2 de junho de 2013

Inteligente e... levado!






Fomos convocados, como todos os pais, para reunião de fim de semestre na escola. Oportunidade de saber sobre o desenvolvimento de cada criança. Bem, fomos no dia 29, véspera do feriado de Corpus Christi. Tinham avisado que as coordenadoras participariam mas, chegando lá, só tinha a professora na sala mesmo. Tudo bem. 
O começo foi um prazer! Christine encheu a boca para dizer que você gosta e tem um desempenho notável em matemática. Fica fascinado, responde aos estímulos e tem conhecimento acima da média. Palavras dela. Deu exemplo: "São 13 crianças na classe. Duas faltaram... Quantas vieram?" Segundo ela, a maioria tem de visualizar a foto das que estão lá pra fazer as contas... Você não. É capaz de fazer a subtração de cabeça e responder: Onze! "Rapidamente", completou. Baseado nisso, ela tem dado atividades extras para você e disse que vai trazer coisas inclusive que não são do currículo da escola. E reforçou que isso vai ser essencial para o seu futuro escolar, porque você está construindo bem essas bases. Nem precisa dizer que ficamos orgulhosos, né, filho?! Orgulhosos e felizes de saber que você tem esse dom e que o quanto gostar de aprender e ter facilidade pra isso será bom pra sua vida! Deus te abençõe. Não acabou por aí. 
A professora falou que você ama histórias. Coisa que a gente já sabe... E que na parte da alfabetização já reconhece letras e costuma dizer: "Essa letra tem no nome da minha mãe... Ou, no do meu pai!". É a coisa mais linda do mundo. Antes mesmo de fazer quatro anos - agora tem 4 e 3 meses - já reconhecia muitas letras. De repente, passou a conhecer todas. As placas de carro que você a-ma ler, ajudaram. O papai é o responsável por esse "esporte". Foi ele quem começou a te estimular a ver placas. Começou com os números e, de repente, você já estava nas letras. Sabe todas, até Q, K, W. E já que o papai deu o ponta pé, a mamãe gosta de te estimular a pensar nas palavras. "Q de queijo, filho! Q de quero, de que, de por quê?". Tem vezes que a gente fica um tempão falando palavras. 
Obs: Enquanto escrevo, agora 13h34 de um domingo, escuto você lá embaixo perguntar pra Marilene, a nossa folguista: "Amanhã é dia de escola?" Depois de responder que sim, ela perguntou se você gostava da escola. E você disse: "Eu a-mo! Eu amo matemática!"Hahhahahah!!! Só porque eu acabei de te contar que estava aqui escrevendo sobre a reunião na escola para o "seu Mundo", como você costuma chamar o blog.
Bom, daí a Christine explicou como ensina as letras. Disse que é pelo som em inglês e não pelo nome de cada uma. Ex: J não é Jey. É "je"... pelo som em Jam, Jar, Jello... Foi ótimo saber porque daí não corro o risco de atrapalhar o processo achando que você se confundiu. Delícia, isso. 

LEVADO. OU, LE-VA-DÍSSIMO!






Da parte boa, passamos para os B.Os. (boletins de ocorrência! rs.). Ela disse que você tem um comportamento que oscila muito e que não dá para dizer que houve progresso (de março para cá, quando fomos na primeira reunião). Você está sempre querendo chamar a atenção. Também, palavras dela. Pra gente é duro, porque já estamos há algum tempo trabalhando para te mostrar que tem de seguir as regras, tem de se comportar. Mas agora estou atacando a teimosia, estimulada pela informação constante, em todos as atividades, de que você desobedece. Como bem te disse seu pai: "Se todo mundo reclama, alguma coisa tá errada, né?!"
A professora disse que acreditava que trazer você pro lado dela, pro colo, e te dar mais atenção, fosse ajudar. "Como deu certo com outras crianças em outros anos", disse. Mas, pra surpresa dela, não funcionou. Pelo discurso, eu percebi que ela também tem tido trabalho para buscar caminhos. A experiência que ela mesmo fez questão de mencionar ainda não foi suficiente para conseguir administrar a sua energia e controlar a personalidade. Sendo assim, nos contou que decidiu fazer "algo diferente". Antes de nos dizer, disse que conversou antes com a coordenadora sobre o que estava pensando. Na verdade, avisou que tinha pedido o aval. E disse: "Agora eu tenho o colocado pra fora de sala. Quando ele insiste em não se comportar, eu digo: Rafael, leave the classroom!" Ela disse que já fez isso umas três vezes. Ela relatou que percebeu que antes, em qualquer situação, estava era te colocando em evidência! Agora, quando você sai, pergunta para onde deve ir. E ela responde: "Doesn't matter!". Eu disse que achei interessante. Falei ainda que em casa também tenho tomado atitudes para me distanciar e para não dar tanta importância para o que você faça. Quando mais me incomodo, pior fica. 
Ah, também tive a noção de que a nova forma parece até tratamento com adolescente. Na conversa com a vó Paula, ela achou a medida válida, mas ficou intrigada. Disse que queria saber o que passa na sua cabeça nessa hora fora da classe. Afinal, ficou contido. A vovó também reforçou que temos de dar um voto de confiança para professora que também está trabalhando para te impor limites. "Vocês pagam por uma escola cara, ela tem experiência e está buscando formas... Vamos torcer pra dar certo!", exclamou.
Na minha interpretação, você ficou quieto e aceitou o castigo sem transgredir porque ficou "apagado". E, pro menino que é, nada pode ser pior que isso. Gostar de aparecer é justamente o contrário de ser anulado com uma coisa tão simples, né?! 
Mamãe tá escrevendo e pensando: "Quando você puder e quiser ler isso, já teremos superado essa fase de ensinar limites. Já terá aprendido que além de ser obrigação, tem de saber respeitá-los pelo bem da própria vida. Pela segurança, pela saúde, pelo futuro!". Então, meu filho, o registro é também uma forma de demonstrar orgulho, preocupação e amor por você. Que Deus nos ajude nesse caminho. 

obs.2: O termo "levado" ficou por conta do vô Marcos. Contei sobre o bom desempenho e quando disse "Mas...". Ele logo completou: "...é levado!" Pensando assim fica até mais fácil de lidar. É um pouco da suavidade que a mamãe precisa pra não levar tudo tão a sério e te ajudar a ser mais levinho também. Eu te amo!

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