30 de novembro de 2012

O tal do besouro




O nome do bicho é horrível e eu nunca podia imaginar que isso ia virar assunto para destacá-lo na escola, filho: "Besouro Rola Bosta". Quem inventou isso, gente?!
Hoje (29/11) fui te levar e a professora de português, Miriam que você adora, me pegou na piazza, o pátio comum perto das salas de aula: “Que memória privilegiada seu filho tem, hein?!”.
Eu disse: “Por falar em memória, você não imagina como ele é jogando memória... Ganha de mim e do pai sem a gente deixar!”. Pura verdade! Você se lembra dos lugares onde estão peças que apareceram no início do jogo, muito tempo depois. Ficamos os dois boquiabertos, sempre.
Bom, daí a professora fez: “Ele sabe o que é o besouro rola bosta!” Hahahahhaha!
Coisa do vô Marcos, que te apresentou o nome e o bicho no feriado de 15 de novembro, aqui no quintal.
Ela contou então que a outra professora, se não me engano a Dani, falou impressionada: “Miriam, adivinha quem conhece esse besouro? O Rafa!" E disse ainda que a outra só conhecia o inseto porque tinha ouvido falar uma vez, mas ficaram as duas impressionadas de ver que você conhecia o bichinho, só de bater o olho! Eu contei que foi o vovô que o apresentou.
A Miriam me disse ainda que morou em casa com jardim, mas nunca tinha ouvido falar no tal besouro. Daí, concluiu: “Depois dessa, agora sempre que a gente quer saber de uma coisa a gente fala: mostra pro Rafa!”.
Ai, ai... chega a ser curioso porque na hora que eu ouvi o vô Marcos te ensinar o nome do bicho – sem desconfiar que pudesse ser conhecido por mais alguém – quase morri! Com um sobrenome desse, ia cair no seu gosto, claro! Só que logo pensei na estranheza que isso ia causar em quem te ouvisse falar... Mas, ao contrário, causou foi boa impressão! Que beleza, filho!

25 de outubro de 2012

Já sabe o que quer ser na vida

"Mãe,
quando eu crescer vou querer ser guarda, policial, bombeiro e garçon de padaria, como aquele ali!", afirmou no último domingo, 21 de outubro, enquanto tomávamos café juntos na padaria perto de casa. Hahahahah. Achei o máximo! Já pensou?! De onde vem uma ideia assim, né?!
A carreira na polícia já é um desejo antigo que você expressa... mas a vida de atendente é novidade. Deve ter achado importante também, né?! Afinal, para comer gostoso fora de casa a gente depende deles.
Fefel, com você a gente se diverte!

22 de agosto de 2012

Rafael e os cavalos

Era uma vez um menino de 3 anos e meio que amava cavalos. Mais que qualquer outro animal. Vejo-o de longe, no lombo de mais um... Desta vez um branco, imponente como só ele. Assim como está, não quer fazer outra coisa. Ainda mais no meio desse verde lindo de montanhas e árvores cravadas num vale em torno dessa pousada belíssima, em Monte Verde. A nossa preferida na cidade. Não há vento mas faz frio. Ainda é inverno mas Rafael não se intimida. Estamos nos aproximando do fim de tarde desta quarta-feira, 22 de agosto, de 2012. Ele corre para lá e para cá, atrás do tratador dos cavalos... traz comida, carrega feno... De repente, olha ele lá, aparece de trás das baias, pisando no casaco de moleton que o aquecia. Parece que eu já previa que não demoraria muito para ele ficar só de camiseta, enquanto estou aqui, escrevendo, dentro de um salão de vidro, aquecida num casacão. O pai, outro apaixonado por cavalos, mas que também já se disse admirado com a paixão do filho pelos marchadores, segura a roupa e fotografa, muito. Quer registrar o que o nosso coração não perde: a emoção de estar de férias, ao lado do nosso pretinho, curtindo uma segunda gravidez, a da Gabriela, nesse lugar de paz, que tem a nossa cara. Vejo o nosso filhote caminhando pelas oito baias, lançando feno pelas janelas por onde podemos ver as cabeças de alguns dos animais que ele tanto aprecia. O amor é tamanho que ele mesmo se lembra dos nomes de alguns que só tinha visto uma vez, na Páscoa do ano passado, quando tinha apenas 2 anos e 2 meses. Se lembra e os trata como se fossem íntimos: Xodó, Campeão e Rosquinha são alguns. Mas desde que chegamos, ontem à tarde, ele já montou nuns quatro. Sai de um, quer subir em outro. E o pequeno não se cansa. Parece uma sombra do tratador que hoje, assim como ele, está de camiseta verde musgo. Reapareceu agora carregando uma latinha, que não dá para saber do que é. Daqui, uns 200 metros de distância, ou pouco mais, consigo ouvir a vozinha desse amante dos animais que é um entrevistador, sempre cheio de assunto e de curiosidade. Não fica parado, não fica calado, não se cansa. Vive ligado! É uma coisa linda, envolvente... um serzinho cheio de vontades e de coragem. Não tem medo e, como qualquer criança, não tem noção do perigo. Acaba de sair de dentro de uma baia... Não demora nada, já entrou em outra... nem o vejo mais. O tratador já apareceu... ele vem depois. E corre... de novo. Agora uma grande árvore o esconde dos meus olhos... mas aos poucos ele reaparece, ajudado pelo tratador, carregando um bloco de feno e, de novo, entrando numa baia. E a tarde de vai.... Um dia de prazer que fica na nossa história. Rafael agora adula um pônei, que parece um cavalo anão, de tão gordinho. É o Faminto. Do tamanho dele, mas os grandes são os preferidos. Entrou no terreno onde os animais passam parte do dia soltos. Ali tem duas cocheiras. A do anãozinho e da de um cavalo novo, Chocolate. Está lá, todo descontraído, no meio dos animais, de ajudante do tratador enquanto o pai o vigia de fora e eu os admiro daqui. Já estou pensando como será quando a Gabi tiver nascido... na nossa próxima vinda. Gabizinha no carrinho e Fefel aventureiro como sempre, se esbaldando nas cavalgadas acompanhado pelo pai. Deus nos abençoe!

