Ele é seu único bisavô, é o pai do vô Marcos, que ainda está na Bélgica e só vai poder te conhecer no fim de maio (mamãe não vê a hora dele te pegar nos braços). O vô Lu foi o primeiro a chegar no churrasco. Não estávamos prontos ainda, mas a mamãe logo te colocou no colo dele que, por enquanto, só tem você como bisneto. Não demorou muito e você fez um baita cocô. Ele logo falou: "Opa!!!" E em seguida disparou: "Não vaza não, né?!". Foi engraçado demais... Sorte a dele que não vazou. Rs. Tiramos várias fotos para registrar o encontro que a mamãe avalia como um privilégio, afinal, nem todo mundo tem a chance de conhecer um bisavô. O único pesar, que é sempre o mesmo, é o de não morarmos mais perto para você ter um contato maior.
Para a mamãe, o vô Lu teve um papel fundamental. A sua vó Paula nunca deixa de relembrar o tanto que ele fez por mim (por nós) na infância. A mamãe se lembra até hoje das idas para o sítio em Mateus Leme... dos boizinhos (um deles era branco e se chamava Príncipe), do paiol, do tanque de peixes e, principalmente, das jaboticabeiras e das galinhas. Até hoje o Vô se lembra da minha relação com elas e voltou a falar disso quando fomos te levar na casa dele. Ele conta que, como a vó Letícia me ensinou a chamar as galinhas falando 'Priiiiii....priiiiii, pri.....', eu dizia que todas eram minhas. Ele acha graça ao relembrar. Parece impossível, mas a mamãe não se esquece de chamá-las jogando milho do alpendre da cozinha do sítio (quanto ao que eu dizia ao tentar fazer com que elas se aproximassem, só sei por causa dos relatos dele). E as jabuticabeiras? Nossa, essas são inesquecíveis! Nunca mais vi esse tipo de árvore frutífera com aquele porte. Eram enormes! A vó Paula fazia os seus bisavós paternos passarem aperto porque subia grávida de mim nos pés (eram seis) para chupar as jaboticabas. Quando a mamãe tinha uns 6 anos, por aí, em época de safra, a gente enchia os balaios no fim de semana, botava no porta-malas e levava para o Pitágoras da Pampulha, para que todos os coleguinhas pudessem comer um pouco. Eu me lembro bem da cena: balaios cheios, com cada bitela de dar gosto, colocados lá na frente, em baixo do quadro, e os coleguinhas com copinhos para encher. Depois, cada um comia sentadinho na sua mesa. Nem parece que foi há tantos anos - há mais de 20 - porque a imagem é muito clara na minha memória. Pena que não há fotos de tudo isso! O certo é que, se esse sítio ainda existisse, você ia adorar Rafael. Ah, tem mais: a mamãe não se esquece de viajar para lá na Caravam cor de caramelo do Vô. Eu ia atrás, entre os dois bancos, conversando com ele e com a vó Letícia. Adorava... Quando dava vontade de fazer xixi na estrada, a vovó pedia para o Vô encostar no acostamento mesmo. Foi assim que a mamãe aprendeu a não passar aperto quando não tem posto de gasolina por perto. Ela, que sempre usava saia, me ensinou a arredá-la, sem precisar abaixá-la. Até hoje faço isso em casos de extrema necessidade! hahhahaha.
Ao falar de tudo isso, mamãe só fica pensando em quais serão as histórias que você vai guardar dos seus avós. Tomara que sejam muitas porque as boas lembranças da infância a gente carrega por toda a vida. Mamãe acredita que elas fazem parte da construção da nossa essência, dos nossos valores e até das paixões.

Se Deus quiser o vô Lu, que faz 80 anos em agosto, vai viver muito ainda para te contar muitas histórias e para você ter tempo de criar uma memória dele também. Mamãe ama esse Vô e você também vai aprender a amá-lo.
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