29 de dezembro de 2009

Bravo bravo bravo

Mamãe não sabe de onde saiu tanta braveza, mas você é assim. Outro dia, contrariado porque eu tirei um negócio da sua mão, ficou querendo me morder. Como assim, um bebê de 10 meses querer morder a mãe? "É grave", pensei desesperada, sem saber como será o futuro. "Tô perdida!", ainda penso.
Contei outro dia no trabalho e ouvi de uma pessoa: "Não pode dar um peteleco?!" De outra, brincando: "Não tem uma varinha que dá choque?". Que dó, filho! Foi brincadeira (rs), mas eu não teria coragem...
Como você já demostra essa personalidade forte desde a primeira semana de vida (sua avó constatou dias depois de você voltar da maternidade), seu pai e eu ficamos especulando... Ele insiste que você puxou a mim, como se ele fosse manso manso... Mas eu ainda acho que as conversas que ele tinha na barriga com você tiveram alguma interferência, afinal, toda vez que eu dizia: "converse com o nenem", ele começava sempre assim: "Filho, prepare-se, porque você vai passar um cortato na mão da sua mãe, que é bravaaaaa!". Vê se pode falar isso pro nenem in-útero?! Moral da história: você veio preparado de um jeito para esse falso anúncio que agora, quem vai passar 'cortado' somos nós.
Já falei até na análise sobre isso, mas ouvi: "Você tem personalidade forte e o pai também, pelo que parece. O que é herdado não é roubado!" Toma distraída!
Só que temos de admitir que você se aperfeiçoou neste quesito. Bom, a minha psicanalista também disse: "Você terá de impor limites... e ele vai aprender." Confesso que mesmo depois disso, vira e mexe tenho medo de como será o futuro, você criança num supermercado, numa loja de brinquedos ou em qualquer outro lugar público, batendo o pé porque quer ou não quer alguma coisa.
Outro dia você puxou o meu cabelo cinco vezes consecutivas depois de ouvir "Não pode!". Mas teimou. Fiquei tão brava que pensei em te levar pra dentro do berço, de castigo. Fiz isso mas, é claro, bateu a dúvida: "Gente, será que adianta? Qual seria a melhor saída para começar a ensiná-lo?" Liguei para sua avó correndo, claro. Ela disse que tinha sido bom, mas que era para te pegar no colo. Eu perguntei se ela dizia isso como avó ou como psicóloga. "Como psicóloga", respondeu. E disse que, caso você puxasse de novo, daí eu te devolvia para o berço porque assim você seria condicionado e entenderia que, puxando o cabelo, iria para o berço, coisa que não te agradou. Nem precisou. Você saiu mansinho, tadinho, de tanto chorar. Deu até dó, mas já sei que vou ter de ser firme, para o seu e o nosso bem.
Nesse mesmo dia, a vovó repetiu o que já havia dito outras vezes: "Ter personalidade forte é bom, minha filha... você não vai conseguir mudar a personalidade dele, mas vai ensiná-lo o que pode ou não!" Numa outra vez ela disse que são os determinados que conseguem as coisas.
Então, tá, né, filho! Se tudo tem dois lados, vamos levando... e te ensinado.
Quem disse que seria fácil?

2 comentários:

Priscilla disse...

Filho, o papai está pensando em fundar o Estatuto Internacional pelos Direitos do Bebê... O primeiro mandamento: não colocar o bebê de castigo aos 10 meses de jeito nenhum...
Você é bravinho mesmo, mas é lindo!

Unknown disse...

Pri, da gosto e alegria ler seus relatos, ou melhor, seu atestado de amor incondicional ao seu filhote lindo!!! Arquive tudo isso, Rafael vai adorar ler um dia... Saudades amiga, voces estao lindos. Bjs, Le