13 de maio de 2012

Terceiro Dia das Mães

É sempre lindo comemorar uma data graças à sua existência. Pena que a gente more tão longe das nossas mães, suas avós. Ganhei de você e do seu pai um livro - "De mãe para filhas" - e o colar que tive e uma empregada (louca!) me roubou, com o berloque de outro e um diamantezinho, simbolizando você. É o Rafael que eu sempre carreguei. Amei. Fui ler um pouco do livro enquanto a gente brincava lá embaixo hoje cedo e vi que são registros de várias mães sobre o que querem deixar como legado para as filhas mulheres. Eu pensei na minha mãe escrevendo para mim... e consegui imaginar o que ela diria, até porque pra mim é muito claro. O discurso, as ações, a coerência, os valores, as orientações, o exemplo, o não julgamento e a ajuda de sempre tiveram um peso enorme no que eu sou hoje. Pra resumir, uma mulher de 34 anos, sábia, eu diria, e uma mãe incomum. Sou uma mãe que está em constante movimento, que se sente desafiada, provocada e não se acomoda. Não espero o tempo passar, não acredito apenas em fases, estou sempre em busca de transformações. Vejo suas inúmeras qualidades, singularidades, mas também as suas dificuldades. E não me acomodei nunca em buscar ajuda para transformá-lo, desde já, numa criança que respeita limites e a diferença. E continuo trabalhando para isso. Quero ajudá-lo a ser uma criança feliz e agradável, amiga, sensível, delicada. Porque o resto necessário, você já tem: saúde, esperteza, energia, inteligência, curiosidade, força, garra, disposição, habilidade e coragem. O que mais a gente precisa diante de tantos bons adjetivos, né?! Dosar todo esse poder aí. E estamos firmes nesse trabalho, filho. Você já se transformou e eu tenho certeza de que o que falta virá, porque nós temos disposição e coragem para buscar. Vejo que a minha mãe também me preparou para ser alguém que sabe lidar com as diferenças, com as frustrações e com as durezas da vida... Me ensinou a ter coragem, determinação - principalmente pelo exemplo! E me deu as bases para que eu me sinta forte e preparada para encarar a vida e curtir o prazer das conquistas que também aprendi a buscar. Se hoje tenho 9 anos de casada, foi baseado também no exemplo dela, de acreditar numa vida a dois, que eu consegui. Sinto que sei lidar bem com as frustrações porque desde cedo ouço que a vida é dura. Felizmente, Deus tem sido muito bom conosco e as durezas nem tem sido tão pesadas assim. A gente tem sorte e merece também! Pois então, eu quero, como mãe, poder te oferecer uma orientação bacana, para você sofrer o menos possível e conquistar tudo o que você puder e quiser para ser também na vida adulta o que já é: uma pessoa feliz. O DIA Passamos um bom tempo em casa e lá pelas 2h da tarde fomos para a Bizuca, para o almoço. Foi uma delícia. Chegamos lá, estava a família toda e o João, por quem você selou o seu amor. Antes de hoje, tinha sido praticamente um único encontro por lá. Mas você se lembrava muito bem. Hoje, não desgrudou dele. Depois de se instalar no quarto dele por um bom tempo, ficou explorando todos os instrumentos da casa: o piano, o cavaquinho, o microfone. Aproveitou a porta do banheiro, que é de correr para a lateral de uma estante, e ficou se apresentando. "Rafael...", anunciava. Fez teatro como se tivesse num palco e correu a cobertura toda. Amou. Bizuca e o namorado, Izvy, incentivaram, deram corda... Foi uma felicidade. Vó Mariah deu mais presentes, como sempre. Um jogo de canetinhas, tintas e lápis, como o do Super-Homem que você também ganhou dela e um jogo de golfe! Engraçado que você sabia do que se tratava, mas não tinha ainda. Voltamos felizes da vida. E você nem fraquejou, mesmo depois de ter dormido muito menos do que o normal, afinal, ontem fomos com você para um casamento e você se esbaldou na pista de dança até quase 1h da manhã. Fala sério!!! Ô menino baladeiro. Parece o pai, adora uma festa! Ainda bem que você é assim, filho. Divertido, animado, empolgado, disponível. Obrigado por ser como é. Eu tive um felicíssimo Dia das Mães, o melhor até aqui.

Falação - 3 anos!

