22 de outubro de 2009

71 cm, 9.250 kg... de pura potência!

Depois de dois meses sem ir ao pediatra, voltamos. Seu pai não foi, estava gripadíssimo havia uma semana e, quando começou a melhorar, teve uma recaída. Nós dois com a Dorinha no Dr. Fran e ele, no Pronto Socorro, com aquela tosse! Foi até bom ter tido a consulta, afinal, a mamãe já pegou o nome de umas coisinhas para te dar e ajudar a aumentar a resistência. Por via das dúvidas, preferi investir num reforço. Ou seja, além do leite materno, ele sugeriu vitaminha C em gotas e em bolinhas homeopáticas, daquelas que você adora. Mamãe não tinha muitas queixas não, você passou super bem nesse período sem consulta. Além do cocô, que já havia sido resolvido, tinha de falar sobre o fato de você estar acordando mais à noite e sobre o seu desenvolvimento. Dois dias antes, você completou oito meses, mas ainda não dá sinais de que vá engatinhar em breve. Sobre isso, o Fran disse que não tem nada de preguiça na história, já que o comum é os bebês começarem a engatinhar entre o 9o. e o 11o mês. Ê beleza, fiquei feliz.
Quanto ao sono, ixi, mamãe ouviu o que já imaginava: tínhamos que deixar você chorar, pra perder a manha. Nas palavras do Fran, teríamos que impor limites e, quanto mais cedo, melhor seria. Ele disse que quando os bebês estão maiores é mais difícil ensinar a dormir e contou que já viu até criança pular do berço, de tanto que fica bravo e chora durante o aprendizado. Foi engraçado ouvir isso, mas eu logo me imaginei enfrentando uma situação dessa como você, porque haja disposição para o choro quando está contrariado ou quer muito alguma coisa! Mamãe não conhece e nem ouviu falar de um bebê igual, mas sei que deve ter por aí, afinal, os livros dão exemplos. Quando li o "Nana Nenê", os autores diziam que há crianças que tem "muita disposição para o choro".
Sem o seu pai na consulta, meu único medo era de não conseguir fazê-lo concordar com essa metodologia que, para muitos, pode parecer radical demais. Como a gente tem de escolher em quem confiar e quais orientações seguir, eu estava muito segura de que seria o melhor. E o Dr. Fran avisou: "Serão três noites de choro até ele aprender a dormir sozinho de novo!" e completou: "isso é muito importante, dormir é uma necessidade fisiológica... a gente quando não dorme bem passa um dia péssimo, cansado... os bebês também precisam aprender, é para o bem deles!". Nem precisava dizer tudo isso, eu já estava convencida. Nessas horas, a disciplina da sua mãe ajuda. Imagine se ela não ia executar esse conselho tão importante a longo prazo?! (Não demorou muito para a ocasião aparecer... e logo logo a mamãe vai contar como foi.)
Mas antes disso, a consulta prosseguia... chegou a hora de tirar as suas medidas. Bravo, chorou até quando tiramos a sua roupinha. E olha que nem ficou pelado, hein?! Tava chatinho mesmo, de sono. Mamãe ficou toda orgulhosa: 71 cm, 9.250 kg. Você ganhou 3 centímetros em dois meses e engordou 700 gramas. Está um centímetro acima da média e uns 500 gramas também, apesar da greve de fome que parecia fazer quando a mamãe te dava a papinha (Finalmente, há cinco dias, minha vida mudou! Agora você mais abre do que fecha a boca. Tudo graças à minha persistência. Ainda bem que a mamãe estava pronta para a maternidade, porque tem coisas que parecem mesmo uma provação de paciência, determinação e empenho.) Quanto à amamentação, decidi parar de tirar leite no trabalho para você tomar pela manhã. Até o 8o. só com leite materno já foi bem bacana. Agora, vamos manter as três mamadas por dia, por enquanto, e na outra, pela manhã, você toma o leite de latinha. Pra tentar diminuir os riscos de você acordar à noite, ele também sugeriu que introduzíssemos uma mamadeira por volta das 11h30. Mas, como você sai do peito por volta das 10h e não demonstra ter fome antes das cinco da manhã, muitas vezes vai até às 6h20, a mamãe ainda não tentou introduzí-la. Até porque esse processo também não parece que vai ser fácil. Então, ainda prefiro acordar mais cedo, quando necessário.
Depois de tudo, saí de lá satisfeita... só faltou o seu pai estar bom, porque aí teríamos curtido a consulta juntos.

