25 de outubro de 2008

A ervilha pulsante




Depois do exame de sangue, tivemos uma consulta com a ginecologista. Saímos com o pedido para o primeiro ultrassom. O dia do exame foi uma emoção, mas ainda com um alto grau de surpresa e queixo caído. No caminho, o suplício para chegar. Marcamos num laboratório lá de Moema, bacana até. Seu pai viu o endereço e disse que o achou no mapa. Hã...a gente saiu com a corda no pescoço, porque já estávamos atrasados e já perto, deu aquela confusão... vira para cá, pra lá, ou pra onde? Inacreditável, mas seu pai tinha visto o mapa e me mandado ler no sentido contrário. Ou seja, vínhamos de um lado, mas estávamos lendo o mapa como se estivéssemos do outro. Ai, que loucura! Fiquei nervosa, lógico... até porque eu queria muito te ver e a clínica disse que dependendo do atraso, iam avaliar a possibilidade de fazer o exame. Credo! Ainda bem que passou a agonia e a gente chegou. Vinte minutos atrasados, talvez...nada que o paciente já não espere na ante-sala de qualquer lugar, mas pra pressionar eles são ótimos. Tomamos um chazinho de cadeira e chegou a hora... fomos lá para salinha. Seu pai sacou o Iphone e começou a tirar fotos: várias de mim deitada na máquina (a mais bonitinha é essa aqui, ao lado). A médica entrou em seguida (era uma moça jovem, super simpática, Juliana) e já vieram as primeiras perguntas. Uma delas, a que realmente mais se ouve ao longo do pré-natal: "Qual foi o dia da sua última menstruação?". "Trinta e um de maio", respondi com precisão. Logo logo começamos a ver as imagens... Víamos uma bolinha branca, oca, no meio de uma bolsa em formato de pêra, negra. Seu pai ficava lá, perguntando um tanto de coisa, tipo: "Mas é essa bolinha? Pequenininha?" Depois de avaliar um tanto de coisa que a gente nem tem idéia, ela foi medir o seu batimento cardíaco. Nossa, 180 batimentos por minuto! Uma coisa intensa, rápida. E é assim que tem que ser, segundo os médicos. Quando a gente perguntou o tamanho, a surpresa: menos de um centímetro. "Meio centímetro!, disse a médica". Gente, como assim? Meio centímetro, batendo a 180 por hora? É uma ERVILHA PULSANTE!!! Como se repetiu em todos os ultrassons seguintes, ligamos para todo mundo. A vó Paula riu da expressão, mas eu não encontrei melhor forma para descrever o que você era naquela época. Saímos de lá direto para o shopping, para comemorar e comprar, claro. O seu pai na Chicco pirou. Queria comprar tudo. Fez questão de levar as roupinhas mais bonitas e mais chiques também. Só sei que a gente comprou um tanto de pagãozinho, uns macaquinhos lindos (o da calça de plush amarelinha com o desenho do cachorrinho é o meu favorito. Tem um azulzinho com um bichinho pendurado que o seu pai amou. Uma fortuna. Engraçado é que a gente estava comprando um monte de coisa e eu só tinha pouco mais de um mês de gravidez. Naquela época ainda andava ressabiada, porque a médica tinha dito que até o terceiro mês era de muita vulnerabilidade. Eu só pensava em você ficar coladinho dentro de mim e crescer, com saúde. Mas preferi não sair contando sobre a gravidez. Seu pai, ao contrário, já queria fazer o enxoval todo... se deixasse ele tinha comprado todas as roupinhas da loja. A verdade é que estávamos os dois muito felizes, desde o início, com a nossa ervilhinha.

Sua mãe

Nenhum comentário: