23 de janeiro de 2011

Natal 2010 na família Nascimento

Tia Gi já pressionou pelo Facebook, ironizando a falta das fotos do Natal na vovó Nair e vô Agripino. Eu disse que ia escrever o texto no fim de semana passado, mas não consegui. Tô atrasada mesmo, ai, ai, ai. Com a mudança de trabalho, fico muito menos com você e à noite, acabo não abrindo o computador em casa, já que chego do expediente às 22h15. Justificado o atraso, vamos ao registro, o que realmente interessa aqui.
Foram três dias e meio, que você curtiu bastante.
Fomos para o interior numa quarta-feira, dia 22 de dezembro, um dia depois de voltar de BH. Saímos tardíssimo, por volta das 15h. Eu achei péssimo o horário, mas não tive muita escolha. Na estrada deu tudo certo - você me deu umas enganadas de que queria fazer xixi ou cocô só para sair da cadeirinha, até eu perceber e aceitar que você ia chorar até cansar. A viagem de carro pra lá é longa pra você, que se entedia e sempre fica chato por pelo menos duas horas do trajeto. A uns 100 km de lá, dormiu. Já era tarde, não tinha dormido de dia... acabou cedendo ao cansaço. Chegamos lá por volta de onze da noite, se não me engano... eu até tentei te tirar da cadeirinha dormindo, mas você percebeu que tinha chegado e ficou ligadaço. Viu a vó Nair, ficou feliz e gritou "Vó!". Foi pro colo dela e já estava acordado para o mundo. Até quase duas da manhã, ficou pegando fogo. Até carne comeu! E, desde o primeiro dia, grudou no tio Du. Tia Rô e tia Gi chegaram com as filhas no dia seguinte. E no outro, tio Lelo com os meninos e a tia Si.

