.
Então é isso. Os registros dos seus quase 16 meses completos são:
Tá pesando 11,200 kg (400 gramas acima da média) e medindo 80 centímetros, na média. Cresceu 4 centímetros de fevereiro para cá. Tá gordinho, fofo, grandão. Tudo indo super bem, graças a Deus!
Ter você feliz, saudável, ativo, inteligente, falante, curioso, lindo, amoroso NÃO TEM PREÇO. Como eu disse na consulta, nós temos orgulho do bebê que você é. Agradeço a Deus todos os dias, sem descanso, pela sua vida! Você faz de mim uma pessoa melhor, uma mulher mais feliz, uma mãe plena. Que Deus nos dê muita saúde e sabedoria para te ensinar a ser correto, justo, ético e feliz!

30 de maio de 2010

Dicionário do Rafael


Resolvemos deixar registrado algumas das expressões do nosso falante Rafael. E como fala!!! Cada dia é uma palavra nova, uma careta nova, um sorriso novo, cada dia uma descoberta, uma invenção. Vamos ao vocabulário, único:
(Um parêntese: filho, isso foi iniciativa do seu pai, que escreveu também a maior parte do dicionário! E a mamãe ajudou!)


Alô –- Uma das primeiras palavras que aprendeu, com perfeição. Começou falando alô sem parar, nem precisa enxergar um telefone ou celular. Servia também para controle remoto, que ele adora jogar no chão, molho de chave, escova de cabelo, para tudo, ele dizia "alô"… Hoje continua falando alô à vontade, mas está mais seletivo. Agora é só para telefone!

Dê! -- no imperativo. Rafael usa bastante, para pedir colo, para subir e descer. "Dê, dê!", pode significar "quero descer", "quero subir", "me pega no colo", "me desce do colo". Apesar da insistência da mãe em dizer "Colo; subir, filho!; entre outros termos, esse ainda é único.

Abí -- "Abi, abí" ele usa o tempo todo, sempre quando quer alguma coisa. Abrir uma porta, uma garrafa de água, pegar um brinquedo, ou mesmo quando quer alcançar alguma coisa. Quando quer entrar em cômodo fechado começa a bater na porta com as duas mãozinhas, “abi, abi”... Quando quer fuçar em uma gaveta e jogar tudo pelo chão e não consegue ele tenta: abí, abí...

Dedê -- Quando ele fala bravo é porque está com fome. Chorando, então, é porque está com muita fome. É a mamadeira. Tem mais: quando sai do banho, nem precisa ver a coisa, e já começa: "Dedê, dedê!"

Óh -- Quando quer chamar a atenção, óh, óh, nem sempre para alguma coisa, às vezes é para chamar a atenção para ele mesmo. Às vezes vem acompanhada da cara de surpresa, que é o máximo!

Mhãm-mhãm -- Se ele apontar para a mesa do café-da-manhã e falar mhãm-mhãm, pode saber que se deixar ele traça o queijo minas todo. É filho de mineira, mesmo. A-do-ra o queijo. Mas a expressão é usada para tudo que ele quer comer, tirando pão.

Pão -- é pão mesmo, pronunciado perfeitamente. E também, só é usado para a coisa. Pão é pão e pronto.

Não –- Usa o tempo todo, para qualquer coisa. Rafael, vamos subir? Não. Vamos tomar banho? Não. Muitas vezes ele faz uma carinha de bravo. É só não levar ao pé da letra e logo ele esquece. Papai vai trabalhar: não, não, não...

Áqua – Foi uma das primeiras palavras que ele aprendeu. Dizia até: "Qué água!", mas eliminou o quer. Agora é "Água, água!", que ele repete sempre que está com sede.

Gol! – Adora correr com a bola pela casa, e sempre que chuta grita gol. Às vezes começa a dizer gol, gol quando quer brincar. Ou mesmo para pedir uma das inúmeras bolas espalhadas pela casa.



Mamãe – Esta foi uma das primeiras palavras, que tem várias entonações, dependendo do humor, do horário e da braveza. Se for quase sussurado, mamã, mamã, ele está em estado de graça, brincando. Se for gritado, mamããiiiie, chorando, é porque ele quer mesmo o colo da mamãe. Se for mamãe for pronunciado várias vezes seguidas, mã-mãe, quase soletrado, é porque a mamãe não está em casa, e ele quer chamar atenção para os objetos que lembram a mamãe. O porta-retrato, a caixinha de bijuteria do armário que ele acabou de jogar no chão, as gavetas da mamãe que ele acabou de arrancar as roupas...