Perdi ritmo com os registros desde que a vida profissional se transformou numa maratona... Mas agora, a quatro dias de ficar longe de você, pela primeira vez, desde o seu nascimento, para uma viagem profissional bacanéssima à Suíça, não resisti. Levantei da cama, nesse frio, e vim. Já estou com um papelzinho amassado com umas frases que venho anotando para não esquecer. Então vamos lá, para um rápido registro da sua nova fase de FALAÇÃO. Cada uma mais surpreendente... Agora, além da fala, tem perspicácia no conteúdo de muitas delas... ou, simplesmente, a comprovação de que você presta atenção nos tempos verbais e na vida. É curioso ao extremo, com tudo. Quem dúvida que herdou isso da gente, né?! - "Você acordou me provocando!", disparou para o vô Agripino um dia da Semana Santa, lá em Fartura. A casa estava cheia e ele ficou mesmo pegando no seu pé. Num café da manhã, ele tirando onda, você vai e solta essa. Foi engraçado! Depois ele ficou rindo...
- "Que tal o meu pai me levasse e o táxi me trazesse?", na natação. Verbos irregulares são duros! E vai demorar muito para você entender, mas o que eu achei o MÁXIMO é você já ter a noção de que a terminação é essa mesmo. Eu me vejo aprendendo outras línguas em que muitas vezes, arriscava falar sem ter certeza e acabava acertando ou alguém me corrigia, o que era ótimo. - "Mãe, o que não pode fazer ali naquela placa?" Essa foi surpreendente! Eu e seu pai ficamos de queixo caído. Estávamos a caminho da Polícia Federal para fazer o seu passaporte. A placa, no caso, era uma de "PROIBIDO ESTACIONAR". Você viu a letra E e a faixa vermelha no meio. Acho que se lembrou da placa em frente de casa - "PROIBIDO BUZINAR", por causa do hospital que funcionava na esquina. Uma vez, há muito tempo, te expliquei que a faixa no meio era para dizer que não podia. Daí você lembrou, meses depois... - "Vou ser pajem! Vou usar gravata!", sonhando com a imagem de homenzinho. - "Eu não deveria ter feito isso!", assim mesmo. Falando sobre a peça do quebra-cabeça do Mickey que você destruiu e, quando montou, viu o buraco. - "Cuidado para não cortar a mão!", eu disse. "Mãe, você sabe que eu sou bom em tesouras!". Confiante que só você mesmo, aos três anos. É um Nascimento legítimo! E completou: "Você deveria me emprestar todas!". Até parece né, filho?! - "Mãe, vou ler um jornalzinho!"- Te peguei assim, no quintal, sentadinho na fonte. Filho de peixe!
A gente te ama e se orgulha de você, mesmo com o desafio que nos impõe de tanta esperteza! Deus te abençõe.

2 de maio de 2012

Pajem pela primeira vez

Trabalhando como nunca, tenho feito muito menos registros sobre o seu desenvolvimento, filho. Mas às vezes, me pego arrependida por ter deixado o tempo passar sem escrever as histórias. A de agora, uma das mais atrasadas, é sobre o seu primeiro casamento como pajem. Tia Gá e Matheus convidaram ainda no ano passado, 2011. Fiquei super feliz e lisongeada. E, desde o início, falávamos sobre a experiência. Até que não demorou muito e ela chegou. Não tivemos oportunidade de ensaiar, mas eu passei meses te preparando para a responsabilidade da coisa. Imagine, arteiro como é, chegar lá e ficar aprontando...A primeira coisa que você falou quando relembramos do casamento já este ano foi: "Eu vou usar gravata!". Que coisa! Depois ficou se gabando, dizendo que ia ficar igual ao noivo... Ô vontade de crescer, viu?! O GRANDE DIA Fomos para BH no sábado mesmo, dia da festa, 21 de abril. Quando você viu a roupinha, separada e pendurada, lá na casa da tia Gá, quase enlouqueceu. Quis vestir na hora, tudo. Enlouqueceu com a gravata e quase não quis tirar. Mas a festa era só à noite e não podíamos correr o risco de sujar nada. Passou a tarde querendo tomar banho para se arrumar logo... demorou. Na hora do banho, não fez nenhuma estripulia, me deixou secar o cabelo, para ficar arrumadinho, e se empolgou. Bonitinho! Ficou lindo com a roupinha toda: camisa branca, gravata prateada, colete - que usou no dia seguinte até para ir à churrascaria - e terninho. O sapato já tínhamos comprado lá em Fartura, quando fomos para casa da vó Nair na semana santa. Ainda bem que encontrei. Ficou perfeitinho.
Pena que não tiramos foto da família antes ou no início da cerimônia, gente. Uma data a ser lembrada. Achei que estávamos atrasados, mas chegamos bem antes. Você ficou tão envolvido, que nem queria falar comigo quando me aproximava para te elogiar. Todo comprometido, já se apaixonou pela daminha, a Bianca, de cara e ficou lá todo responsável, na função. Hahahahah! Na hora que começou, eu quase tive um troço. A irmãzinha dela, Ana Luísa, com um pajenzinho menor do que você entrando... coisa fofa! Daí aparece você e a Bianca, lindos. Você todo sério, nem sorriu. Mas fez tudo direitinho. E ela lá, no comando. É demais isso, gente!
Me emocionei no casamento do início ao fim. Foi a coisa mais linda do mundo. Nosso primo Matheus é um menino ímpar. De uma sensibilidade, uma seriedade, um comprometimento, um romantismo... fiquei boquiaberta com os votos que ele fez, as declarações de amor para a Marina. Menino de ouro! Não te vimos depois da entrada, porque ficaram lá na frente, sentadinhos. Só o vô Marcos conseguia, mas a notícia que tivemos é de que você passou o tempo todo quietinho. Incrível! Tá crescendo mesmo! Na saída, mais uma caminhada... e a gente admirando. Na festa, você se esbaldou. Corria feito um doidinho, pra lá e pra cá, atrás da "Bianca!". "Cadê a Bianca?", perguntava o tempo todo quando não a via. Dançaram juntos, se esbaldaram. Fiquei feliz com a sintonia. Se deram bem, se gostaram... A gente só tinha se visto uma única vez, em que você, perto dos dois anos, aprontou. Então foi uma maravilha. E nós ficamos te corujando. Ficou firmão até 1h30, quando foi embora com a vó Paula, já dormindo. No dia seguinte, quis vestir a roupa de novo. Amou. Vira e mexe, quando falamos de alguma festa chique, diz que quer usar a roupa de pajem. Ainda não se deu conta de que não é sua de verdade, apesar de eu já ter explicado. Foi uma graça e a gente nunca vai se esquecer da sua primeira vez, pretinho, como pajem. (faltam as fotos)