O CHORO COMPULSIVO

Foi logo no dia seguinte, uma quarta-feira. Seu pai já tinha demonstrado que não ia aceitar facilmente aplicar os conceitos defendidos pelo Fran com você. Eu já estava sofrendo, porque por mais que seja ele a pessoa que acorda de madrugada, isso interfere na minha vida também. Para me poupar, vira e mexe, ele dorme no escritório, para eu não te ouvir chorar e não atrapalhar a minha noite. Só que a mamãe não quer isso a longo prazo, né, filho?! É a mesma coisa que levar bebê pra cama. Fica o pai num canto, a mãe no outro. Fizemos tudo tão certinho desde o início, porque iríamos desistir de continuar agora?! Minha sorte foi o seu pai ter precisado levar seu tio Lelo no hotel. Ele estava em SP por dois dias e veio aqui em casa jantar. Por volta das 10h30, quando seu pai estava saindo para levá-lo, você chorou. Foi pouco depois de eu ter te colocado no berço. Seu pai foi lá, te ninou e devolveu para o berço. Mas você estava manhoso nesse dia. Não queria aceitar ficar. Queria colo. Fala sério, depois de ficar uma hora mamando, quase... era demais! Mamãe não pensou duas vezes: "Seria naquele dia a primeira prova de fogo!". Seu pai saiu e eu fiquei te ouvindo chorar. Sabia que você estava bem, com saúde, já tinha arrotado, não estava com fome, estava no quentinho... tudo certo... era só manha mesmo. Era a hora de começar a te ensinar a perdê-la. Fiquei feliz de estar só, mas confesso que depois de algum tempo, ficava achando que você teria algum problema físico, de tanto que chorou. Nos primeiros 15 minutos, estive no seu quarto duas vezes. Passava a mão em você, dizia que estava ali, que te amava e que estava te ensinando a dormir, como os livros ensinam e o pediatra sugeriu. Seria um afago, nas palavras dele. Mas parecia só piorar. Você gritava mais forte ainda. Foi quando eu decidi não voltar mais até você pegar no sono. Precisei ligar para BH, numa necessidade de ter apoio moral. Vovó Paula não estava em casa, só o vô Alexandre, e ajudou. Ele disse que tiveram de fazer isso com o tio Pedro também e que dava dó... mas que não podemos fraquejar. Eu confesso que no início, não tive dó não, porque sabia que era manha. Só no fim, quando o choro já estava sentido. Mas daí, você apagou logo. Ao todo, foram uns 25 minutos.
Filho do céu, enquanto a mamãe escreve aqui, 8 dias depois, às 22h35, você urra de novo. É a segunda vez. Mamou agitadíssimo, quase arrancando meu peito. E tinha leite, hein?! Papai te pegou, levou lá para baixo, cantou musiquinha, ninou... nada! Decidimos te deixar no berço e estamos aqui esperando. Você é tão persistente que a gente fica achando que há algum problema, tipo: "será que você mamou suficiente?"
Voltando à história do primeiro dia de choro, que tinha sido único até hoje, quando seu pai chegou, você já tinha parado de chorar. Isso foi ótimo, porque a primeira coisa que ele disse foi: "Então funciona mesmo!" e completou: "Se tivesse no colo ia demorar um tempão!" Ou seja, chegamos a mais um consenso. Tudo para o seu bem, pode estar certo disso. Nós te amamos.
Agora já são 22h48 e você acaba de parar de chorar! Cansou! Dormiu?

3 comentários:

Camila Marinho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Camila Marinho disse...

Pri, você é hilária. Aqui em casa é a mesma coisa. Eu achava que tem que deixar chorar, para aprender, enquanto Marcones acha o maior pecado! Enfim, no dia em que decidi deixá-lo chorar ele berrou tanto que fechei as janelas do quarto para que nenhum vizinho pensasse que eu estava espancando meu filho. Ele tinha mamado havia uma hora, não estava com frio nem com calor, não tinha fralda molhada, nada....Enquanto ele chorava, Marcones reclamava, dizendo que era um absurdo o que eu estava fazendo...Samuel chorou, chorou, chorou... quase meia hora. Então ouvi um silêncio. Esperei um pouco e fui até o quarto dele. Ele estava dormindo. Como um anjo. Acho que cansou tanto que dormiu. Só acordou umas seis da manhã. Na noite seguinte chorou uns 10 minutos. Na outra uns 5. Até que, quando ele acordava, dava um resmungo, às vezes um choro de segundos (só o tempo de achar o bico no berço) e voltava a dormir. Hoje eu o coloco no berço ainda acordado. E ele dorme sozinho. Às vezes faz uma manha. Mas nada como antes. Tenho certeza (e Marcones também) de que deixá-lo chorar foi o correto. E olha que eu li livros que condenavam, dizendo que era um absurdo e tal. Mas segui meu instinto. Hoje tenho noites mais felizes e tranquilas. Sorte para vocês!!!! Ah, o Rafa está cada dia mais gostoso! Bjão!

Priscilla disse...

Oie querida, adorei o depoimento. Você ainda fez pelo instinto. Eu tinha o aval do pediatra e dos livros (sorte que os que li foram mais compreensivos com as mães e menos condescendentes com as manhas). No fim, ele apagou mesmo. Menos de 5 minutos depois de ter parado de chorar, RON-CA-VA! Eu fiquei boba! Foi até engraçado!
Priscilla