18 de março de 2009

As famigeradas cólicas

Dizem que elas começam lá pelo décimo quinto dia de vida, mas a gente acha que as suas começaram um pouco antes... bem, o mal estar da barriga começou logo na chegada da maternidade. As dores mais intensas, associadas aos arrotos que demoram a sair e a uns punzinhos e cocôs no meio da noite, começaram lá pelo 14o dia, talvez. É de dar dó, de partir o coração. Você chora como no dia do nascimento. Os olhos se enchem de lágrimas. A boquinha chega a tremer!
Mamãe escrevia esse texto na terça-feira, dia 03 de março, às 20h26, para ser mais precisa... e você chorou. Fui te socorrer. A cólica foi intensa, dessas de te deixar agoniado, com a cabecinha de um lado para o outro. Mas durou pouco: 10 minutos. Um milagre! Se bem que na véspera, segunda-feira, já tinha durado apenas meia hora. Mamãe te segurou forte, com a bolsinha de água quente entre nós dois, já tendo pingado as três gotinhas do Mylicon...

... Mais de sete dias depois, voltei para tentar concluir este registro, já com um novo histórico. Numa semana em que você teve cólicas praticamente todos os dias. Foram danadas, te nocautearam! Nos dois primeiros dias, para aliviar o sofrimento depois de pouco mais de uma hora de perninhas se contorcendo, muito choro e cabecinha inquieta, te colocamos no banho de imersão. Só para relaxar mesmo. A água é quentinha, mas agora bem mais branda do que as das primeiras semanas, em que a mamãe seguia o padrão da maternidade (de pelar o couro, dizem! Mas você passou bem). Ontem, dia 11, você chorou bastante. Como tem sido nas últimas duas semanas, mamãe e a vó Nair se revezam na árdua tarefa de tentar amenizar o seu mal estar. Sua vó diz que a gente está como naquelas provas de revezamento. É verdade! Uma tentando aliviar a dor nas costas da outra. Vixe, quando dura duas horas é de arrebentar. E quando vai além? No meio do transtorno, há muitas situações engraçadas, cômicas até. Outro dia, quando a mamãe te passou para o colo da vó, você se acalmou... daí ela começou a dizer, em tom de canto religioso, com voz grave: " O anjo Rafael é o protetor da saúde... e vai cuidar da sua barriguinha! Essa é a hora que os anjos estão todos rezando!" (hahahahha! Tô rindo só de lembrar. A gente faz de tudo na hora da cólica!). Na do dia 09, ela disse: "Pri, você tá no limite! Lembra daquele programa?!" (mais risos!). E depois, em outro momento, completou: "Como diz o poeta, ser mãe é sofrer no paraíso!" A mamã está rindo aqui... Essa vó é engraçada demais, estou descobrindo isso a cada dia. Para falar dos seus gazes, ela tem expressões maravilhosas, do tipo:"Ó... fez PÓF!", logo depois de você dar um arroto daqueles; Quando você solta vários puns, ela faz: "Que punzera!"; Já quando sai muito cocô de uma vez, ela conclui: "Deu uma trovoada aqui!". Outro dia, numa hora em que você se acalmou exigindo muito esforço físico dela, mamãe sugeriu que ela deixasse de sentar na beirada da nossa cama para ficar numa cadeira com encosto. Ela fez: "Mas nem por um saco de diamante a vovó sai dessa posição agora!" Essa foi boa também! Precisei anotar isso Rafael, para não me esquecer na hora de escrever.

DOS MALES O MENOR

Mesmo com a dureza das noites em que você sofre desse mal comum entre quase todos os recém-nascidos, mamãe se acha privilegiada, afinal, vc passa o dia bem, dorme muito e só acorda de madrugada para mamar, o que normalmente acontece duas vezes por noite. Tá bom demais, né? Não é bom nem "espalhar". No dia 11 de março, depois de passar uma hora na ante-sala da ginecologista, eu e seu pai saímos mais agradecidos ainda. As histórias são de impressionar. Tinha uma mãe lá, que tem um bebê de quatro meses, que sofreu durante dois meses e meio ininterruptos quase. Ela dizia que o nenem chorava e ela chorava junto. Disse que achou que fosse enlouquecer, porque era dia e noite. Coitada! A outra disse que o bebê de um mês tem cólicas diariamente às 03h30 da manhã. Dura pouco, 30 minutos, mas depois ele mama de hora em hora. Às 4h, 5h, 6h... e por aí vai. A verdade é que cada bebê é um... Você já teve cólicas mais breves, mas mais intensas também. Nesta semana inaugurou uma nova modalidade. Elas parece que têm sido menos fortes, mas duram cerca de quatro horas até! É uma maratona, um desafio. Ontem, resolvi calçar um tênis, porque de chinelo não tá dando mais! rs.
A gente também conta com a ajuda da medicina, que ainda não conseguiu acabar com o sofrimento histórico desses três meses para famílias do mundo inteiro. Seu pediatra te prescreveu medicamentos que estamos fazendo uso. As bolinhas homeopáticas três vezes ao dia estavam nos fazendo acreditar que eram milagrosas, quando você passou quatro dias da mesma semana sem cólicas. Mas com a volta delas, o jeito é apostar no alopático também. O Mylicon ainda é nosso amigo. Mas o Luftal, que a mamãe resolveu te dar durante dois dias na semana passada é uma bomba. Devia chamar LUFTAL BOMBA BEBÊ. Entre sete e oito horas depois do uso, você fica mal. Não reclama nada, tadinho. Mas te dá uma espécie de diarréia e te fez regorgitar três vezes o leitinho precioso da madrugada. Pra mim foi suficiente. Não te dou mais! Então é isso... mamãe já abandonou o otimismo de achar que você não vai passar mal hoje, por exemplo. Sabe que vai, mas espera que você não sofra tanto. A ajuda da vovó termina na sexta-feira. Depois de 21 dias aqui, ela vai embora... (ai, ai, ai!) Para as cólicas da semana que vem, vamos contar com a ajuda da Roberta, que a mamãe contratou para ficar conosco das 18h às 22h, até você ficar com o sistema digestivo bem madurinho.

Nocauteado, no colo da avó

3 comentários:

Adriana disse...

Oi! parabéns pelo seu bebê, ele é lindo! moça, nem me fale em cólicas. Minha bb teve por 4 meses e ela chorava horas a fio, eu quase enlouqueci :)
A parte boa é que passa e logo logo vc nem vai mais lembrar disso!
bjs

Eliane de Sá disse...

Pri, essas cólicas são difíceis demais né?! Para eles e para a gente! MAs mãe é um bicho tão bobo, que depois que essa fase passa, você acredita que a gente lembra com saudades das musiquinhas que cantamos para eles nas horas difíceis? Alías, com o tempo a gente começa a ter saudade de tudo! vê se pode?!
Beijos,
Eliane e André

Priscilla disse...

A mãe, querida mamãe (sua avó), foi embora e deixou saudades. Mãe não tem idade, é sempre bom! É sempre ótimo, na verdade. E a Pri é a melhor mãe do mundo (que o Rafael poderia imaginar)...
Marco