Bagun – Ele já aprendeu há algum tempo e faz questão de repetir sempre que apronta alguma. Ele sabe que está aprontando, e aí olha pra gente e diz bagún, bagún. Se ele pronuncia e você não viu nada de errado ou diferente é só procurar, alguma ele aprontou... De tanta insistência da mãe, que acha fofo o 'bagun', mas quer estimular o aprendizado da palavra completa, às vezes ele faz um "bagun-ça", com o ça sibilado. Difícil descrever, mas sai. E é bonitinho.

Papai – Começou dizendo quase sussurado, papá, agora já diz papai, com i, em alto e bom som. Sempre que encontra o crachá ou algum objeto pela casa que lembre o papai ele gosta de dizer sussurado, Pa-pá... Hoje até gritou, como um grito de guerra, papai!

Cocô – Ele sempre fala quando vai fazer cocô. É um aviso, não tem erro, daqui a pouco… lá vem cocô!... Quando a mamãe joga na privada ou embrulha a fralda ele gosta de falar… e de tar tchau pro cocô também. E ainda racha o bico!

Bó –- tudo que é redondo e rola é bó, ele aponta com o dedinho e diz: bó. Chuta a bó e goool! Começou só assim, mas já tem quase um mês que ele tem completado a palavra. É a coisa mais fofa do mundo. Normalmente fica assim: "Bóia! ou Bóilha"
Ah, não podíamos esquecer. Tem o diminutivo também: "Boíiii".

Djô – É assim que ele chama a babá da amiguinha dele, vizinha aqui de casa, a Vitória. É a Jô, que todas as manhãs toca a campainha para passear com o Rafael e a babá dele, a Dorinha. Sempre que ele está no portão de casa e quer andar até o portão da Vitória sai falando, Djô, Djô. Ainda não aprendeu a chamar pela Vitória.

Ôzz – É assim que ele chama a Rose, a empregada aqui de casa, que volta e meia cuida do Rafael. Ele gosta de agarrar nas pernas dela enquanto ela fica pela cozinha, e puxar as mãos dela, dizendo “dá mão…”

Baí – Ele levanta a camisetinha e diz baí, baí, só de farra. Quer mostrar a barriguinha ou ver a nossa.

Cáo – Agora aprendeu a falar cáo e apontar os carros na rua. Aponta com o dedinho para qualquer carro e diz cáo…

Mê – É assim que ele chama as meias. Adora dar trabalho na hora de colocar as meias, esconde os pés, levanta para cima, e ri, dizendo mê, mê… Outras vezes ele puxa e tira, rapidinho.

Bi – É o bicho, qualquer um. Uma aleluia, uma lagartixa, um pernilongo, uma mosca, o que ele encontrar pela frente aponta e diz, bí, bí… e quer pegar o bichinho.




Pêxe -- Adora sair em disparada até a fonte de casa para ver e alimentar os peixinhos. Já são mais de dez, cinco grandes e cinco pequenos. Agora deu de colocar os pés no beiral da fonte, se bobear…


Dente -- na virada para 1 ano e 3 meses começou a falar isso, só de ver a escova de dentes. E adora escovar. Que maravilha!

Mamão – Tem palavras que ele fala direitinho, como mamão, mão…

A mão – Quase toda hora ele aponta a mãozinha em direção à sua mão e diz, “A mão”, e puxa você para algum lugar. Tem dia que sai andando com você pela casa, apenas passeando, sem parar em lugar algum… Não é fofo? Dá a mão, gente!

Potó -- Adora brincar de pocotó com a irmã Fernanda. É só a Fê aparecer em casa para ele dizer potó e esticar a mãozinha. Quer correr pela casa no colo da irmã brincando de cavalinho.

Tau ou tichau -- Tem dia que sai um tiau, acompanhado de um tchauzinho com a mãozinha. Ele não gosta muito de dizer tchau, não gosta que a gente vá embora de casa e deixe ele para trás... Ele sempre protesta e fica bravo, com a cara amarrada, não, não. Agora parou de chorar e já diz tau de vez em quando.

