9 de fevereiro de 2011

CONQUISTAS - Adeus às fraldas, olá escolinha!

Tô decepcionada comigo mesma de não ter conseguido escrever mais nesses últimos dois meses, filho. Você está tão esperto! Traçando diálogos incríveis com quem quer que seja. Qualquer conhecido, né?! Porque quando chega em meio a desconhecidos, trava. Como se fosse tímido, até. Bom, hoje é a véspera de um momento muito importante na nossa vida. Na sua, principalmente. A véspera da ida para a escolinha! Você está animadíssimo, sabe falar o nome da escola "Alto d'Pinheiros" - Alto de Pinheiros, conta que lá tem jaboticaba - coisa que eu te contei antes de você entrar para conhecer; e tartaruga, desenhada na fachada e no uniforme. Ah, outro dia também estava contando que tinha um Paulo lá, igual ao da rua, guardinha. Em janeiro, comecei o processo para te fascinar. Passava na porta quase todos os dias de carro, contava histórias, falava da professora e, na hora de te reeprender, ainda aproveito para dizer que "na sua escola, a professora vai te colocar pra pensar", se você continuar a fazer tal coisa. No caso, essa tal coisa é falar "puta merda". Você pegou gosto pela expressão! Fica soltando a frase, vira e mexe. De graça ou oportunamente. Eu, desesperada, prego para que você desista. Seu pai não aguenta e costuma rir. O pior é que você aprendeu a entonação e a aplicação comigo. Acho que foi num dia que bati o pé em algum lugar e soltei um "puta merda!" Não teve jeito. Colou. Bom, espero que na escola se convença a usar o "putis grila", que vem sendo negociado. Senão vou passar vergonha! Ai, ai... e o medo de alguém te perguntar "Quem te ensinou isso?".
Então, amanhã é o grande dia. Você escolheu a mochila do homem-aranha. Eu até pensei em comprar algo do meu interesse, mais chiquezinho, confesso. Mas, consultando seu pai, ouvi: "Compre o que ele quiser, pra ele ter prazer. Mesmo que arrebente logo!". Concordei e, depois da reunião na escola, sexta-feira passada, cheguei a conclusão de que tinha que ser algo do seu interesse mesmo. Entre outras coisas, a dona e diretora pedagógica - que tem cerca de 70 anos, disse: "Coloquem o nome em tudo porque eles não se lembram do que é deles... mochila então, eles pegam a que mais gostam!" hahahaah. Você então não vai confundir a sua nunca, porque ganhou justamente a que escolheu. Eu apurei que na loja do shopping não teria e fui buscar na internet. Te chamei para comprar e ouvi: "Não, quero ir na loja!" Ah, menino. Só que, quando você viu a imagem, amou. Dizia: "Mãe, quero essa. A mala e a bolsinha!", porque tinha a mochila com roda e um estojo do mesmo tema. Resolvido, comprei. Chegou super rápido, em um dia útil. Mas você só a viu hoje de manhã. Como a Gi, babá, mesmo previu, não largou da mochila o dia inteiro. Ela disse que até na hora de jantar você conversou com a bolsa: "Espera aí, viu?! Eu vou comer muito, pra ficar forte...." Que alegria ver que você amou. Melhor foi a sua cara na hora que tirou da caixa. Arregalou um olho, fez uma cara de prazer impagável! Depois saiu correndo de um lado para o outro, a empurrando. Essa ninguém leva embora. Ainda que o nome não tivesse sido escrito, você já se apaixonou e não vai desgrudar, tenho certeza. Na hora de ir embora, vai se lembrar dela.
Amanhã, papai vai fazer fotos com a camiseta do uniforme e mochilinha, todo paramentado para ir à escolhinha. Que delícia, gente! Como o tempo passa rápido. Outro dia sua vó Paula chegou para te conhecer pela primeira vez... E eu e a vó Nair aqui, andando de um lado para o outro, para administrar a sua cólica...
Papai e mamãe acham que você estará no grupo dos que se envolvem rapidamente com a escolhinha. Achamos que vai encarar numa boa, sem traumas. Se bem que, ultimamente, você anda bastante colado em mim, confesso. Para sair para o trabalho, costumo te deixar contrariado. Às vezes até chora. Mas quando ouve que tenho que ir trabalhar para comprar as frutas, o picolé, para gente poder fazer a natação, etc, costuma aceitar.
Tem mais, da turminha da qual você fará parte, será um dos únicos que já chegarão sem fralda! Que bacana, filho. Percebi na reunião que muitas mães esperaram a ajuda da escola. Eu não tive dúvida que era a hora, há dois meses. Antes do Natal, logo que você fez 1 ano e 10 meses. Vamos à esse registro super bacana.


ADEUS ÀS FRALDAS DIURNAS
Era um sábado, 11 de novembro. Você tinha completado meses no dia anterior. Eu estava de folga, fim de semana de sol, íamos para o clube. Pensei: "Vai ser hoje mesmo! Não dá para esperar mais!" Uns 15 dias antes, já tinha te levado para comprar o troninho, que ficou no banheiro enquanto a mamãe falava que era nele que você faria cocô e xixi. Depois, as cuecas. Comprei algumas do Ben 10 para você se animar, já que adora o personagem. No tal sábado, decidi. No clube foi mais fácil. Teve uns xixis na sunga, na beirada da piscina e outros em casa, nas cuecas ou no chão. Até precisei comprar mais algumas, porque as três primeiras molharam num mesmo turno. Alguns você avisou.
Passamos o sábado e o domingo neste esquema. No segundo dia já estava bem melhor. Na segunda, foi tarefa da Gi, porque eu tinha que trabalhar cedo. Com ela deu super certo. Até o cocô você avisava, que bonitinho. Eu só fiquei com a função durante às tardes, quando chegava do expediente. Sempre com a tática: "Segura, segura!!!!" e corrida em disparada ao banheiro. Ainda hoje é assim. Mas tenho percebido que o seu controle já está bem melhor.
No sábado seguinte, uma semana depois da saída da fralda, fomos para BH, para o Natal antecipado. Vovô Xande e vovó Paula até compraram um troninho que eu levei para todo canto, inclusive para casa do vô Marcos. Imagine, início do processo, tudo indo bem... a gente não podia correr o risco de regredir. De lá, fomos para a vó Nair, levando o piniquinho também. Foi engraçado até, na estrada. Você pediu para fazer xixi só para sair da cadeirinha, porque não queria viajar sentado lá. Ô menino! Na vovó você também me testou viu!?! Anunciava que queria fazer xixi ou cocô, me via correndo, e quando chegava lá, nada. Tinha horas que eu tinha vontade de te tacar uma fralda e deixar, de tão cansativo que foi. Mas, disciplinada como sou, não consegui. A decisão estava tomada e eu, como mãe, aceitei a dificuldade. Passada a viagem, as coisas melhoraram. Você ainda faz umas maladragens - hoje mesmo ouvi a Gi dizer que você estava fazendo hora com a cara dela - mas, de uma forma geral, tá mandando super bem. Tá usando só as fraldas noturnas - da "Môquina!" porque esta etapa, segundo li, só deve ser iniciada depois de seis meses. Sem pressa! Estamos indo muito bem. Eu morro de orgulho.
Os banheiros estão adaptados, com degraus que eu comprei para você subir e fazer xixi de pé. O troninho, depois de dois meses, já foi deixado de lado. Agora é redutor e degrauzinho. Hoje, por incrível que pareça, você viu o troninho no aparador da banheira grande e disse: "Piniquinho, que saudade!" Do nada! Eu ri! Ai, que delícia, filho! Você é demais, como diz o seu pai.

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