ANIMAÇÃO DIÁRIA
Você estava super bem, brincando, curtindo tudo. Queria entrar na piscina cedo e conseguia até ficar brincando com a mangueira de água gelada. Não sei como o seu avó não reclamou formalmente daquela gastança de água lá, viu?! Mas, se ninguém se queixou, não era eu quem ia fazer, né?! Não na casa da família Nascimento. Você não parou um segundo. Vovô não aguentou esperar a data e te deu, antes da noite de natal, um caminhão lindo, de madeira, feito por ele, cheio de pecinhas - quadrado, retângulo, régua. Embaixo da carroceria escreveu o seu nome: "Rafael 25-12". Achei lindo e você amou. Ficou puxando de um lado por outro. Muito original! Tio Du comprou uma cegonheira com trocentos carrinhos em três andares, que também foram levados para a piscina. Nos quatro dias que ficamos lá, você acordava cedo - antes das 8h - e queria que todo mundo levantasse, principalmente o tio Du, que dormia na sala. Você não deu sossego para ele! "Tio Du, vem bincar", chamava. "Tio Du, quer carninha", pedindo o churrasco. Paciente e disponível como só ele mesmo, ficou à sua disposição. Você não queria nem deixá-lo vender os frangos por telefone: "Tio Du, não fala no telefone não!"
Na piscina, vocês se esbaldaram. De tão relaxado, até levou um caldo um dia. Eu não me animei a entrar, mas também tinha muita gente para cuidar de você nessa hora, que eu aproveitava para descansar, porque, apesar da casa cheia, você não pa-ra-va. E eu, como mãe, não podia sossegar. Mexia em tudo, tirava tomada, pegava telefone, entrava em banheiro, corria pro jardim da frente, fugia para a rua, queria voltar pra piscina quando acabava de se secar, anunciava xixi, desligava a televisão, puxava a peça do som, ligava e desligava os ventiladores e o vídeoame, tirava porta-retrato da prateleira, abria o lixo, queria mexer no bidê, fuçava em bolsa, pegava escova de dente alheia, vixe, vixe! Tudo, o tempo todo, a toda hora. É um ritmo insano!
Voltando a falar em piscina, teve um dia de manhã, em que você estava brincando lá fora, com o tio Lelo e, de repente, caiu de cabeça na piscina. Acho que foi pegar alguma coisa dentro e desequilibrou. Eu, que estava dentro da casa, não vi. O tio te pegou às pressas, mas você ficou com a cabeça toda e parte da roupa ensopadas. A Tia Si, pra aliviar, começou a brincar dizendo: "Rafael, você fez puft?" Pronto, te ganhou. Por causa desse puft, que você repetiu sem parar, você grudou nela. Tudo era: "Tia Si... tia Si!" ou "Puft, puft!". A tia Gi, às vezes ouvia e dizia: "Você tá chamando a tia Gi?" E você: "Não, tiaaa Siiii!", só para provocar. Para completar, quando ela vinha te dar um beijo dizendo: "Rafael, você me ama?", você negava! Ela morria de rir. E tinha a tia Rô também, que virou "Rô do céu", pra lá e pra cá, depois que você me pegou a chamando assim. Como pode repetir tudo, gente?! Tia Rô é doce, se dispunha a ajudar dizendo inclusive que se eu quisesse descansar, ela ficaria com você. Mas você estava colado em mim. Ficava brincando, curtindo, mas tinha que me ver. E eu ainda tive o cansaço de ficar cercando o xixi e cocô já que havia apenas uns 12 dias em que você estava fora da fralda. Pra não perder o que havia sido conquistado, fiz plantão. E você me testou, filho. Virava e mexia anunciava que ia fazer, eu saía correndo e, quando chegava no troninho, nada. Ai, ai, ai... Tive que contar carneirinhos, confesso.
Bom, a parte boa é que a casa estava cheia, como sempre, e você foi super estimulado. A Fê, sua paixão, estava lá. Dos primos, a Kalu - preta igual você. Mais parece irmão do que primo dela; a Júlia, que ajudou no banho e te vigiava; Flávia, com quem fomos na venda de frutas e em quem você se agarrou para encher de beijo e acordar num dos dias; Marcela, de quem você não esqueceu desde a ida anterior e em quem deitava de manhã, no sofá; Duduzinho, "é o filho do tio Du"; além de Luca e Breno, em quem você também grudou. Ficava lá imitando os gestos deles para brincar de videogame e desligando a televisão para atrapalhar. Vou te contar, viu, menino! É da pá virada mesmo! Vô "Gipino", como você o chama, estava impressionado com você. Seu pai dizia que ele falava: "Como pode um menino assim? Em 71 anos, eu nunca vi um menino tão inteligente!" Ele ficou impressionado com a sua falação e com a forma como você reagia às conversas. Você sempre soube que quem deu o caminhão foi ele e, toda vez que ele perguntava quem fez, você respondia: "O tio Du!", só para provocar, de novo. Ele achava engraçado.
A vovó também fica impressionada, te comparando, imitando coisas que você diz, surpresa.
Na ceia, já estava dormindo. Uma pena, mas também foi uma forma da mamãe poder curtir um pouquinho e jantar tranquila. Ficamos lá até o dia 26, de manhã, quando voltamos só os três para SP, porque a Fê já tinha vindo antes.
Ao contrário de BH, estar com a família paterna é sempre uma imersão com todo mundo. Vovó Nair recebe todos os filhos em casa e a gente fica todos os dias dormindo e acordando juntos. Isso faz com que você se aproxime. Sua relação com os tios e primos paternos é muito mais sólida do que com os de BH, por exemplo. Tirando tia Gá e Tia Beth, as outras tias você pouco vê. Mamãe acha esse contato importantíssimo, valiosíssimo, e sente que a gente esteja longe. Mas, se toda vez for assim, será bacana. Com o passar do tempo, você estreita os laços e reforça a memória de cada um. No próximo encontro vai ser ainda mais bacana.

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