Banana -- assim, mesmo. Perfeitinho. Também reconhece a maçã. Além de repetir melão, úv (uva) e caquí.

E as novas:

Baiá -- papai foi baiá, mamãe foi baiá .... Trabalhar!

Minini -- para menino ou menina! Ele sabe diferenciar um "nenem", de um ou uma "minini!".

Tô -- toca, de cabelo para banho.

Póta -- serve para porta e pra tampa do shampoo, por exemplo. "A póta!", diz, apontando. Rs.

Patá -- pasta, de dente!

Tá demais!!! Dá vontade de comer! (aqui sua mãe, viu, filho!?)

19 de maio de 2010

Dancinha do Rafael




Rafael adora apertar os botõezinhos até conseguir ligar. Aí ele fuça, muda de música, aumenta o volume, desliga, liga de novo. E fica feliz da vida quando a música começa a tocar..

9 de maio de 2010

Primeira consulta no dentista


Hoje é dia das mães, mas como eu ainda não curti o filhote, já que estou no plantão, vou contar da consulta na odontopediatra.
Fomos no dia 29 de abril, cinco depois do acidente. Foi a tia Cris, mãe do Vini, que indicou. Leu no blog e ligou urgente, super preocupada, atenciosa, indicando a dele. Pra resumir o currículo, trata-se da odontopediatra e dentista da família toda, super paciente, competente. Ela mesma ligou pedindo para secretária fazer um encaixe para nos atender. Quando liguei, já tínhamos horário garantido no dia seguinte, uma quinta-feira. Apesar da tristeza de te levar ao dentista por causa de um quebradinho no dente, estava toda feliz. Mamãe não fez foto porque não achou a máquina grande em casa! Uma pena, você foi de camisa, todo lindo, um menino! E eu, toda orgulhosa levando você, crescidinho, ao dentista, com 1 ano e dois meses.
Chegando, você logo se apaixonou pela assistente, a Sarah, uma estudante, que trabalha com a Dra. Mila. Enquanto isso, mamãe falava sobre seus hábitos, que também foram registrados na sua ficha:
nunca chupou bico, mamou no peito até 1 ano e 1 mês (aos críticos, vale reforçar o meu orgulho!), não chupa dedo, reduziu o número de mamadeiras para duas ao dia - quando acorda e antes de dormir - e tem o hábito de ter a gengiva e língua limpas desde o segundo mês, com gaze. Nós últimos dois meses, mamãe e babá estavam usando a dedeira (para limpar). Além disso, não come bala, doce, ou porcarias infantis. Aliás, não come nada com açúcar. Até então tinha dado uma única chupadinha num Chicabom e não gostou. Também comeu um pouco de brigadeiro de colher, que o pai tacou na sua boca sem nem me perguntar. Mas nem deu bola e não pediu mais! Ê beleza!
Enquanto a mamãe conversava, você andava de um canto ao outro, brincava com a escova de dente gigante, com o elefante de pelúcia que tem dente e boca grande.
Bem, depois de tudo isso e de muita conversa, fomos para a avaliação do dentinho quebrado. Ela avisou que você ia chorar, mas eu confesso que estava muito tranquila. Não me preocupei enquanto te segurava e sussurava coisas do tipo: "Filho, isso é pra você ficar ainda mais saudável, mais forte... Olha que chique, você no dentista!" A babá, que ficou dentro da sala, fez o contrário: "Tadinho, tão novinho e já está nessa!", dizia.
Ela conseguiu fazer o raio-x e constatou que o único prejuízo tinha sido no esmalte do dente, a camada mais superficial. Ufa, que felicidade! Mas ela disse que como os dentes eram muito recentes - os de cima nasceram com 11 meses - e o episódio tinha acontecido há menos de uma semana, tínhamos que observar e tomar alguns cuidados para evitar que a situação se agravasse, caso tivesse havido algum outro dano ainda não aparente.
Bem, saímos de lá com a seguinte recomendação: nada de dormir depois da última mamadeira, sem escovar os dentes. Coisa que eu fazia e meio mundo das mães também. Tirar a mamadeira e trocar para copinhos com bico rígido, tipo de suco. Mais: passamos a usar a escova, que deveria estar sendo usada desde que os dentes nasceram.
A pasta estava ok, sem flúor(A PASTA É A DA WELEDA, IGUAL À DA FOTO). E durante um mês, passar com cotonete água oxigenada 10 volumes e água na gengivinha do dente que quebrou. Coisa que há 10 dias eu esqueço de fazer! Ai, ai, ai... Mas o dente tá bonitinho, não mudou a cor, não aconteceu nada. Daqui a três meses voltamos e ela vai dar uma lixadinha no quebrado.
Desde então, você mama no recipiente que até então era só para suco, mamãe escova os dentinhos e te coloca no bercinho acordado. Você tá tão fofo, aceitou tão bem, que me deixa orgulhosa. Tá de parabéns!
obs.: Sua vó Paula disse que você é um menino "bonitinho demais" e corajoso. Eu também acho.