22 de março de 2012

Mais que adaptado na Beacon








Depois de muito tempo, de mais de um mês, estou de volta aqui para fazer um registro gostoso, sobre a sua nova escola. Acabo de voltar da reunião de pais, a primeira depois da adaptação. Foi muito bacana, estamos orgulhosos de tudo o que a mudança tem significado. Você se adaptou super bem, para a minha tranquilidade. A coordenadora da antiga escola teve razão quando disse que você faria a transição numa boa. E eu passei tanto tempo angustiada, com medo da mudança, achando que você podia sofrer com uma decisão que era nossa, minha e do seu pai. Ainda bem que persisti, fui corajosa e mantive a decisão de ceder ao encantamento e ao desafio de fazer uma escolha que tinha de ser sustentável, no aspecto financeiro.
A reunião era para falar de tudo o que vem sendo desenvolvido com vocês nas aulas. Ficamos admirados... logo logo a mamãe registra.
Você já tem demonstrado que gosta de tudo e outro disse que "ama a escola". Que maravilha! Vira e mexe, fica cantando umas musiquinhas em inglês. Conta, conhece os nomes das formas (circle, triangle, square) e faz associações. Ontem, peguei uma estrelinha, das que demos de surpresinha no seu aniversário, e quando falei a cor em inglês, pink, você completou: "Give a wink!" Mas o inglês começou a aparecer nas frutas. Um dia, no fim de fevereiro, liguei para saber como tinha sido a escola e perguntei sobre o que tinha comido de fruta no lanchinho. Você respondeu: "Watermelon!". hahahah! Daí, há duas semanas começou a correr pela casa falando: "Six, seven, eight!" Antes disso, já estava conversando de um jeito enrolado, como se estivesse pronunciado palavras em inglês. Às vezes ainda é assim... fica falando coisas incompreensíveis com som em inglês. Tá se adaptando à sonoridade da língua, já percebi.
Outro dia no carro, te levando para a escola, estávamos conversando sobre bagunça e eu relembrei da música da outra escolhinha: "Guarda guarda guarda, bem guardadinho, se guardar direito acha tudo arrumadinho!", que é fofa. Aí você respondeu exatamente assim: "Lá é 'putting the toys away!". hahahahah!!! Fala sério!!!!
Da semana passada para cá, tem cantado várias musiquinhas. "Row row row the boat..." ou "Teaddy bear, teaddy bear...", entre outras. São umas quatro que você vem cantando e eu fico louca para apreender. A professora, toda vez que comento, diz que você está super bem com o inglês. Acho engraçado, porque a minha expectativa maior nem era a de te ouvir falar em casa. Achei que fosse demorar mais. Eu fico feliz por tudo que a escola tem, por você estar gostando, pelo ambiente ser lindo, por você ter espaço para explorar seus potenciais, pintar, brincar na areia, mexer com água, brincar no parquinho, com o coelho (o bunny), tomar banho de chuveirão no calor...
Sexta-feira passada recebemos uma pastinha com um relatório sobre o seu desenvolvimento. Escreveram que você gosta de experimentar, se envolve em todas as atividades, nunca está sozinho, sempre chama os amigos para participarem de alguma coisa com você, é independente, gosta de livros e adora brincar de faz de conta (make believe). Principalmente quando tem fantasia... as de chapéu são as preferidas, segundo as professoras. Lá também está escrito que você ainda tem reações fortes quando se frustra e que elas estão trabalhando isso com você.
Ainda é um ponto que pega de vez em quando. Já aprontou umas três com o Pedro, o amigo que tem cara de lord: branquinho, grande, de olho azul e cabelo loiro. Deu duas mordidas, em semanas diferentes. Uma por ciúmes, porque ele pegou a sua garrafa. E outro dia, arranhou. As ocorrências estão super reduzidas e a professora diz que isso é normal da fase, apesar de trabalharem para que você e outros apreendam a verbalizar e não a agir com "violência". Hoje, no encontro com a mãe do Pedro fui me desculpar e dizer que a gente tem conversado bastante com você. Mas ela é ótima, bem resolvida, me ajuda muito ao considerar que não é nada demais, que tudo bem... Que maravilha, meu Deus!

