16 de novembro de 2009

Batizado


Mamãe resolveu aproveitar que você deu uma dormidinha agora, depois de jantar, para escrever sobre o seu batizado. E, para a minha alegria, as moças do coral de três casas ao lado estão a pleno vapor, uma delícia. Coincidência, porque toda vez que as ouço, às quintas-feiras, lembro da sua avó Paula. Quando você nasceu e ela veio ficar quase duas semanas, ela achou lindo o coral. Desde então, lembro como se fosse ontem de ouví-las cantar com a vovó aqui.
Bem, o batizado foi super bacana. Escolhi seus avós maternos como padrinhos porque eles são as pessoas mais importantes da família para a mamãe. Sendo você meu primeiro filho, fiz essa opção, mas sabendo que padrinhos ou não, nada muda. Eles são seus avós e farão tudo o possível por você, sempre. Mas eu fazia questão de batizá-lo, então, quis assim. O batismo em si nem discuti, apesar da família Moreira ser batista. Sua bisa Natalícia certamente acompanhou tudo e deve ter ficado feliz com a minha decisão. Você já tinha recebido a benção da Dona Esmeralda, é verdade... Ainda assim, não abri mão. Bem, explicado os motivos da decisão, vamos ao que aconteceu.
Fomos para BH na sexta, 06 de novembro, no seu segundo voo da vida. Deu tudo certo, você não chorou, não teve problemas no ouvido. Botei um dedinho na sua boca pra vc chupar e ajudar a engolir, pra compensar a altitude, e no pouso, estava tentando te dar a papinha. Vovó nos buscou com o tio Pedro e vô Alexandre no terminal de BH. Quando chegamos lá, a Patrícia ficou impressionada. Disse que você estava grande mesmo e fofo.
Mais tarde, já quase na hora de você dormir, vovô Marcos, padrinho, foi em casa com a tia-avó Bete (ela não vai gostar muito de ler isso, mas é avó de tabela!) e Aline. Não deu pra te segurar muito tempo, porque já eram quase 10 da noite... normalmente você já estaria dormindo. Pra te enrolar, o vovô ficou dançando com você, coisa que você aprendeu mesmo, de vez. Agora, é só fazer como ele, suspender a mão, em ponto para valsa, e dizer: "Vamos dançar?!" Você já levanta a sua, segura direitinho e curte... Todo mundo ficou impressionado, porque você demostrava um prazer com aquilo... quando ele cochichava nos seus ouvidos, você parecia que ia embalar um cochilo.
Depois de mamar teve um episódio estranho, que eu não entendi muito bem. Estava conversando com a vovó e te ouvi tossir. Quando cheguei no quarto, você começou a vomitar dormindo. Muito, muito... quatro vezes. Na última, até engoliu um pouco. Sorte que a mamãe viu e te acodiu. A noite em si foi bem ruim. Acordou de madrugada, bebeu água no guti-guti e a vovó passou uns 40 minutos andando pela casa com você. Sorte que foi lá, porque ela ajudou e eu consegui descansar um pouco.
No sábado, passamos aperto. Vovó foi ao curso de batismo na igreja e ligou desesperada dizendo que se eu e seu pai não fossemos, você não seria batizado no dia seguinte. Como assim?! A gente viajou, sua vó convidou a família, contratou buffet... tudo pronto. Só faltava essa... corremos feito loucos. Te vesti, me aprontei com o seu pai em segundos e fomos de táxi. Já tinha começado, mas deu tudo certo. Estávamos lá, mas a responsabilidade foi da mulher que marcou a data e disse apenas que os padrinhos precisariam participar do curso, sem falar dos pais.
Foi até bacana... tinha o testemunho do Pachecão, aquele professor de cursinho famoso, que agora ganha a vida falando de si, pelo Brasil a fora. Alguns exemplos e lições sobre fé me interessaram bastante. A gente tem mesmo que ter fé na vida, filho. Quero que você aprenda isso.
Bem, de lá voltamos pra casa, porque o batizado mesmo foi só no domingo.
Chegamos na igreja em cima da hora marcada, 10h da manhã. Mas ainda tinha gente saindo da missa das 9h e deu tudo certo. Minha maior emoção foi ver a Tia Myrtes, irmã da vó Talícia. Tive que segurar o choro, porque vê-la ali foi como enxergar a vovó, minha madrinha querida, que tanto amei, admirei e de quem tanto tenho saudades... pensei bastante nela durante a cerimônia.
Você começou bem, mas uns 10 minutos depois, começou a se incomodar, chorar, gritar: "nenenenenê...nenenenenê" e jogar o corpo pra trás, numa birra só. Eu estava desesperada, com vergonha, sem saber o que fazer. Só ficava pensando nos que os outros iam pensar. Até a Bia, que tava num banco no meio ouviu e viu! Foi grave! Na hora de batizar, você não queria ir para o colo da sua avó... Só queria ficar no meu. Urrava! Chorou o tempo todo, inclusive na hora de molhar a cabeça na pia batismal. Saiu com cara de moicano! Hahahahahah.

Depois, te ninei mais um pouco, pra ver se ajudava e você pegou no sono. Ufa! Ainda bem... Assim, quem sabe, as pessoas podem ter percebido que era sono, só.

De lá, fomos pra casa da vovó. A família materna foi, minhas amigas foram, vô Lu foi com a Isabel, Ju e a mãe, Marcinha e filhos, Willer e Tia Bete, Aline e Letícia. Tia Gá só apareceu no fim, porque foi avisada tarde e tinha outro compromisso. Pelo menos ela te viu, fiquei bem feliz. Você estava simpático, foi com todo mundo, não deu trabalho. Até dormiu no colo do vô Marcos. Mas tivemos que sair correndo, porque tínhamos voo marcado. Como toda vez, senti vontade de morar lá, mas voltar à nossa casinha também é uma delícia.



Fiquei feliz com tudo e agora você já tem uma benção a mais na vida.

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