27 de abril de 2010

Quebrou o dente!


Foi uma lasca do dentinho incisivo esquerdo, no sábado, dia 24. Pequena, mas perceptível. Uma pena! Nem terminaram de crescer ainda, são lindos, grandes, retinhos, com as pontas arredondadas, e já aconteceu. Até hoje não me perdoou por não ter tirado da sua mão o objeto que provocou o acidente.
Bem, foi assim: mamãe estava no escritório com a vó Paula e você conosco, mexendo, brincando. De repente pegou o bumbo do papai, ficou tocando, super bonitinho. Aí resolveu carregar. Tá com essa mania agora, fica testando os tríceps, bíceps e 'trapézinhos'... quer carregar tudo. Eu vi na hora e disse que não podia. Sempre tive medo do bumbo porque não é nada infantil, tem umas pontas com uns parafusos perigosos, o fundo tem um ferro meio arriscado, etc. Mas parado, no chão, com alguém vigiando, é uma festa.
Consegui evitar uma vez. Mas, em seguida, não sei se olhei para outro canto, ou o que foi e só ouvi você chorar e o bumbo cair. Pela primeira vez me desesperei com um acidente. Você já caiu de bater a cabeça, já saiu sangue na boca, apertou os dedinhos em porta (esse também me desesperou, confesso!), furou o lábio inferior num tombo bobo (ai, pensando bem esse também foi tenso pela quantidade de sangue), entre outras ocorrências. Mas, desta vez, quando vi o bumbo envolvido, saí desesperada em direção ao banheiro, com medo da boca ter machucado muito. Sua avó gritou: "Calma, filha, calma!". Quando cheguei lá, vi um sanguinho, lavei, mas você parou de chorar e isso me fez pensar que tinha sido mais um susto do que um machucado. Só fui ver o dentinho quebrado no dia seguinte, domingo. Ai meu Deus, que desespero! Um dentinho, que será seu pelo menos até os seis anos de idade! Que triste. Toda vez que olho para boquinha sinto culpa. De novo: por que não sumi com o bumbo depois da primeira vez que te vi carregá-lo? Talvez porque quisesse evitar o choro, a frustração, já que estava do lado, vigiando. Ele caiu e quicou no chão, voltando na sua boca. É impressionante como esses acidentes acontecem com a gente por perto, hein?! Deve ser porque mãe cuida, mas conversa, fala ao telefone, pega coisas, conta histórias para outras pessoas, faz de tudo enquanto olha o bebê. Babá não, concentra mais, é serviço sério. Bem, pelo menos foi comigo, né? Prefiro a culpa do que ter que aceitar uma coisa dessas acontecer na mão de outra pessoa. Será que eu ia saber perdoar? Acho que não, filho.
Moral da história: a odontopediatra que eu já queria marcar foi antecipada. Liguei logo. Pedi indicações para Laura e pra Mariana, mas acabei escolhendo a mais perto de casa. Vamos ver se seu pai consegue te levar na segunda-feira, dia 03 de maio, pela manhã. Tomara que não seja nada, mas o seu tio Pedro contou, por telefone, que sentia dores no dente de tanto que mordia forte coisas duras. Recomendou que a gente fosse logo porque você poderia ter dor pra morder. Ai, que triste seria. Já estou torcendo para que a gente consiga resolver e para que ela diga que não houve prejuízo funcional, nem de sensibilidade. Você, por enquanto, está comendo igual. Comendo e mordendo, diga-se de passagem.
Hoje mesmo, mordeu o bumbum de uma coleguinha, no clube. Que vergonha!!! A menina urrou, tadinha! De novo, eu imaginei que isso pudesse acontecer, porque vocês estavam brincando num túnel e ela parou. Mas antes de chegar para impedir, aconteceu. Acho que tenho que melhorar!!! Vou me esforçar, prometo.

