6 de outubro de 2010

"Mamãe voltou"

Foi a primeira coisa que você disse depois de sentir meu cheiro quando te tirei do berço, já quase dormindo, para matar a saudade de ter ficado uma noite fora de casa e dois dias inteiros sem te ver. Achei que não fosse dar conta, porque na véspera o sofrimento estava intenso. Até chorei um pouquinho ao contar que estava indo trabalhar no interior de SP e, por isso, não voltaria pra casa naquela sexta-feira, só no sábado à noite. Mas, graças a Deus passou rápido. Talvez o cansaço e o trabalho sem trégua tenha ajudado a mamãe a superar a distância.

FOI ASSIM:
Coloquei você para dormir na quinta-feira, véspera da minha viagem e saÍ para o trabalho na manhã seguinte de mala e cuia, sem entrar no seu quarto. Nesse dia eu sabia que se você acordasse seria pior pra mim, que ficaria com o coração na boca de te ouvir chorar sabendo que não voltaria mais tarde, como todos os dias. Parece besteira, mas aquela foi a primeira noite da sua vida (1 ano e 7 meses) em que eu não dormi em casa. Nunca tive vontade de estar sem você. Recusei outros trabalhos por isso e mem nas férias conseguimos nos separar. Seu pai e eu, dois manteigas derretidas, preferimos ficar 10 dias viajando em família do que uns só os dois e outros com você.
Então, saí de mansinho para o trabalho e de lá fui direto para São Carlos, no interior de SP. A manhã foi xoxa que só eu sei... não achei graça de nada, estava no maior baixo astral.
Só melhorei um pouquinho à tarde, já na estrada. Peguei carona com a Ju do trabalho que é da cidade onde seria realizado o rali. Fomos conversando e no meio do caminho ainda paramos num outlet para o qual eu vivo querendo voltar. Mas desta vez só serviu para distrair - o mais importante mesmo na ocasião. Cheguei no hotel podre de cansada, com dor nas costas. Desmaiei. No dia seguinte, sábado, acordei 05h30 e já fui para a fazenda do circuito trabalhar. Sem sinal de celular, passei o dia sem conseguir falar com você. Mas, como tinha combinado com a Fê, sua irmã, dela passar o dia com você, fiquei mais tranquila. Com algum contato familiar fica mais fácil não estar por perto.

A prova terminou lá pelas cinco. Eu já estava maluca para voltar... sorte que seria no sábado mesmo. Me apressei, tomei banho e vim no carro contando os segundos na expectativa de conseguir chegar a tempo do seu banho ou de te ver acordado. Mas já no meio do caminho percebi que não daria tempo.... "Tudo bem", pensei. Eu estava voltando e já tinha planejado te pegar para sentir o seu cheiro. Não deu outra, pisei em casa com o coração na boca de tanta vontade de chegar logo no seu quartinho. A Gi, babá, estava lá terminando de te fazer dormir. Eu disse que ficaria a partir de então e não resisti. Não precisei falar nada e você me surpreendeu com a frase de reconhecimento. Ai, que PRA-ZER indescritível. Pensei em ficar com você um pouquinho no colo e te devolver para o bercinho, para não atrapalhar o seu sono... mas você se animou e ficou falando a beça, para a minha diversão:
"Deita mãe... cama lado!"... eu ria.
"Tá frio lá fora, chovendo!" Gente, como assim!? Dei boas risadas apesar de tentar me controlar para não te excitar muito... passei uns minutos com você, te cheirando, beijando, encostando o meu rosto no seu sem cessar e te coloquei de volta no berço, feliz da vida... Ôh meu Deus, obrigada por você existir!

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