15 de fevereiro de 2009

Pele de pêssego



Filho, foi a maior emoção da minha vida... sentir o seu rostinho recém nascido encostar no meu meu...(suspiros!). Só de pensar meus olhos enchem d'água. Você tinha a pele de pêssego! Veio empacotadinho, só com o rostinho de fora e a touquinha na cabeça: a coisa mais liiinnnnnda do muuunnnndo! Que plenitude! Nunca vou me esquecer daquela sensação indescritível.
Era pouco mais da meia noite e meia do dia 11 de fevereiro de 2009. Você nasceu aos exatos 00:35. Mamãe ouviu a equipe médica anunciar, mas como estava desde o início da anestesia quietinha, de olhos fechados, quando você apareceu foi uma surpresa maravilhosa. Só consegui dizer: "Ele é lindo!", enchendo o peito de alegria e orgulho. Apesar de prematuro - 36 semanas e 4 dias - nasceu perfeitinho, sem nenhuma incapacidade do pré-termo. Mamãe ouviu os parabéns da equipe e lembra principalmente do anestesista, que ela nem conhecia. Me lembro da Dra. Paula chamá-lo de Seráfi. Ele foi uma benção. Tranquilizou a mamãe desde o início. Se apresentou e começou os procedimentos. Tudo muito rápido. Mamãe começou a tremer de frio pouco depois da primeira anestesia e reclamou disso, porque não queria ficar batendo queixo. Mas ele disse que naquele momento não poderia me dar uma medicação para conter o tremor antes do bebê nascer e avisou que ia ser rápido. Eu, para evitar a apreensão provocada pela tremedeira, resolvi fechar os olhos e não falar nada. Foi a melhor coisa que fiz. Curioso, porque o seu tio Pedro, na conversa por telefone antes da gente ir para a maternidade aconselhou: "Irmã, feche os olhos na hora, porque vai ser bem melhor. A tia Eliane viu tudo e sentiu muita dor (ou algo do tipo)!". Sábia sugestão, vinda de quem tem apenas 12 anos (você vai se orgulhar desse tio, inteligente, cuidadoso e decidado que só ele mesmo!). Ao decidir ficar quietinha, de olhos fechados, tudo pareceu rápido e tranquilo. Mamãe não sentiu uma dorzinha sequer e só ouviu o que interessava: o anúncio do nascimento, os parabéns, a médica dizer que você nasceu super bem e o seu peso - 2910 kg. Mais do que o estimado no ultrassom que nos mandou para a o parto. Foi uma benção, porque eu estava super preocupada com as suas condições dentro da barriga sem o líquido amniótico. Ah, mamãe também não se esquece do seu choro intenso ao nascer.

Logo depois, uma médica se apresentou como pediatra e disse que você estava ótimo e que iria para observação. Ela disse: "Eu vou dar uma chance para ele mostrar se está bem mesmo, porque nasceu um pouquinho antes do tempo..." e disse que logo você poderia estar conosco. Dito e feito, apesar de ter vindo antes, você nem foi para a UTI neonatal. Chegou com peso de alguns bebês que nascem até de 40 semanas. Se você tivesse líquido suficiente para ficar mais umas semanas na barriga, ia nascer um bezerrinho, grandão. Durante o pré-natal a médica dizia que você era um "meninão". O que se confirmou, afinal, quase um mês antes da data máxima - 07 de março - você chegou pesadinho e grandinho.


Seu pai




Ele estava o tempo todo comigo. Só nos separamos quando me levaram de maca da triagem direto para o centro cirúrgico. Ficamos esperando mais de duas horas porque, como tudo em SP, tinha tráfego...tráfego maternal, principalmente no "pronto-socorro", por onde todas que chegam têm de passar. Ele cuidou da documentação, do registro, da entrega da guia do plano, entre outras coisas. Eu fiquei lá, sentadinha até ele voltar. Enquanto esperávamos, eu tentava ficar tranquila e seu pai ajudava dizendo que logo logo a gente conheceria a sua carinha e que os médicos disseram que estava tudo bem. A Dra. Paula chegou, conversou um tempo conosco, nos fez rir, pra variar, e disse que tudo daria certo. Ela dizia: "Pense, vai ser até melhor... já imaginou você ficar mais um tempo com essa barriga, desse jeito... e citava os incômodos pelos quais eu andei passando. O parto estava previsto para às 23h, mas com o engarrafamento já tínhamos percebido que não ia dar. A médica também tentou agilizar o atendimento, mas acho que esperamos ali até pouco mais das 23h15. Quando fui chamada começaram os procedimentos: inúmeras perguntas, medida de pressão e preenchimento de papelada. Seu pai devia estar desorientadinho apesar de, aparentemente, manter a calma. A enfermeira perguntou a idade dele e ele esqueceu! rs. Eu respondi: 48, recém completos em 06 de fevereiro. Poucos dias antes do seu aniversário filho. Você é aquariano como ele!
Quando subi com as duas Alines - auxiliares do centro cirúrgico, ele foi trocar de roupa para acompanhar o parto. Eu até fiquei preocupada, porque a equipe cirúrgica estava tão ágil com tudo que achei até que fossem começar a cesárea antes dele chegar. Mas logo logo ouvi alguém dizendo que o pai tinha chegado na sala. Que alívio! Ele me deu a mão, ficou ali sentadinho do meu lado e depois foi ver tudo, coisa que eu só soube depois. Olha como são as coisas, o auxiliar da Dra. Paula é irmão de um repórter lá da Gazeta. A coincidência fez com que ele chamasse o seu pai para assistir tudo de frente, em vez de ficar só do meu lado esperando pra ver você sair. Ele que ama Discovery Health e já assistiu trocentos partos na TV não perdeu a chance. E aguentou firme, porque não é brincadeira. Imagine, filho, ele ficar lá vendo tudo: os cortes, os pontos, as conversas dos médicos, até você aparecer. Tem homem que não aguenta, principalmente por causa da emoção, que é forte nessa hora. Eu não quis saber tantos detalhes, mas ele contou mesmo assim. Só não tirou as fotos dessa parte porque também não faria sentido. Mas tudo o que foi importante foi registrado com maestria. Mamãe chora só de ver. Ainda bem que ele tem esse gosto por registrar os momentos importantes. Isso é história e os registros são uma parte importante dela. Você vai se orgulhar de ter tudo isso no seu arquivo de vida, mamãe tem certeza!

Um comentário:

Matheus G.P disse...

Depois quero ver as fotos! :)