22 de abril de 2010

1 ano e 2 meses. É assim?


Gente do céu, fala sério, Rafael aprendeu a dar beijo, com estralinho e tudo, sem melecar. Nossa, que delícia! Começou antes de ontem, dia 20 de abril. Eu não acreditei quando ganhei o primeiro.
Até então, sabia mandar beijo, com a mãozinha, fazia o barulhinho e tudo, mas na hora de chegar numa ou outra bochecha, só encostava a boquinha. Nos últimos três dias começou a dar o estalinho. Nem acredito! Como é que pode? Um ano e dois meses, só!!!

Mais: fez o primeiro dodói nas mãozinhas no domingo, dia 18. Que dó!

Agora é para você mesmo filho: Também, não para um segundo, mexe em tudo, sem trégua, sem piedade. A gente tem de ficar em cima, repetindo que não pode, tirando você de perto. Ficar em casa chega a ser ruim em muitas situações, porque é quase tudo "Não!". Por isso a mamãe ama o clube, onde você anda e mexe com muito menos restrições. O problema maior aqui é a cozinha aberta, diga-se de passagem! Quem imagina o quanto é difícil controlar tudo num lugar que não tem porta?
Pois bem, não bastasse isso, ainda tem de vigiar a fonte, a lavanderia, as luzes do jardim, entre outras coisas. Apesar do serviço, é melhor do que você passar o dia cercado, na sala, com as portas de tudo fechadas.
Até outro dia, tinha que ficar correndo atrás e te tirando repetidas vezes das luzes do jardim, porque você insistia em desmontar os cogumelozinhos onde ficam as lâmpadas. Mas seu pai parafusou e as coisas melhoraram. Tudo estaria resolvido, não fosse o refletor. Eu vivia dizendo que não podia, que fazia dodói, com medo do vidro quebrar e você cortar as mãozinhas. Mas neste domingo, à noite, deixei você um segundo a mais no jardim da frente e foi o tempo suficiente para ouvir o choro. Botou a mão e machucou, claro. Estava quente! Mamãe sofreu, foi te socorrer, e achou que fosse só um mal estar e o susto. Mas na terça-feira, achou quatro (4!) bolhas nos seus dedinhos da mão direita. Só sobrou o dedão. Tadinho! Bolhas enormes, transparentes. Queimou filho! Sem saber o que fazer e, percebendo que você não deixa um segundo de mexer nas coisas, não fizemos nada. Tá curando por si só. Duas já estouraram. Mas deve ter doído mesmo.
Se é que há vantagem nisso, podemos dizer que não foi muito grave e que, agora, você já olha pro refletor e diz: "Dodó!" Acho que aprendeu e não volta a mexer lá! rs.

Mais palavrinhas:
Além do 'dodó' (dodói) que a mamãe acabou de falar, já aumentou o vocabulário.
Agora, também está falando Cacá (pra amiguinha) e cáca (que as vezes sai com outra entonação também, para sujeira! - coisa de SP), batatal (com o ba), 'balulo' (barulho), bagunça (já com o ça, algumas vezes), tá bom (repetindo igualzinho!), e mais alguns que eu agora não me lembro. Mamãe fica boba e toda orgulhosa. Dá vontade de sair ligando pra todo mundo para contar.

16 de abril de 2010

Domingo de sol

9 de abril de 2010

'Bagun'...ça!




