3 de junho de 2011

"Rafael, o famoso!"


Foi o que ouvi hoje da tiazinha, sócia-fundadora da escola, ao te entregar, no início da tarde. Fui embora achando engraçado e feliz da vida, porque lá, depois de tantas mordidas, você se transformou num menino bacana. Mas a fama que fez com que ela fizesse a afirmação foi causada pelo seu amor ao microfone. Bom, pelo menos foi esse o comentário que o sobrinho e funcionário, Paulo, fez. Explico: todos os dias, no fim do turno, a Silvia, funcionária e filha da dona, anuncia o nome das crianças quando os pais chegam, para subir a rampinha, em direção à saída. Como você não vai se lembrar mesmo disso quando crescer, achei bacana deixar registrado.
Bem, eu, que só te busquei duas vezes, desde o início do ano, já ouvi o seu nome ser chamado e sei como é prazeroso ver o filhote aparecer na rampinha. Na sexta-feira passada, quando fui te pegar, quase morri de alegria ao te ver subir, puxando a mochilinha. Na verdade, não sei quem estava mais feliz, eu ou você! Nesse dia, seu nome foi anunciado: ˜Rafael, grupo 2!" Ai, meu Deus! Pessoinha de compromisso, com nome e turminha, chegando ao fim do expediente! Pois então, quando você termina de subir, sempre pede para chamar as outras crianças, cujos pais aparecem. A babá já me contou essa história. Mas eu ainda não testemunhei. Comigo você quis ir logo aproveitar a pracinha vizinha. Um dia ainda quero ter o prazer de ver. Betânia contou que a Silvia, às vezes, não tem muito interesse de ter você por ali não, mas, na maioria dos dias, cede o microfone e deixa você fazer a chamada, como: “Luísa, grupo 2”. Ela conta também que, se dependesse de você, ficaria ali o fim de tarde, anunciando os nomes. Todo dia pede para moça: “Deixa eu falar?!” De tão ativo, diferente, curioso, falador, entrevistador, já ficou conhecido por todo mundo na escola também. É uma coisa: você tá mais popular que seu avô Marcos, lá em BH. Conhece todo mundo e é conhecido por todos. Nas ruas do bairro, no posto de gasolina, no clube. Por onde a gente anda, é assim. No dia que voltei andando com você da escola, na rua de cima, perto do hospital, te mostrei um cachorro. Quando fui dizer que não precisava ter medo porque estava solto e a moça estava perto, ouvi: “Rafael, você passa aqui todo dia, tá com medo do Paco?” Ai, meu Deus. A moça que cuida do cachorro te conhecia. Mais à frente, mais um: “Oi Rafael, vai cantar o sambinha hoje?”, perguntou o guarda da rua, seu Orlando, uns 60 anos, pelo menos. Você não pensou duas vezes, começou a cantar todo animado… mas continuamos na caminhada de volta para casa, deliciosa ao seu lado. Ô coisa gostosa. Até esqueço a trabalheira que você dá. Ou melhor, até alivia o cansaço… porque você DÁ TRABALHO! Nessas horas, só aparece o orgulho e a felicidade de ser sua mãe.