A ROTINA

Na reunião, elas explicaram o que está sendo trabalhado. Como assunto, vocês estão começando a falar das origens. De onde vieram os nomes, quais eram as atividades e comidas preferidas do pai e da mãe, etc. É um resgate, para aprenderem quem são e também entenderem as diferenças. Nas atividades, em tudo tem noções de pedagogia: conviver com o outro, respeitar, aprender regras, limites, a entrar numa rotina. Depois, culinária, música, histórias, memória, matemática, lógica, observação do tempo, do calendário, dos dias... As formas, os tamanhos, as cores. Coisas que você já sabe e está na frente de muitos coleguinhas que só tem dois anos e meio ou até menos que isso. Numa turminha de 10, cinco são pequenos e cinco regulam a idade com você. No começo tinha ficado preocupada, antes de ver os maiorzinhos, achando que você ia ser puxado para trás, na convivência com crianças que estão numa fase que você viveu há um ano. Mas a escola disse que essa diferença é comum em todas as classes e que as professoras trabalham com os potenciais individualmente. Depois de me explicar toda a questão pedagógica, a coordenadora me disse que, como mãe, sempre é mais fácil ter um filho que está à frente do que um que tem de correr atrás. Mas a tranquilidade veio mesmo numa conversa com a vó Paula. Quando eu disse que achei que você seria prejudicado, porque não aprenderia como poderia, já que estava num grupinho muito infantil, ela disse, sem rodeios: "Isso é uma fantasia da sua cabeça! Ele vai aprender sim. Não tem como o Rafael ficar pra trás. E vai aprender a lidar com as diferenças. Vai ver que nem todo mundo tem as mesmas habilidades... e terá de aprender a esperar." Foi decisivo para nos tranquilizar, até porque seu pai considerou que isso pode ajudar quando chegar um irmãozinho/a.
Pois então, a gente está bem satisfeito. Conhecemos hoje detalhes da sua rotina, coisa que na outra escola nunca foi possível. O retorno sobre o trabalho que era feito vinha de uma forma bem diferente, sem muitos detalhes. Então, hoje descobrimos que ao chegar vocês ficam brincando um pouco fora. Quando a aula começa, todos no "circle" com objetos. Depois, alguma atividade. Logo chega a hora do lanche e do playground, onde vocês convivem com crianças de todas as idades. Depois, pra diminuir o ritmo, todo mundo deitado em colchões ou almofadas. Ao som de músicas mais calminhas, fazem massagem uns nos outros, 'cosquinha' de leve com pincel na orelha... coisinhas para relaxar. Depois é hora de alguma atividade, com a professora de português. E, por fim, antes de ir embora tem a musiquinha do "Bye Bye, we're sorry to see you go... see you tomorow...".
No fim da reunião, elas distribuíram um artigo do THE NEW YORK TIMES sobre crianças bilíngues. O texto diz que os estudos tem demonstrado com bastante frequencia que as crianças bilingues são mais inteligentes, porque tem mais estímulos numa parte importante do cérebro, aprendem a fazer mais associações, entre outras coisas. Então, é mesmo uma felicidade poder te oferecer uma escola tão bacana, tão gostosa. Viva!!! Que Deus nos abençõe!