Tá falando pelos cotovelos, é uma coisa. Conversa sem parar, em casa, no carro, em todo lugar. E se tornou um repetidor de palavras! A gente fica até surpreso e, às vezes, pede para repetir: "Como é que é, Rafael? O que vc falou?".
Um dia, durante a semana que a vovó Nair ficou em casa, soltou um 'A Bagun' a imitando, que disse que você tinha feito uma bagunça com os briquedos. Morremos de rir! E agora não para. É só a gente perguntar: "Rafael, o que foi que você fez?" e a resposta vem de bate-pronto: "bagun!"
No dia seguinte em que vovó chegou vc já tinha reproduzido um 'leão' quando ela te deu um peça de um brinquedinho novo que a mamãe comprou. Agora pega os bichinhos no tapete e fala leão, seja pra girafa ou pro urso. Mas eles já deixaram de ser apenas 'uau uau'. Um progresso! rs.
No fim de semana que estivemos em Minas, você já tinha copiado um 'babador'. Vovô e vovó testemunharam! E continua. Outro dia tava imitando o 'guardar'. Saía algo como guaguá, mas foi.
No vocabulário já tem umas 20 palavrinhas ou sonzinhos compreensíveis. Vamos ver se a mamãe se lembra da maioria:
"Alô, água, dedera, abre (Abri!), mamãe, papai (no estilo sussurrado), uau uau, leão, dê (de descer!), pato (de sapato! e pato mesmo, o animal), hãmi hãmi hãmi (para comer!), barco, bó (bola), bilão (balão - fofo!), pêx (pesce), 'hum!'(balançando a mãozinha para sinalizar fedor de cocô) são alguns. Não podia me esquecer do seu 'Potó!', pedindo o pocotó que a irmã fala quando sai cavalgando com você pela casa! E tem a líder das paradas do mês: 'Não', que agora está sendo repetida pra tudo. Exemplo: "Rafael, dá um beijo!" Não!" hahhaha.
Ou: "Rafael, não pode!" e você: "Não, não, não!!!", com dedinho em riste!
Fala algumas coisas, mas entende TU-DO! É impressionante. Se a gente fala chão, joga alguma coisa. Falou banho, vc já vai em direção à escada para subir. Se dissermos "Olha o passarinho", já olha direto pro quintal. 'Avião', olhos e dedinho para o céu. 'Peixe', vai pra fonte e por aí vai. Falou que é pra passear, sai correndo em direção ao portão da rua. Tá tão acostumado em sair para a pracinha de carrinho que associa o passeio ao portão. A palavra "mamadeira" eu não posso pronunciar porque, onde quer que esteja, ouve e começa a repetir sem trégua, até ganhar! "Dedê, dedê, dedê!
Vovó Paula disse que isso é sinal de inteligência! A gente não tem dúvida.
Na rua e no clube as pessoas se impressionam com a sua esperteza e agilidade.
Além de ser um falador, anda e corre com destreza. Tá um furacão.
Que orgulho, Rafael!

Amamentação - o fim de um processo delicioso

Mamãe está aqui, um pouco catando milho por causa do polegar direito quebrado numa porta de aço contra incêndio da TV, porque não dá mais para adiar esse registro. Já faz quase um mês que você deixou de mamar (com 1 ano e 1 mês de vida) e o fim desse processo é, para mim, um grande marco na sua vida. Aliás, na nossa!
Eu confesso que foi difícil decidir reduzir algumas mamadas, o que provocou a diminuição do leite, até a secagem completa. A principal dificuldade se deveu ao fato da Sociedade Brasileira de Pediatria recomendar a amamentação até 2 anos. Eu nem pensava ir tão longe, sinceramente. Mas achava que, já que tem essa orientação, deveria pelo menos passar pelo próximo inverno te amamentando. Até largar, você NUN-CA tinha tido um nariz escorrendo sequer!
Mas, o problema é a sociedade! Um horror filho! As pessoas ironizam, pressionam, criticam, perturbam quem amamenta até um pouco mais tarde. E olha que hoje, depois de ter você, que eu nem acho um ano tarde assim. Pelo menos quem tem filho deveria entender o que digo.
Foi a coisa mais maravilhosa do mundo, um prazer inigualável! Até o quinto mês, me orgulhava de saber que tudo que você era tinha saído de mim, afinal, você só mamou no peito até ali. Depois, fomos com leite materno até o oitavo! E, aos poucos, fui introduzindo leite industrial ( uma mamadeira por dia). Até o Ano Novo, ainda mamava três vezes ao dia (antes da mamãe sair para o trabalho, quando ela chegava - uma delícia para matar a saudade - e à noite, antes de dormir. Foi quando tirei a da tarde e comecei a complementar a da noite.
Queria mesmo diminuir pelo menos uma, já que você completaria um ano dali a pouco mais de um mês. O pediatra sugeriu que eu diminuísse a frequência a caminho do fim dessa fase. Isso foi tranquilo e me deu liberdade para não ter de voltar correndo, apesar de sempre ter feito no maior gosto.
Quando você fez um ano, confesso que eu não estava decidida, mas acabei deixando de pegar você no berço pela manhã antes de ir trabalhar. Era um momento muito gostoso pra mim e importante pra você também. Mas, em alguns dias, você já não voltava mais a dormir, como fez durante meses. Coloquei na cabeça que isso poderia estimular ainda mais o seu sono matutino e que isso me beneficiaria nos fins de semana de folga, sem babá. Coisa que não aconteceu muitas vezes, já que nas nossas folgas você costuma acordar mais cedo do que o normal. Pra aproveitar, né?! Se bem que já são quase 9h da manhã e ainda está dormindo.
Bom, voltando à decisão de não te pegar, eu já sabia que isso ia provocar o secamento total do leite e estava insegura. Não estava certa de que era uma decisão correta. Me sentia cedendo à pressão social e isso me incomodava profundamente. Sem ir à análise, ouvi seus avós maternos durante o primeiro fim de semana de março, numa visita à BH. Seu avô mamou até 1 ano e 1/2 e ainda hoje quase não adoece, graças a Deus. Mas eles disseram que o argumento de estimular mais o sono era uma boa decisão, que você já tinha recebido a imunidade suficiente... e que a história da SBP era para mães que não tem condições para comprar leite de qualidade, etc. Acabei tomando a decisão. Acho que ouví-los era o que faltava para ter segurança.
No dia que seu pai viajou para a Medelín, a trabalho, 14 de março (nosso aniversário de casamento, de 7 anos!) um domingo, não dei mais. Até ofereci, mas você sugou muito forte e doeu! Era o sinal!
Na segunda-feira, não ofereci e pensei na terça: "Vou tirar a prova hoje!". Não deu outra, não tinha mais nada. Doeu de novo e, desde então, não te ofereci mais.
Para a minha surpresa e também alívio emocional, você não teve problema algum. Já estava super bem adaptado ao leite de mamadeira e nem procurou mais o peito. Isso foi até bonitinho! Cresceu e superou super bem o fim desse processo, que nos uniu, nos fortaleceu e nos fez amar ainda mais um ao outro. Eu acredito nisso! Foi delicioso, filho! Obrigada por ter me ajudado a ser uma mãe que amamentou. Isso não tem preço!

Escrito em 05/04

5 de março de 2010

Rafael Papa-Tudo

4 de março de 2010

O PODER DOS NOMES: Para meu neto e para seus pais

Sabemos que o ser humano tem muita dificuldade de aceitar a privação que lhe é imposta pela vida e resiste de maneira tenaz à qualquer frustração. Cada um reage singularmente a este aspecto da vida e toda criança expressa esta dificuldade chorando, esperneando, se debatendo e às vezes agredindo aquele que a frustra. O paradoxo é que não há educação sem frustração, pois para educar os pais precisam ser firmes e estarem preparados para um trabalho braçal! A condição para nos tornarmos seres humanos bons, alguém que não tenha a pretensão de estar sempre certo e de posse de toda a verdade, aceitando e respeitando o limite do outro é o de aceitarmos nossa própria limitação e nossas falhas.

Ter um neto significa ver a arte de educar acontecer novamente pelas mãos dos filhos, que sendo de primeira viagem ainda estão aprendendo a desempenharem este difícil papel de serem pais e a difícil tarefa de educar...

Fico sempre pensando em como posso contribuir para que a educação de um neto não seja mais dolorosa do que realmente é! Afinal penso sempre no que eu própria gostaria de ter sabido quando estava na condição de mãe de primeira viagem e assim escolho o que de minha experiência poderia ser aproveitado para facilitar as coisas.

Sabemos que é preciso coragem para não fazer repetir no filho os problemas que a gente mesmo quer esconder, pois afinal nos tornamos o que somos desconhecendo a verdade que moveu nossos pais a nos educarem tal como o fizeram. Cada um de nos estivemos na condição de alienados ao desejo de nossos pais que nem sempre conheciam também o que de fato desejavam para eles, esperando que nos pudéssemos recompensá-los de alguma forma. Sabemos que os pais fazem tudo em nome do amor e sempre desejam o nosso bem, mas isso não garante que sejam bem sucedidos em sua empreitada. Não sabiam fazer diferente e nem sabiam porque assim faziam e é por isso que devem ser perdoados.