12 de fevereiro de 2012

Ano Novo em Maringá

Tia Gi acaba de me cobrar por não escrito nada sobre o Ano Novo em Maringá. Disse que a Kalu estava inconformada. Pois bem, estou aqui, agora, domingão, 12 de fevereiro, às 21h, para não deixar frustrações, claro, e também para fazer o registro. Quase não escrevo sobre os Natais em BH e Reveillons na família paterna porque tem muita gente para lembrar das histórias. Daí, acabo não fazendo isso nunca. Aliás, acho que fiz um único registro de fim de ano desde que você nasceu. Mas daqui pra frente, não faltarão essas histórias. Ah, faltam as fotos também, que nós não tiramos.
O Ano Novo de 2011/2012 foi diferente de todos os outros. Não fomos para Fartura, como sempre fazemos. Já havia um plano na família de irmos todos para lá, porque como a data ia cair num sábado, ficaria mais perto para Tia Rô chegar com as meninas. Nós topamos, afinal, seria também uma chance de conhecer a cidade e a casa da tia Gi, que a gente nunca tinha ido. Com o vô Agripino e a vó Nair na cidade desde o início do mês, aí ficou mesmo definido.
Tia Gi e Kalu nos esperaram no aeroporto, numa quinta-feira, 29 de dezembro. Fomos direto para casa delas, onde os avós nos esperavam. O resto da família chegou depois. Deixamos a mala e já fomos direto para o clube, que o Pedro, tio, providenciou. Você se esbaldou. Passamos o dia lá...
Pedrinho, que estava nos Estados Unidos havia dois anos, voltou pro fim de ano com a namorada nova, Luna. Te pôs na moto, brincou com você junto com a irmãs, Kalu e Ju, e inventou de te levar no Trampolim da piscina. Lá também tinha um Toboágua que você já estava indo com a Kalu numa boa, feliz da vida, com bóia. Mas trampolim foi demais para uma criança que não tinha nem três anos. Virou atração no clube, nos dois dias, mais pela loucura da coisa, do que pela coragem que teve. Eu, com o coração na mão, fiquei vendo aquilo tudo de longe, apática, confesso. E torcendo para não dar nada errado.
Você estava à mil... correndo, pulando de uma piscina na outra, quase sem comer, de tanta atividade. A vó e o vô chegaram e curtiram a tarde também. Fomos embora já eram mais de 9h da noite, para o hotel, onde ficamos. Um quarto gostoso, com blackout, que te permitiu dormir bastante. Mais do que eu esperava. O escurinho favoreceu e eu cheguei à conclusão de que seria bem bacana ter um aqui em casa na sua janela.
No dia seguinte, sexta, a família aumentou na cidade. E deu clube também. Tio Du fez o churrasco. Você passou o dia na água. Preto, preto! Já de noite, Nat, Mila e o namorado, Lucas, Flávia, tia Rô, tio Heitor, tia Si, tio Lelo, Breno e Luca chegaram. A churrasqueira lotou! A família Nascimento é enorme e quando junta todo mundo é uma festa só. Ficamos lá até bem tarde também. Todo mundo te corujando, uma delícia.
No sábado, dia da festa, passamos na casa da tia Gi e você aprendeu a música hit do momento, "Ai se eu te pego". Um barato. E grudou na Kalu e no noivo, o Rômulo. Não deu sossego para os dois um segundo sequer. Eles deitavam, lá estava você na beiradinha da cama, junto, colado. O Rômulo te adotou. Kalu contou que teve uma hora lá que ele disse algo do tipo: "Esse era o filho que eu queria ter!". Pretinho como a Kalu e a cara dela - pode até ter gente que não acha, mas pra mim, é a prima mais parecida - parecia mesmo filho dela. Depois, ainda inventou de te emprestar um colar do Palmeiras, na ida para sorveteria, e quase arranjou confusão para você, que foi obrigado a ter de pensar sobre isso. Pedrinho ficou te pressionando para tirar, porque ELE era o seu primo. E é corinthiano como você. Imagine só! rs.
Seu vô ficava brincando com você, tirando onda, fazendo peguntas para testar a sua inteligência. Tudo para rir com as suas respostas. E vive dizendo que você "é de tirar picapau do oco!". Sem brincadeira vô! Pra completar, vale a expressão do outro vô, o Marcos: "Põe fogo no chapéu do guarda!".
Vó Nair te pega no colo, diz que te ama, que estava com saudade... te choca também. Eu fico lembrando dela aqui em casa, quando você tinha acabado de nascer.
Enquanto falávamos da festa, você quis saber se também ia vestir a roupa toda branca. Até comprei uma camiseta nova, num passeio pelo shopping com a Kalu e a Mila. Você queria estar igual a todo mundo.
À tarde consegui te levar para dormir no hotel, porque senão a festa teria sido totalmente perdida. Voltamos à noite, já devia ser quase 10h. Todo mundo lindo, de branco, a casa toda enfeitada, mesas decoradas, tudo perfeito. Tia Gi é caprichosa, tem bom gosto, acertou em tudo.
Na hora da virada, os fogos voltaram. Nos dois anos anteriores, desde o seu nascimento, tio Du não os fez. Eu insisti com o seu pai, para que você pudesse ter a noite tranquila.
Deste vez, maiorizinho, nem lembrei... Mas você não gostou. Teve medo do barulho forte, chorou e pulou no meu colo. Mas teve interesse de ver as luzes que apareciam no céu, principalmente as que estavam distantes, soltadas por vizinhos, onde o barulho não te incomodava.
Na hora da ceia mesmo, você já estava podre. Ficamos lá um pouquinho depois da virada e já nos levaram para o hotel. Nós dois.
Depois do Ano Novo ainda tivemos mais dois dias na cidade.
Seu pai ficou anunciando para todo mundo que você teria um irmão este ano, que ia nascer em outubro, na data do tio Du, etc, etc... Estavam achando que era brincadeira. Mas não, nós queríamos mesmo. E encomendamos. Não é que veio de lá?! A família ficou toda feliz, achando que nós já sabíamos e não contamos.
Ou seja, teremos recordações eternas desse fim de ano delicioso.
Maringá é linda, a família é nota mil, a festa foi super bacana! Feliz 2012 para todos nós!

8 de fevereiro de 2012

Férias em Toque Toque

As férias na praia foram uma delícia! Fomos para Toque Toque Pequeno, na casa que alugamos do amigo do seu pai, Roberto, colunista de economia do jornal. Fomos eu, papai, você e a Dorinha. Mamãe resolveu levá-la porque queria poder descansar, estava mesmo precisando. E porque tinha assumido o compromisso comigo mesma de começar a escrever o livro que eu tanto quero que seja publicado um dia, sobre a superação dos desafios que apareceram depois que você fez dois anos.
Fomos de carro, pilhados. Quando você tiver um irmãozinho ou irmãzinha não vai caber tudo o que levamos. Seu pai nem podia enxergar os carros atrás, só pelo retrovisor. Das suas coisas, só faltou a bicicleta. E eu, que não sabia que supermercado entregava lá, levei tudo o que tinha vontade.
A viagem é um pouco longa comparada com outras praias, porque esse é uma das mais distantes, mas deu tudo certo. No caminho, tivemos de comprar outra bóia para você e a Dorinha te deu um boné do Corinthians. Bom que usou, pra ajudar a proteger contra o sol insano.

CHEGANDO
Chegamos lá já era quase o fim do dia, umas 6h da tarde. Mas ainda estava claro. A localização não podia ser melhor, com o pé na areia. Jardim de frente para o mar, ô maravilha. Nada melhor que isso. Você logo viu os quartos e avisou: "Esse é o meu quarto e da Dorinha!", já animado com o que seria de vocês mesmo, com duas camas de solteiro. Nesse dia ainda fomos para praia no escuro, tirar fotos e curtir o calor, além de observar as estrelas.

A PRAIA
Do dia seguinte em diante, todo dia era praia. Só choveu num, de 12 que passamos por lá. Você não saía do sol, do mar. A piscininha nem usamos, porque seu negócio mesmo era ficar dentro d'água. Entrei todos os dias com você e papai em quase todos. Nos dias de mar mais bravo, íamos juntos e você com bóia. Adorava pular ondas. Nos últimos, quando eu anunciava que vinha uma grande, você dizia: "Mãe, é de cabelo?", porque toda vez que vinham fortes, eu saltava te segurando de costas para a onda e o topo dela sempre quebrava no seu cabelo, o jogando um pouco para frente. Por isso a pergunta. As de cabelo eram as melhores. Nos dias de mar tranquilo, nada de bóia! Ficava na pontinha. Com o passar do tempo, começou a entrar um pouco mais e a ficar mergulhando ali. Uma beleza! Eu e seu pai quase morríamos de tanta felicidade. Te ver mergulhar com autonomia, sem medo é uma das melhores coisas. Não saía do mar. Se já é preto, ficou mais ainda. E olha que eu não bobeio no protetor. É o tempo todo para amenizar, porque esse sol castiga. E você, apesar de pegar cor rápido e de ser pretinho mesmo, vive protegido. Judiação deixar uma pele de quase 3 anos quarar. Pedir para ficar na sombra é coisa inútil, só para me chatear, porque você, só para provocar, se enfia ainda mais debaixo do sol.


O RIOZINHO
Um dia, no começo, falou para mim: "Eu quero ir no rio que o Florestan falou!". Simplesmente lembrou que ele tinha te contado que lá na praia ia ter um riozinho. Seu pai era o mais animado a te levar, mas fomos juntos todas as vezes. Eu confesso que o cheiro não me agradou muito, mas tudo bem. Nem quis pensar sobre eventuais problemas, até porque tinham outras crianças por lá. E você adorava. Tinham uns peixinhos pequenininhos pretos que você tentava pisar em cima, mas nunca conseguia, claro. E, no caminho, ficava observando os urubus, todo impressionado com o pássaro.

O SURFISTA
Levamos a prancha que o vô Marcos deu de Natal e foi um sucesso! Você pegou muitas ondas. O mais bonitinho é que presta atenção nos outros e copia. Pula com a barriga com uma autonomia que parece mini-surfista. Eu prendia no meu braço e de empurrava até a frente. Ficávamos assim... brincando. Você subiu em outras pranchas, brincou com crianças que também tinham as dela... e ficava contando que a sua era do Batman.

O CAPOTE
Um dia, perto do fim das férias, seu pai decidiu encarar o mar forte com você de prancha, sem bóia. Coisa de louco! Mas eu, em vez de discutir, fui buscar o Iphone para gravar e fotografar. Queria registrar. Você já tinha pegado várias ondas. E, em pleno menos duas, ele soltou a prancha para vc ir sozinho até a borda. De repente, eu, gravando, vejo uma onda enorme se aproximar. Só deu tempo de gritar para o seu pai, para avisar. Filho do céu, que perigo. Só sei que ele foi tentar pular com você e não dava mais, porque ela já estava quebrando onde vocês estavam. Só vi o capote. Fiquei desesperada, mas continuei a gravar. Depois daquela você saiu meio assustado dizendo que não queria mais surfar. Passou claro, mas foi um susto e tanto. Até para o seu pai. Graças a Deus que deu tudo certo.

A CASA
Pintou, bagunçou, brincou... e assistiu os filminhos no DVD que a vó Paula deu todos os dias. Levei umas tintas guache para você brincar, mas foi duro segurar para durar muitos dias. Você queria gastar tudo de uma só vez. Pintou dois quadros lindos que eu quero acreditar que foi sozinho. Pelo menoso preto eu sei que sim, mas o outro você sempre disse que a Dorinha te ajudou. Vamos colocar na moldura para pendurar no quintal. As massinhas também. Fizemos várias coisas, modelando.

A CASA DO KOTSCHO
No nosso primeiro fim de semana fomos passar um dia lá. Você não queria ir embora. Mas a neta preferida foi a Bebel, que brincou com você o tempo todo. Você se divertiu com o três, mas ela é fofa demais. Ficou na piscina um tempão, brincou na sauna desligada de casinha com as meninas e até assistiu um pouco de vídeo. Na hora do almoço, se deu conta do que é um camarão. Já tinha comido, mas amou. Depois daquele dia, seu pai fez pra você em quase todos os outros. "Filho, advinhe o que tem de almoço", ele perguntava. E você: "Palmito, camarão!" ou "Azeitona, camarão! Entrou para a sua lista de preferências. Só não os vimos mais na praia, uma pena.

AS VISITAS
Fê e Gabi, amiga dela, foram no primeiro fim de semana. Você grudou. No segundo, foram a Synthia e o Pedro com a Ester. Meus Deus, quanta confusão você arranjou com a menina, eu fiquei até envergonhada. Sabe quando a gente se arrepende de alguma coisa? Eu ali cheguei a me arrepender de tê-los chamado mas, graças a Deus, ela é uma fofa e te perdoou em todas as ocorrências. Ficava perguntando: "Cadê o Rafael?". Teve um momento em que eu estava a elogiando, dizendo para você que ela era linda e fofa. Ela, falante, completou: "E inteligente!". Achei o máximo. Você que prestou atenção nas minhas conversas sobre isso, ainda hoje costuma completar: "Mãe você é linda... fofa!... E inteligente!" rs. Ela já fala várias coisas em inglês e isso me ajudou a poder falar mais da sua nova escola com você durante as férias. Foi bom para te animar.

FAMÍLIA
Seu pai ficou tão feliz com as férias em família que disse que não queria mais outra coisa. Eu, que também já fazia planos para aumentar a família, cheguei à conclusão de que não precisamos de mais nada durante muito tempo. Até seu irmão/ã crescer, vamos continuar indo para esquemas como esse. E, se Deus quiser, no ano que vem conseguimos levar parte da família. Já fazíamos planos de ter no terceiro quarto alguém para nos ajudar com o bebezinho, enquanto você se esbalda, de novo. Foi uma delícia!