Espero poder ajudar os pais de meu neto a não repetirem o que lhes foi pesado viver na tentativa de corresponder a expectativa de seus próprios pais e quero me colocar a disposição para ajudá-los (se assim desejarem), pois só assim posso fazer sentido como avó.

Estive pensando nas palavras que empregamos para designar esta dificuldade humana em lidar com as frustrações impostas pela civilização e temo dizer que não é possível viver civilizadamente sem aprender a lidar com elas, ou seja esta é uma dificuldade de todos nós. Escutamos e dizemos que uma criança é teimosa, birrenta, brava, pirracenta e outros tantos adjetivos quando ela resiste em aceitar as privações em sua primeira infancia.

A psicologia nos ensina que nascemos carecendo de "ser" e que vamos nos tornando algo ao longo da vida a partir do que nos disseram que somos desde muito cedo. Temos um nome próprio e esse é inegociável, mas os outros nomes que recebemos não nos definem a não ser pela metade!

Os pais devem fazer um grande esforço para não dar nomes às crianças pois isso dará um sentido às suas vidas, fixando-as aos comportamentos correspondentes aos tais nomes, determinando a maneira como elas vão lidar ao longo da vida diante das dificuldades e das frustrações. Todos os nomes têm um duplo sentido, podendo condenar as crianças a atitudes que lhe sejam prejudiciais quando adultas. Explico-me: Se dizemos que uma criança é brava, podemos querer marcar o fato dela não abrir mão de seu desejo, buscando de toda a maneira conquistar o que quer. Isso é uma qualidade dos heróis e a bravura pode ser vista também como coragem. Como isso não é para muitos, a criança pode se vangloriar de ser nomeada assim. Mas por outro lado, se uma criança aprende que é brava porque se manifestava raivosamente diante de uma contrariedade , ela terá muitas dificuldades de ser tolerante com as frustrações que são peculiares a vida humana, podendo ser tornar intransigente e despótica para com os outros. Poderá sofrer esta condição sem saber como ser diferente, até porque aprendeu a ver sua braveza ou bravura como aspectos que lhe conferiam identidade. As vezes as pessoas naturalizam características da personalidade que foram adquiridas na relação com o Outro, desconsiderando que estas não vieram nos genes e por isso não vêem como mudar ou como serem melhores do que são, exigindo das pessoas que amam a aceitação do seu temperamento. Apenas se quiserem não fazer quem amam infelizes e desejarem ser diferentes das palavras que as constituem, terão que sofrer no processo analítico para construir novas formas de se relacionarem com o outro.

É por isso que penso que devíamos chamar Rafael de nomes que sejam eminentemente bons tais como amoroso, inteligente, perspicaz, forte e determinado, corajoso, mesmo sabendo que se ele for até o limite da significação dos três últimos nomes, pode chegar no seus opostos, tomando seus objetivos como mais importantes do que qualquer outro, desconsiderando o coletivo e o respeito à alteridade. Para que os nomes considerados bons não se transformem em seu oposto é preciso mediação e regulação amorosa dos pais.

Espero poder dividir com este menino, que um dia será um grande homem momentos de carinho e de amor exigente, ou seja, momentos em que ele terá que abrir mão do que quer em função de um valor moral maior que seu interesse, para assim também poder se ver no futuro como um grande homem.

Com o tempo ele aprenderá que tudo nesta vida tem um preço: não há como pagar pouco quando se quer ser alguém admirável e respeitado pelo outro. O pagamento é sempre a exigência dialética de aceitar o limite para paradoxalmente ser capaz de ir mais longe do que a maioria. É preciso coragem para ser um ser humano bom e fazer este mundo melhor com a nossa estadia aqui e eu vejo no Rafael disposição para lutar pelo que quer como todo ser humano. Ele depende então da sabedoria dos pais para dar-lhe noção do limite de maneira a ensiná-lo quais lutas deve travar para não sofrer e não fazer o outro sofrer desnecessariamente.

De uma avó que ama o neto porque ama irrevogavelmente sua filha e de tabela seu marido que, juntos, são pais de primeira viagem.