30 de janeiro de 2012

Papai Noel existe!


Estávamos os dois - mamãe e papai - no plantão de Natal. Sem a família por perto, só com vovô Marcos em casa, seria impossível não pedir a visita do Papai Noel. Eu até achava que ele poderia deixar o presente à noite aqui em casa, para você abrir no dia seguinte, mas o papai não queria... queria que você recebesse o pedido o quanto antes. Sendo assim, a gente fez de tudo para dar certo.
Você escolheu uma bicicleta, o que nos surpreendeu, afinal, você já tinha uma. Veio com isso de repente, durante a parada no papai Noel da Avenida Paulista, no início de dezembro. Disse para gente: "Eu pedi uma bicicleta para o papai Noel!". Seu pai disse que você já tinha uma e te perguntou porque queria outra. Sem titubear, respondeu: "Porque eu quero uma grande. A que eu tenho vai ser do meu irmão ou da minha irmã!". E olha que a mamãe nem grávida estava.
Bom, escolhido, ficamos o mês todo naquela história do "tem que merecer", para que Papai Noel trouxesse. Mas deu tudo certo e o grande dia chegou.

A VÉSPERA DE NATAL

Estávamos eu, Fê, papai, vô Marcos e você em casa a espera do bom velhinho. Seu pai fez a ceia, como nos últimos anos, e combinou tudo. O segredo eu não revelo!
Vovô Marcos precisou de uma massagem na barriga no meu quarto, enquanto papai continuou lá embaixo dizendo que já estava quase na hora. De repente, bate a campainha! Era ele. Descemos correndo. Chegamos na sala e já dava para ver a bota e a calça vermelha da fresta do portão. Você corria feito um desesperado, queria se esconder do papai Noel embaixo da mesa, seu esconderijo maior. Eu te convenci a sair, afinal, perder a chegada dele não seria uma boa ideia. E também fiquei correndo de um lado para o outro, como o vídeo feito pela sua irmã poderá confirmar. ( em breve, aqui!)
Quando a porta se abriu, lá veio ele, inclinadinho, andando de vagar, com a voz meio rouca. Cabelo e barba brancos, cara branquinha, bochechas rosadas e óculos. Bem parecido com o do Shopping. Eu fiquei emocionada, confesso. Uma alegria ver Papai Noel na nossa casa. Você olhava para aquilo impressionado. Daí, ele perguntou se você tinha pedido uma bicicleta e quando você confirmou ele fez: "Mas não tinha!" Você olhou para mim e murchou. Eu, rapidamente tratei de dizer: "Ê papai Noel tá mentindo! Que brincadeira boba!", (risos) para não estragar a festa. Que ideia a dele, gente! Imagine a minha angústia de você ficar um segundo que fosse sem achar que ele tinha trazido o seu grande desejo. Logo, ele falou: "É brincadeira! Papai Noel trouxe sim!". A gente enlouqueceu!
Você foi logo rasgando o embrulho e a caixa para ver o que tinha. Exatamente como o seu pai disse que você ia gostar: do Hot Wheels, vermelha e preta. Igual à do Mateus, seu coleguinha da outra escola.
Enquanto isso, ele ficou conosco. Enquanto desembrulhávamos, ele te perguntava: "Era esta mesmo que você queria?". E você não parava de observá-lo com atenção. Eu fiquei me perguntando o que passava na sua cabeça porque, pra mim, estava tudo lindo.
Ele ganhou um champanhe seu, que o seu pai comprou, você deu abraço, ficou do lado para tirar foto... nada de medo. Foram uns 10 minutos de pura excitação.
Na hora em que ele se despediu e disse que tinha que embora porque as renas estavam esperando por ele, você perguntou: "Cadê as renas?" hahahah!!! E a Fê respondeu: "Estão no telhado, né, Rafael?!" E assim foi. Nos despedimos e você ficou, todo ocupado com a montagem da bicicleta antes da ceia.

ALGO ESTRANHO

De repente começou a gaguejar querendo falar alguma coisa sobre Papai Noel. Assim: "Ele... ele... ele... é..." Eu disse: "Filho, o que você quer dizer sobre Papai Noel?". E você concluiu: "A cara dele não é igual à mão!", sem titubear. "Mas como não filho!?", perguntei. "A cara dele é de madeira!", respondeu. Vixe! Curiosa, continuei: "E a mão?". "Igual a de gente!", replicou. Mas parou por aí. O raciocínio foi fechado sem novas conclusões, ainda bem. Para 2 anos e 10 meses tá bom, né?!
Mas foi uma alegria. Sob esse aspecto, foi o Natal mais feliz da minha vida, pela emoção que ele trouxe. Nunca o Papai Noel tinha passado em casa. Quando a mamãe era pequena, ele sempre deixava o presente na árvore, enquanto nós ceiávamos na casa da vovó Natalícia. Esperar pela manhã seguinte era sempre um desafio... porque abrir mesmo, só quando a vovó Paula e o vovô Marcos estivessem de pé. Seu pai teve outras experiências, já tinha visto o bom velhinho em casa, na infância dele.
Depois dessa experiência, tivemos uma certeza: todos os anos vamos tentar esperar por Papai Noel, afinal, ele existe!


vocabulário curioso de Natal: Mãe, tô vendo a Papai Noéia! rs. Uma acompanhante de Papai Noel, vestida de vermelho no Shopping.